OBRIGADO, DANIEL OLIVEIRA, POR ME DAR RAZÃO: Daniel Oliveira é, para alguns, um político do Bloco de Esquerda, para outros um comentador promovido pela Impresa e, aos meus olhos, até ver, equivale a um ganapo que atira pedras de longe e foge porque me acusou de escrever no blogue do não falsidades e nunca se dignou a explicar porquê. Daniel Oliveira escreve no Expresso, no arrastão.weblog.com.pt, e em todas as caixas de comentários dos blogues a favor do NÃO ao aborto acusando as pessoas de não serem honestas quanto a este assunto. Daniel Oliveira escreveu hoje no Expresso o seguinte, e passo a citar: O que está em debate não é, por isso, o "aborto a pedido". É o alargamento das razões em que não se condena a mulher em tribunal (fim da citação).
E alargam-se até onde essas razões, pergunto eu? Curiosamente, alargam-se até todas e nenhuma: todas as razões passam a ser possíveis para justificar o aborto até às dez semanas, e não invocar nenhuma razão é também motivo para se fazer um aborto até às dez semanas. Não estamos, por isso, a falar de um alargamento das razões para se fazer um aborto, deixando algumas de lado ou de fora. Ganhando o SIM, todas as razões (ou nenhuma) passam a justificar o aborto até às dez semanas. O aborto passa a ser livre, dependendo apenas do pedido. Passa a ser aborto a pedido e por isso mesmo o que está realmente em debate é a possibilidade do aborto a pedido até às dez semanas.
Nunca pensei fazer isto, muito menos neste assunto, mas sou obrigado a agradecer ao Daniel Oliveira por me ter proporcionado os elementos necessários para este esclarecimento.
AGORA COM OS NÚMEROS À FRENTE: A sondagem TVI/PÚBLICO/RCP feita pela Intercampus e divulgada ontem e hoje traz-nos revelações muito interessantes, destacando-se como primeira e mais importante a de que as pessoas estão satisfeitas com a lei actual. Perguntadas, em concreto, sobre as razões que poderiam justificar ou permitir o aborto, os entrevistados responderam que deveriam ser apenas aquelas que estão já previstas na lei. Além destas, têm ainda algumas dúvidas (49%-40%) relativamente à falta de meios da mãe para sustentar a criança mas execrável mesmo é a sociedade que obriga a mãe a abortar por insuficiência de meios económicos. Uma sociedade minimamente decente não pode permitir-se que haja uma única mãe a abortar (ou sequer configurar essa hipótese) por falta de meios, principalmente quando há tanto desperdício por aí.
Outro ponto relevante é que os portugueses não querem o aborto a pedido, o aborto porque sim, o aborto livre, o aborto sem qualquer tipo de ponderação de interesses minimamente relevantes (43%-45%). Mas é a isto, que os portugueses rejeitam, que a resposta do SIM pretende chegar: poder a mulher abortar livremente, só porque sim (ver alguns cartazes do SIM), até às dez semanas. Não precisa de invocar nenhuma razão, bastar-lhe-á chegar ao hospital, dizer que quer abortar e, muito rapidamente, ver satisfeita a sua vontade, ali mesmo ou numa clínica privada (o sonho de qualquer doente do SNS...).
Ora, se os portugueses rejeitam o aborto livre até às dez semanas, como se explicam estes resultados? O responsável pela Intercampus, em declarações à rádio, considera que as pessoas não estão devidamente informadas sobre o que está verdadeiramente em causa e no Público pode ler-se que existe muita confusão sobre o que está em causa. Concordo inteiramente. A pergunta é enganadora e o debate não está a ser claro nem esclarecedor. A campanha do SIM tem-se esforçado por apregoar que está em causa o fim do aborto clandestino (não está, ele não vai acabar), que se quer apenas acabar com a perseguição e humilhação das mulheres (não é verdade, continuará a partir das dez semanas), que unicamente se trata de despenalizar (é falso, passa a ser livre até às dez semanas) e, com isso tudo, pretende apenas confundir as pessoas que, ingenuamente, têm-se deixado ir atrás destes argumentos. Bem explicadas as coisas e com objectividade, estão contra.
