O sr. Adamgy regressa. As senhoras/meninas da TSF estiveram todo o dia a publicitar o livro do indivíduo. Supostamente uma resposta à "intolerância" dos cardeais que têm ido ao casino da Figueira. Essas senhoras/meninas da TSF podiam bem passar uns anos no mundo ideal do sr. Adamgy. Pago-lhes o bilhete.
posted by FNV on 8:56 da tarde
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STASIS BENFIQUISTA:
1) No Sporting-Benfica de 1982, em Alvalade, a televisão mostrou aos 19 minutos uma discussão entre Bento ( um dos meus pais adoptivos) e Manuel Fernandes. O árbitro Marques Pires assinalou penaltie premiando o vaudeville do lagarto de Sarilhos Grandes. Nesse jogo não houve controlo anti-doping e o Sporting acabou por vencer o campeonato.
2) O FCP não é só Hulk. Um dos andrades determinantes tem sido o irlandês Penn Altie: e já vão três golos em três desafios consecutivos. É caso para dizer que Penn Altie tem levado o FCP ao colo.
3) O derby de hoje não sobressalta. Jogos com valorosas agremiações lisboetas são do domínio do folclore ( um pouco como as marchas populares). Espero que para o ano, por esta altura, estejamos a bater-nos contra o Milan, Real ou Bayern.
Porque os jornalistas são cada vez mais parecidos com os antropólogos do início do século passado - os antropólogos de veranda : partem para parte incerta para confirmar o que já tinham como certo. A Fernanda só descobriu isto agora?
posted by FNV on 9:50 da tarde
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CHOVER NO MOLHADO:
A abertura do noticiário da RTP das 13 horas é sobre uma greve de enfermeiros. As outras televisões abrem, e bem, com a notícia do dia: Manuel Pedro e Charles Smith foram constituídos arguidos no caso Freeport. Depois venham queixar-se do Pacheco Pereira. Ainda mais ranço: quando as notícias do caso Freeport eram favoráveis ao governo - estou a lembrar-me das declarações da senhora Procuradora -, o mesmo telejornal abria com elas. A única coisa boa é que isto já é às claras.
posted by FNV on 1:02 da tarde
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DÚVIDA RAZOÁVEL:
Num casamento civil de lésbicas, se uma delas aparecer grávida também se presume que a paternidade é do cônjuge?
Quando chove respiramos peixes. A compasso, como os sobreviventes. No cimo da montanha um bode empunha um cartaz - Não há cura. Não pode haver. Se nos tiram pequenos fiapos de carne agarrados à raiva. Resta-nos o guia dos perplexos. Aquele que esconde o caminho sem futuro.
Não classifico o jornalista como faz o João ( que tem mão muito ligeira nestas coisas), mas confirmo o passing shot do sr. Metelo: no dia em que o PSD propôs, o comentador analisou o que o governo já está farto de propor. Daqui a dias o comentador dirá que o PSD não propõe nada e que o que temos é melhor do que nada.
No mundo dos touros diz-se do golpe que o touro dá com a parte anterior externa ( a pala) do pitón. É um feio, próprio de bicho cornalón. E é o que o PS está a fazer com a rábula dos investimentos públicos. O que MFL sempre disse, e que muitos outros disseram, é que se o país quer fazer investimento público há muito por onde escolher. Já aqui o recordei: tectos de hospitais, tribunais, cantinas de escolas, estradas em mísero estado. É falsa a mensagem que o PS quer agora fazer passar: que o PSD se opõe a qualquer investimento público. O discurso de Santos Silva, ouvido há pouco na TSF ( link ainda não disponível), passa por cima das críticas feitas aos projectos megalopatas e do desprezo a que o PS tem votado a sugestão dos pequenos investimentos públicos: propõe, agora, um consenso e uma aproximação. É uma manobra que tem de ser denunciada porque é um recuo mascarado de avanço. É um palotazo.