Sabendo as pessoas, esclarecidas verdadeiramente as pessoas de que o voto no SIM permite o aborto livre, sem motivo, até às dez semanas, elas não votarão SIM e votarão antes, naturalmente, NÃO. É missão daqueles que são pela vida esclarecer as pessoas do que está verdadeiramente em causa e ajudar as pessoas a não serem enganadas. Decidam o que quiserem, mas sabendo bem o que está em causa.
posted by VLX on 12:59 da tarde
#
(2) comments
COISAS DE IMPORTÂNCIA: Há poucas lulas, não sei por causa do vídeo de Al Gore. Os portugueses continuam a andar pelo meio da estrada, preferindo deixar os passeios livres sabe-se lá para quem. O Alcides ( sempre gostei deste nome) foi-se embora. No CDS nem o pai morre nem a gente almoça. As greves não estão a funcionar. Os catalães acabaram com os toiros. O queijo este ano é bom.
posted by FNV on 11:42 da manhã
#
(0) comments
DURMAM BEM:" A Natureza diz-nos a todos: Eu não engano ninguém " *. Assim, um filho será herói, outro ladrão; um salvará a pátria, outro a atraiçoará e por aí adiante. Pôr filhos no mundo e esperar que eles não nos envergonhem, rir das suas brincadeiras, aproveitar todos os momentos. A regra de Séneca é: os deuses não nos prometeram nada. O estoicismo, nas suas várias declinações, parece banal. Talvez, mas um bom sono também e não é por isso menos precioso.
NOVAS SONDAGENS: não consigo encontrar os resultados para os confirmar mas, escrito de memória, a sondagem da TVI hoje revelada tem particular interesse porquanto nos demonstra que os portugueses (nessa sondagem e que vale o que valem as sondagens) estão contra o aborto livre e a pedido. Até admitem o aborto em determinadas situações (repiso, escrito de memória, eram as que já constam da actual lei), ponderadas certas razões ou verificadas certas ocorrências, mas o NÃO, que perde quase sempre, vence claramente quando a pergunta se refere à possibilidade do aborto livre e a pedido, sem invocação de qualquer motivo.
As pessoas (entrevistadas nessa sondagem) NÃO querem o aborto a pedido.
Como o que aqui está em causa é realmente o aborto livre e a pedido da mulher até às dez semanas, convirá esclarecer-se devidamente as pessoas para o que se pretende e limpar as nuvens de fumo deitadas pelos adeptos do SIM ao aborto livre e a pedido. A ser realmente assim (e espero amanhã confirmar isto na imprensa - parece que virá no Público), isto demonstra também que os vários Juízes do Tribunal Constitucional que apontavam os defeitos da pergunta a ser colocada em referendo, considerando-a capciosa e enganadora, tinham plena razão.
posted by VLX on 11:26 da tarde
#
(0) comments
PRECÁRIO: No recente debate televisivo na RTP 1 sobre o desemprego e sobre o primeiro emprego estavam alguns representantes dos "jovens", incluindo os presidentes das várias "jotas" dos partidos com representação parlamentar. Alguns deles referiram a precaridade do posto de trabalho como uma das suas principais preocupações. Seria bom que alguém explicasse que o verdadeiro problema, actualmente, é arranjar emprego e ter a felicidade de fazer parte de um grupo cuja produtividade assegure a manutenção dos respectivos postos de trabalho (admitindo que o Estado também pode falir um dia...). Como referiu Medina Carreira há algum tempo atrás, veja-se o que valem os direitos adquiridos das centenas de trabalhadores que, de um momento para o outro, ficam sem trabalho devido ao encerramento da respectiva empresa.
posted by Neptuno on 6:24 da tarde
#
(1) comments
"ELEVADA AUTO-ESTIMA": Dizem ao "Público" o técnicos do Instituto de Reinserção Social que é o que poderá ter motivado o ex-militar de Santa Comba a cometer os crimes. Não o conheço, não o entrevistei, por isso não contesto o diagnóstico dos colegas. Pego apenas no link conceptual: a rejeição desencadeia violência num indivíduo confiante ? Penso exactamente o contrário. O João dos Santos costumava dizer que os tipos equilibrados são como os aviões: se não podem fazer a escala do costume, não se despenham, têm sempre combustível de reserva. Uma rejeição amorosa suscita no indivíduo confiante uma impressão amarga, mas provisória; têm uma memória de bons episódios que lhes permite digerir a coisa. Têm estômago de avestruz. Em pessoas sistematicamente frustradas, um falhanço pode assumir proporções catastróficas. Se o tipo opta por não se matar nem se deprimir e parte para a violência, normalmente é para destruir o motivo da rejeição: se já não existe não me pode fazer mal. É um pensamento dissociativo, felizmente raro, e que denuncia normalmente uma pré-estrutura psicótica. Ou o riso da hiena. Os colegas podem ter querido dizer que "elevada auto-estima" significa uma personalidade narcísica, mas, nesse caso, a formulação está mal feita. Alguém que precisa deseperadamente de aprovação social não tem combustível nem para chegar ao ponto de escala, quanto mais ao destino. Não teria sobrevido tantos anos, aparentemente bem ajustado. O pavão não se vê ao espelho. O mais provável é o cabo de Santa Comba ter sofrido uma crise de meia-idade ao mesmo tempo que descobria a verdade dos man-eaters: o humano é frágil.
posted by FNV on 11:48 da manhã
#
(0) comments
PROVÉRBIO DO DIA: Ao cabo de um ano tem o criado a manha do amo.
NOVAS MEMÓRIAS: Leonel Vicente, o arquivista-mor da blogosfera portuguesa, criou o Carreira da Índia, dedicado à "literatura de viagens e aos Descobrimentos". Chegando a Cochim, há-de começar outro acervo para nosso acrescentamento (tenho algumas sugestões). Além disso, mudou o endereço do Memória Virtual para http://memoriavirtual.net/. Actualizemo-nos, pois.
Senhor, a noite veio e a alma é vil. Tanta foi a tormenta e a vontade! Restam-nos hoje, no silêncio hostil, O mar universal e a saudade.
Mas a chama, que a vida em nós criou, Se ainda há vida ainda não é finda. O frio morto em cinzas a ocultou: A mão do vento pode erguê-la ainda.
Dá o sopro, a aragem - ou desgraça ou ânsia - Com que a chama do esforço se remoça, E outra vez conquistaremos a Distância - Do mar ou outra, mas que seja nossa!
Fernando Pessoa
posted by NMP on 10:55 da tarde
#
(2) comments
A NOVA ESTRATÉGIA: Directamente do website da Casa Branca (clicar aqui), a nova estratégia proposta para o Iraque. Como convém ao ar do tempo, apresentada num belo powerpoint. Para ler, reflectir e (quem quiser) discutir.
posted by NMP on 10:33 da tarde
#
(0) comments
CLUBE DO POVO: As acções valem mais que as palavras. E hoje fiquei verdadeiramente convencido daquilo que os meus amigos benfiquistas tanto gostam de apregoar: que o SLB é o clube do povo. A prova está na edição de hoje de A Bola, que inclui uma reportagem sobre a visita que as delegações dos vários clubes presentes no torneio do Dubai fizeram à sumptuosa residência do todo poderoso "Xeque" (tal como identificado no jornal). Contrastando com os fatos e gravatas - nada apropriados para a cerimónia - o capitão Simão apresenta-se com o bem popular... fato de treino! Julgo que, a seguir à recepção, terá ido às compras para um Al Colombo qualquer.