A Fernanda Câncio terá decerto muitos defeitos ( o último que lhe descobri é que só se pode ser Mário Crespo se for para malhar na Sarah Palin), mas a forma como debate é a que eu gosto: queixo no ar, olhar fixo e pouca mansidão. Os cabrestos é que vão ao consenso.
posted by FNV on 10:00 da tarde
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UMA NOITE DE CHUVA (XIII):
O boneco amarelo sabe a pele. Como eu rezei para que a janela não se abrisse. Um Mercedes magro passa à minha porta e cumprimenta-me. Os vidros são de silêncio. Nem ouço os macacos na rua. Sou feliz, vivo para entregar mercearias.
posted by FNV on 9:16 da tarde
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UMA NOITE DE CHUVA (XII):
Fui ter com o homem que conserta o tempo. Pedi-lhe um par de memórias brancas. Deu-me uma gravata. Claro, nunca esquecemos o nó. Engoli as fotografias com uma colher de neve. Já tenho as minhas memórias brancas. Agora quero torturar.
posted by FNV on 12:56 da tarde
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MAIS DO MESMO:
Estes são os mesmos que em Portugal bradam pela democracia e pela transparência a propósito de Freeports e Loureiros. Isto não lhes interessa. Nada de novo. Nem sequer o tom moraleiro que utilizam quando na terrinha defendem a liberdade e a ética na política.
posted by FNV on 12:22 da tarde
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DÚVIDA RAZOÁVEL:
(segunda hipótese de título de post: VOU DIVORCIAR-ME MAL POSSA)
Admitamos então que a lei civil irá um dia permitir o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Em (suposto) nome da liberdade, da individualidade, da igualdade e de tudo o mais que se quiser. Tudo bem, excelente. A pergunta é: e quem não quiser casar civilmente é obrigado a isso? Em nome de quê? E para quê?
Um casal que pretenda celebrar o sacramento do matrimónio fica imediatamente obrigado ao casamento civil. Para quê? - não se percebe bem, já que o casamento civil não vale um caracol desde que o partido socialista e os seus acólitos interessadamente esvaziaram os deveres dos cônjuges inerentes ao casamento civil (uma vez que a sua violação é completamente desinteressante para o que quer que seja). Ou seja, o casamento civil não interessa nada e para nada. Não serve, não serve os interesses da família, da sua protecção, da continuidade ou perenidade, da educação dos filhos ou sequer do respeito entre as pessoas: não vale o papel do registo, que pode ser rasgado a qualquer momento e por qualquer motivo.
Perante esta situação, perguntar-se-á então que razão existirá para obrigar aqueles que apenas pretendem obter um sacramento (o do matrimónio), à luz da sua fé e da religião que professam, a ficar inerentemente obrigados a uma lei civil que não lhes interessa, que podem não pretender, e que deixa de ter razão de ser?
À mesma luz das supostas tolerância, liberdade e individualidade (para já não falar da questão fiscal – que, confesso, a mim me importa bastante) inexiste motivo para que aqueles que apenas pretendem contrair um sacramento, à luz da sua fé, sejam obrigados a suportar a lei civil e ficar obrigatoriamente equiparados a outras situações com as quais podem não concordar ou não querer misturar-se.
Bem vistas as coisas, pode um casal livre não pretender que os seus afectos sejam equiparados pela lei civil a um casamento (qualquer que ele seja), a uma união de facto ou a qualquer outra coisa que essa tal de lei civil resolva inventar. Não interessa, a lei civil não tem de se meter nos meus afectos nem na minha fé e religião, ou sequer na minha cama (como invariavelmente tenho ouvido dizer).
Deste modo, não deveria a lei civil interferir no sacramento matrimonial que um casal pretende efectuar à luz da sua fé e religião. De forma que pode perfeitamente ficar o casamento civil para as pessoas do mesmo sexo (ou de sexo diferente, que o pretendam assim registar, pouco me interessa) mas não se deverá impor esse casamento civil àqueles que apenas queiram a bênção de um sacramento.