PS: o culpado disto terá sido o Bono, que se apresentou em Belém de chapéu para receber a medalha.
posted by Neptuno on 7:17 da tarde
#
(0) comments
HÁ APEADEIROS A MAIS: Li recentemente a notícia de que um Administrador da CP resolveu sair da empresa cansado de estar lá há seis anos sem lhe darem que fazer (parece que durante esse tempo assistiu apenas a três reuniões de quadros, não obstante aparentar ser uma pessoa com enorme experiência no ramo). O que é verdadeiramente grave é este tipo de revelações já não nos causar espanto e não se verificarem quaisquer consequências.
posted by VLX on 4:34 da tarde
#
(1) comments
LIVRE ESCOLHA? Parece assustar alguma comunicação social e os defensores do SIM o facto de, até ao momento, se terem apresentado oficialmente mais movimentos pelo NÃO do que do aborto livre (até às dez semanas, blá, blá, blá...). Isso seria grave porque dessa forma os movimentos pela vida teriam mais tempo de antena do que os defensores do aborto. Talvez seja cedo para tremerem, provavelmente nem haverá razão para isso. Desde logo porque o bloco, os comunistas e os socialistas vão utilizar os seus tempos de antena em campanha pelo SIM ao aborto, os sociais-democratas resolveram não apelar a nada e só um partido fará campanha pela vida e a favor do NÃO. Depois, porque a RTP parece já ter decidido alterar o horário dos tempos de antena para as 19h00, afastando assim essas divulgações de alguns milhões de portugueses (já que neste debate se têm empolado os números com enorme facilidade, pode ser que este passe. Aliás, talvez não seja impossível que às 20h00 estejam mais dois milhões de portugueses em casa do que às 19h00...). Por outra via, os blocos noticiosos das televisões têm-me parecido tendenciosos (pode ser que seja impressão minha mas, de todo o modo, já que a ERC tem sido tão activa, não faria mal em elaborar rapidamente um relatório exaustivo sobre o assunto) e até jornais que leio e considero sérios e credíveis têm destas coisas: no Público de ontem (*) era concedida quase uma página inteira à campanha do SIM e sete linhas de uma coluna à do NÃO (quase 7,5 linhas, se incluirmos a sugestão entre parêntesis para ver a foto e as iniciais da jornalista que assina um dos textos). Não há, por isso, razão para os defensores do SIM terem medo relativamente a este assunto: não será seguramente pela falta de "tempo de antena" na comunicação social que o SIM perderá.
(*) Hoje melhorou sensivelmente, aí para uns 60/40, à vista desarmada, se descontarmos a fotografia aposta nas notícias do SIM. Este post está também no bloguedonão.
posted by VLX on 4:21 da tarde
#
(3) comments
JANEIRO (II): Os gatos estão no cio. É vê-las espraiadas nos telhados baixos, aparentemente desinteressadas. Eles cantam o fadinho da ronca, seguindo-as sempre um passo atrás. Neste mundo não há quotas e a violência doméstica é obrigatória. Garras e sexo a toda a hora, um pires de leite ocasional. E sem telemóveis nem SMS. Coisas simples.
posted by FNV on 12:04 da tarde
#
(3) comments
JANEIRO (I): É mês de cabidelas. Galos e patos esganados com amor soltam hemoglobina suficiente para nos imaginarmos em Tormes. Menina não entra. Bom, talvez para a sobremesa ( alguém tem de a fazer). O leopardo aprecia o tacho com o galaró trucidado - na pecaminosa companhia dos miúdos - escondido debaixo do grão alegre, o sabor acre do sangue fresco restaurando a velha ordem.
posted by FNV on 11:56 da manhã
#
(3) comments
PROVÉRBIO DO DIA: Quanto mais prima mais se lhe arrima.
posted by NMP on 5:51 da manhã
#
(1) comments
O ESTADO DO DEBATE: Antes do discurso de hoje à noite de Bush que vai apresentar a nova estratégia para o Iraque, deixo aqui alguns artigos que dão boa conta do debate que vai pela América sobre as alternativas para o fuutro da guerra. Um artigo de Bill Kristol na Time pró-aumento de tropas e um comentário a esse artigo por Howard Kurtz no Washington Post. A propósito um interessante post de Andrew Sullivan, um apoiante da invasão actualmente céptico da condução da guerra pela Administração Bush. O estado do debate e a nova composição do Congresso fazem-nos antecipar tempos interessantes na discussão política interna americana. Veremos se e que coelho Bush & Cia. tiram da cartola. As questões em jogo são demasiado importantes para qualquer das partes (Bush ou os democratas) terem muita margem de manobra. Mais do que apenas o destino do Iraque a discussão estratégica actual, do ponto de vista americano, é sobre os impactos e consequências de uma vitória (leia-se apoio bem sucedido à estabilização do Iraque com ou sem aumento de tropas) ou derrota no Iraque (leia-se retirada e posterior anarquia e guerra civil no Iraque) no xadrez regional no Médio Oriente.
posted by NMP on 5:16 da manhã
#
(0) comments
SIM: Há cerca de 3 anos, já não me lembro a que propósito, rebentou uma acesa discussão aqui na nau, e suponho que na blogosfera (a não ser que estivéssemos num dos nossos - Mar Salgado - frequentes momentos de umbiguismo e onanismo bloguísticos), sobre a despenalização da interrupção voluntária da gravidez. Escrevi então este post dando a minha opinão sobre a matéria. Lendo-o à distância de 3 anos, não gosto muito do tom (ligeiramente kalimero). Mas como ali refiro, não pretendo convencer ninguém dos méritos ou justeza da minha opinião. Nem sou convencível nesta matéria. De qualquer modo não se passou nada entretanto que alterasse a minha posição favorável à despenalização. E não tenho mais para dizer sobre a matéria. Deixo aqui apenas testemunho do meu sentido de voto no referendo de 11 de Fevereiro (se por acaso puder votar - há algumas questões logísticas e administrativas que podem vir a impedir esse acto).
posted by NMP on 4:54 da manhã
#
(4) comments
THE GOOD SHEPHERD: Para quem gosta de dramas de espionagem, este segundo filme dirigido por Robert De Niro é imperdível. A história dos primeiros anos da CIA vista pelos olhos de um homem de família que hipoteca toda a sua vida à sua missão e à protecção do grupo. O actor do momento Matt Dammon (a fechar um grande ano com duas grandes prestações, aqui e em The Departed) e uma surpreendente Angelina Jolie bem secundados por William Hurt, Alec Baldwin, John Turturro (um dos meus actores favoritos) e De Niro himself. Um elenco de luxo para uma intriga bem urdida e mui competentemente filmada.
ANTENA ISLÂMICA: Hoje dois blogues ligeiros: o www.maniacmuslim.com do divertido canadiano Aamzah Moin, e o www.mujahideenryder.com de um nova-ioquino despachado. Mas o melhor é deixar-vos com um pedaço da escrita de Rumi ( Mevlana), nascido na Pérsia - hoje afegã - há quase oitocentos anos ( tradução do Farsi por Shahriar Shariari):
" My desert is without end My soul, my heart must rend. The world here out-pictured, In which picture I descend? If on the path you see a head Rolling itself around the bend Ask your secrets from that head On its answers you can depend. "
INTOXICAÇÕES (IV): Junger, o kotter, sobre a cerveja que não tem como finalidade a embriaguez, mas antes reforçar e, ao mesmo tempo, temperar o prazer de se estar juntos. Tem de ser leve e agradável:
(...) "Exceptuam-se as cervejas pretas, pesadas e amargas, coroadas de espuma castanha - na caneca de prata ao fim da manhã, quando se fala de cuidados que a todos causariam inveja."
posted by FNV on 11:49 da tarde
#
(7) comments
PROVÉRBIO DO DIA: Mulher bem casada não tem sogra nem cunhada.
posted by FNV on 11:36 da tarde
#
(1) comments
LIKE A CAT FROM JAPAN II: Parabéns a Major Tom, Ziggy, Alladin Sane, Thin White Duke e família!