No exacto dia em que essa liberdade for possível divorciar-me-ei alegremente (se possível perto de uma repartição das finanças, apenas para meter nojo), de comum acordo e de bom grado com (e não "de") a minha cara-metade. E viveremos ambos, juntos, felizes, até ao fim da vida.
Cada um interpreta a família como entende. O que importa é o afecto. É uma questão de liberdade. É de desconfiar. Ainda há tempos um tipo me dizia ( na caixa de comentários), a propósito da poligamia, que "os homens não são animais". Para além do insulto aos muçulmanos, isto confirma que os defensores das liberdades escolhem sempre muito bem a liberdade que querem defender. Não são parvos.
posted by FNV on 12:56 da manhã
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PARA PORTUGAL E EM FORÇA:
Correm rumores de que os angolanos vão tomar conta do BCP. A GALP e o BPI também já lá estão. Isto para não falar do muito que estão a dar a ganhar às empresas portuguesas de construção civil e a algumas indústrias ( Angola vai organizar a CAN 2009). Alguém quer reunir o MPLP ou a FRELIPO? Os angolanos que regressarem ao seu país serão considerados retornados? Vão constituir-se grupos universitários pré-coloniais em torno da blanchitude?
O sr. Pisco, director do departamento de relações internacionais do PS, diz hoje, no DN, que o cartaz de Chavez é "normal". O cartaz assegura que também os portugueses são a favor de mandatos políticos eternos. O eng.º Sócrates podia aproveitar a onda. Talvez conseguisse lançar o TGV para Vigo ( aquele comboio dos percebes ou dos mexilhões ou lá o que é).
posted by FNV on 9:21 da tarde
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DÚVIDA RAZOÁVEL:
Se a mera suspeita, ainda que grave, invalida um conselheiro de Estado, que dizer de um PM?
posted by VLX on 12:24 da tarde
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UMA NOITE DE CHUVA (XI):
A seca traz as equações. As estradas escondem-se do sol. Não adianta. A minha vizinha ri alto de cada vez que ganha um vale de desconto. E no entanto existem variáveis. Três dromedários telefonam-me todos os dias. Dizem que não estou e eu agradeço-lhes. São assim as entrevistas de emprego.
O que se passa na Venezuela confirma uma das marcas de água da esquerda revolucionária: o culto da personalidade. E não vale a pena os ex- UDP, ex-estalinistas e ex- PSR cá do burgo dizerem que Chavez não representa essa esquerda. Aliás, se bem se lembram , foi sempre assim: a ex-URSS também não era da esquerda utópica, a China de Mao idem, a Albânia do dr. Louçã idem aspas. Mas eram. Os projectos fundamentalistas da esquerda revolucionária precisam tanto da cultura democrática como um cão precisa de pulgas. O culto da personalidade é uma necessidade porque falta à esquerda revolucionária o sedimento que os fundamentalismos religiosos têm de sobra: a religião. De certa forma, o chefe revolucionário é um muezzin ( mu'adhdhin se quisermos ser rigorosos) alucinado que em vez de chamar para a oração faz ele próprio a oração. As pessoas são sempre, nestes regimes, simples meios.
posted by FNV on 12:51 da tarde
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A FÓRMULA AIDA:
Isto não é situacionismo. É campanha, pura e dura, bem encomendada e obedientemente cumprida. É a fórmula AIDA cuja descrição li pela primeira vez num livrinho de Paul Richards* e define o que o político ambicioso deve provocar no jornalista amigo: Atenção, Interesse, Desejo, Acção.
* How to win a election, Politico's Publishing, London, 2004.
Mar de opinioes, ideias e comentarios. Para marinheiros e estivadores, sereias e outras musas, tubaroes e demais peixe graudo, carapaus de corrida e todos os errantes navegantes.