LIKE A CAT FROM JAPAN: O Grande Camaleão faz hoje 60 anos. Mas nós é que estamos a ficar velhos: quando comecei a ouvi-lo, ele era mais novo do que eu.
posted by PC on 12:41 da tarde
#
(0) comments
IRAQUE (II): Com que então "não se negoceia com terroristas" ? Pois estejam atentos ao que os americanos vão fazer nos próximos dois anos no Iraque. Vão negociar ( n-e-g-o-c-i-a-r), todos os dias e a todas as horas, uma saída em segurança.
posted by FNV on 12:15 da tarde
#
(0) comments
IRAQUE (I): Antes da invasão dizia-se que Bagdad iria ser " a nova Estalinegrado "; depois disse-se que os americanos se iriam encher de dinheiro com o petróleo e com o negócio da reconstrução. Agora já todos sabiam de antemão que tudo estava condenado a ser o que foi. Há valentes ( inteligentes) que aparecem sempre depois das batalhas.
posted by FNV on 11:58 da manhã
#
(3) comments
GENTE CRESCIDA PRECISA-SE: Já aqui o escrevi ( 22/12/06) e volto a repetir : Ana Gomes está a fazer o que é preciso no caso dos aviões da CIA, mesmo que não se aprecie o estilo comunicacional nem a motivação. Sempre me pareceu óbvio que os americanos usaram as Lajes para fazer escalas durante as operações militares iraquianas, incluindo o transporte de prisioneiros. Também me parece correcto que certas coisas permaneçam em segredo: deve existir uma zona-sombra nos assuntos do Estado. O que o ministro e os deputados do PS deviam fazer era assumir isso em vez de tentar passar a ideia que Ana Gomes é tontinha e que nós somos todos parvos.
Actualização: a troca de impressões com o meu caríssimo JP Pedrosa, ilustre autarca socialista, é deliciosa: ele não compreende que o Estado deve assumir uma zona de reserva, sem complexos, em vez de nos fazer passar por tontinhos. Leiam que vale a pena.
posted by FNV on 11:35 da manhã
#
(8) comments
OLIFANTES: O ministro Mário Lino disse: " O aeroporto da Ota não será um elefante branco porque os investimentos serão essencialmente privados ". Confirma-se que os paquidermes raros habitam a coutada dos dinheiros públicos, o que já se suspeitava desde os tempos da Expo e do Euro-2004.
A FESTA DA TAÇA: Parafraseando o meu querido VLX, nada melhor do que uma eliminatória futebolística na qual a nossa equipa vence de goleada, e os cabeçudos, apesar do clássico penaltie fora de horas, ajoelham perante uma equipa de amadores da 2ª divisão B que saiu de Lisboa às 7 horas da matina .
"Se os cidadãos ainda parecem sensatos, os chefes vêm mergulhando numa enorme vileza"
( Teógnis)
Von Haffe foi o único vereador da oposição a marcar presença na comemoração dos cinco anos de mandato de Rui Rio, diz o "Público" de hoje. Não sei quem é Von Haffe - talvez descendente de alemães e talvez ex-colega de Rio no Colégio Alemão -, mas fez muito bem em ir à cerimónia: as oposições são para as ocasiões. Luc Ferry, companheiro de escrita de Comte-Sponville e de Alan Renaut ( com o qual escreveu um interessante "Heidegger e os Modernos" ), esteve lá. Não sei se repetiu uma sua velha ideia: nada é mais mediático do que uma crítica radical dos media *, mas, se o fez, Rio não deve ter gostado. Depois caiu numa outra "prancha" que lhe é cara: os políticos têm cada vez menos poderes por causa da globalização das finanças e da informação. Esta ideia parece-me ligeiríssima, ainda que, como julgo ter entendido, apenas aplicada ao dito mundo ocidental: A globalização começou no século XV e desencadeou comoções várias que culminaram numa industrialização que levou ao declínio da religião. Ferry sabe-o porque já o escreveu, daí a sua compreensão pela revolta romântica ( que Berlin descreve melhor...). O ponto é o do equilíbrio entre a ética e o exercício do poder, equilíbrio esse que Ferry acha hoje quase impossível por causa da vontade que os políticos têm "de agradar " ( e razão pela qual se dedica tanto a Maquiavel). Trocando por miúdos, voltámos aos tempos de Cléon, já aqui tantas vezes trazido pela mão de Aristófanes e da sua comédia " Os Cavaleiros". A chave da popularidade de Cléon é a ursupação da vitória em Pilos, à custa dos méritos da nobreza representada por Nícias. Cléon não era perigoso por querer agradar ao povo, era perigoso porque era do povo. Os políticos de hoje também vêm "do povo", não tendo na árvore genealógica o Duque de Marlborough ( como Churchill). Ferry diz que é preciso "dizer não", caso contrário o político assemelha-se aum surfista desastrado. Um episódio português revela que as cosias não são necessariamente assim. O povo português estava muito descansado quando o eng.º Sócrates lhe resolveu impingir o Euro-2004. Na altura Rui Rio disse um sonoro "não", mas luz cai sobre isto: o povo não tinha pedido Euro-2004 nenhum. Os políticos não são uns pobres escravos da mediatização e da rarefação dos seus poderes. O que se passa hoje, e não se passava na Atenas de Aristófanes, é que o povo, não participando nas grandes decisões, quer ser ouvido nas pequenas. Aqui Ferry tem finalmente o seu ponto: um político regional europeu pouco pode fazer para revitalizar a economia da sua cidade ou melhorar a educação dos seus cidadãos. Resta-lhe as pequenas coisas, nas quais está, evidentemente, refém da vontade popular que exige vingativamente pão e circo. Mas nada disto é obrigatório. Se um político se imaginar como pertencendo a uma elite obrigada a governar bem - ou seja, não se respaldar na limitação dos seus poderes para nada fazer a não ser jogos florais - sai do círculo da vileza. Rui Rio parece conseguir isto, desprezando os ganhos imediatos e transmitindo a mensagem de querer apostar nas questões estruturais. E, sobretudo, atraindo sobre si o ódio de grande parte dos media, consegue parecer o que quer ser: um político pas comme les autres.
* André Comte-Sponville e Luc Ferry , "La Sagesse des Modernes" Laffont, 1998, pp441.
posted by FNV on 3:45 da tarde
#
(0) comments
QUIZ: As recentes notícias do afastamento de Paulo Macedo (dispendioso mas eficaz no aumento da receita fiscal) e da "promoção" de João Cravinho (fazendo temer o esquecimento do combate à corrupção por via legislativa) suscitam a seguinte dúvida: é o futebol que copia a política ou é o inverso? ou são duas faces da mesma moeda?
posted by Neptuno on 2:05 da tarde
#
(0) comments
CON PUB: Andorra está em crise - não há neve - mas nunca se viu tanta promoção andorrenha nos jornais portugueses como este ano. É como quem diz: "Para português bacalhau basta".
Mar de opinioes, ideias e comentarios. Para marinheiros e estivadores, sereias e outras musas, tubaroes e demais peixe graudo, carapaus de corrida e todos os errantes navegantes.