O MENINO JESUS: Para chatear os fanáticos que por aí andam, aqui vão os meus votos de um Santo Natal e presépios e missas e essas coisas todas, para os amigos da blogosfera, sem links porque só troco de Mac para o ano. É malta que de uma forma ou de doutra já me é familiar: Carla Quevedo, Francisco J. Viegas, Luís M. Jorge, Luís Januário, Pacheco Pereira, Paulo Gorjão, Isabel Goulão, João Gonçalves, todo o Glória Fácil, Pedro Picoito, João Paulo Pedrosa, João Morgado Fernandes. Todos diferentes, todos diferentes.
posted by FNV on 4:20 da tarde
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BAD SANTA: 1200 despedimentos "directos" - mais outros tantos "indirectos" - na Opel. Quem está habituado a conhecer as histórias debaixo das frias notícias económicas, já sabe o que lá vem: zangas conjugais, raiva, Zoloft e Morfex, álcool, etc.
posted by FNV on 12:58 da tarde
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WENDY & SININHO: Isto de haver dois CDS/PP tem que se lhe diga. Se a moda pega, a oposição em breve duplica. Quanto ao Presidente da República, tal arranjo faria as delícias do tempo de Soares: de manhã recebia as queixas dos legítimos e à tarde transmitia solidariedade aos amantes.
posted by FNV on 12:33 da tarde
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PROVÉRBIO DO DIA: Homem chorão, ou corno ou ladrão.
posted by FNV on 12:31 da tarde
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UM FACTO: Pode não se apreciar o estilo e nem sequer se concordar com a forma, mas o que Ana Gomes tem feito no caso dos aviões da CIA só credibiliza a democracia e o combate político. Não passamos a vida a dizer que os deputados não passam de meras correias de transmissão dos partidos?
A MARCA AMARELA:Os governos de Guterres eram minoritários e não tinham liderança, o governo de Sócrates é agora acusado de prepotência e de liderança a mais. Quando Soares nos empurrou para a CEE ou quando Cavaco obrigou o país a ter canais de televisão privados, também refilámos. Não temos medo de existir: existimos para ter medo.
posted by FNV on 11:32 da manhã
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PIEDADE: Para os atenienses não era um esgar de empatia pelo sofrimento do mendigo, antes um dever para com os deuses. Este dever significava a gratidão e o temor, mas também o sentimento de pertença a uma comunidade, à cidade. Assim nesta quadra todos nos lembremos disto, seja quais forem os deuses que veneramos: somos todos responsáveis.
posted by FNV on 11:11 da manhã
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INTOXICAÇÕES (II): O manumisso Junger *, soldado de licença em Hanôver no fim da Grande Guerra, passeando ao longo da Muralha Frederico. Carregado de éter, cruza-se com um major do Estado-Maior que quer saber por que motivo não foi saudado. Junger responde-lhe: " Tinha a atenção concentrada em si, meu major ". O oficial perdoa-lhe, não sem profetizar uma catástrofe causada por tantas negligências. Junger concorda para com os seus botões: Toda a subversão começa pelas regras de saudação.
* Ernst Junger, 1978, "Annaherungen, Drogen und Rausch", trad. port. da Relógio D'Água, 2001.
posted by FNV on 12:51 da manhã
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PROVÉRBIO DO DIA: Uma raposa tem sete manhas, e uma mulher tem as manhas de sete raposas.
O CARTAZ DO SIM DA JS: O cartaz do SIM da Juventude Socialista é típico da era socrática: ele nada nos diz, com nada se compromete, dele nada se retira e, para ser perfeita e completamente socrático, só lhe falta atacar e denegrir um qualquer grupo de cidadãos. Sobre um fundo azul que não se percebe, e afirmando que "A Oportunidade é Agora!", a mensagem prossegue dizendo-se "Pela Saúde. Pela Justiça. Pela Dignidade." Bem dissecado e dividido, o cartaz podia promover o Totoloto, o Ministério da Saúde, o da Justiça, e um outro qualquer. Podia ser propaganda do Estado Novo ou do PREC. Nada no cartaz se refere concretamente ao que se discute, nada nos diz o que defende nem nada nos diz o que pretende. Um vácuo tremendo, um zero.
posted by VLX on 5:27 da tarde
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O CARTAZ DO SIM DO PCP: Se falta honestidade e seriedade ao cartaz do Bloco de Esquerda, então o do PCP é completamente enganador e falacioso (numa tradição comunista de quase 90 anos). Num fundo amarelo e com uma fotografia de duas netas com a avozinha (que, não se percebe bem porquê, olha as jovens de forma embevecida e orgulhosa), diz-se ainda no cartaz que "o aborto clandestino existe" e que "é urgente mudar a lei", concluindo-se "Agora SIM".
O mais incauto dos destinatários da mensagem pode ser levado a interessar-se pelo cartaz e respectivo recado. "É urgente mudar a lei", é urgente ser firme e determinado com aquele tipo de gente que, aproveitando-se da fragilidade das pessoas, explora estabelecimentos de prática de aborto clandestino em condições miseráveis e colocando em risco a saúde das pessoas, para já não falar das outras consequências. Deve-se investigar, encontrar e sancionar este grupo de exploradores das desgraças dos outros. SIM.
Mas não é isso que o PCP quer apregoar. O que o PCP nos quer dizer é que mudando a chamada lei do aborto e tornando-o livre se acabaria com o aborto clandestino, o que é uma falácia em que ninguém acredita. Na verdade, o aborto clandestino continuará a existir, sendo feito e explorado comercialmente por esse grupo de "profissionais" pelas mais variadas e diferentes razões: seja porque já foram ultrapassadas as dez semanas, seja porque as pessoas podem não querer fazer os abortos "às claras", em estabelecimentos devidamente autorizados. Com efeito, numa coisa parecemos estar todos de acordo (uns por convicção e outros por outro motivo qualquer): o aborto é uma coisa "má" e "terrível", não devia ser feito (ou, para uns, devia ser a última opção), não é uma coisa boa e não dignifica ninguém pelo que muitas pessoas continuarão a preferir o secretismo do aborto clandestino. Por outras palavras, mudando-se a lei, o aborto clandestino continuará a existir. Assim sendo, e na sequência das qualificações que os do SIM atribuem aos cartazes do NÃO, o cartaz do PCP é, ele também, desonesto e desprovido de seriedade.
INTOXICAÇÕES (I): A série abre com Claude Farrère ( "Fumée d'opium", 1901, tradução portuguesa de Teixeira Leite, Ed. Enciclopédia, Lisboa, 1949):
"A partir do décimo quinto cachimbo, o mal apaga-se a meus olhos. De um só olhar, abraço, então, cada efeito em todas as suas causas, cada gesto em todos os seus móbeis, cada crime em todas as suas desculpas. E as causas e as desculpas chamam-se legião, se bem que, juiz demasiado equitativo e demasiado lúcido, não possa nunca condenar, nem amaldiçoar - apenas absolver, lamentar, amar."
posted by FNV on 10:08 da tarde
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EXPERIÊNCIAS: Dois países " combateram - com estrondoso sucesso - a droga nos últimos 60 anos: A China maoísta e o Laos. Nada de relativismos nem de protecção a vícios, nada de programas de troca de seringas - nas cadeias ou fora delas -, nada de dinheiro públicos desbaratados com "drogados mimados e nauseabundos ". Em Fevereiro de 1950 é lançada em Pequim a cruzada anti-ópio que se cruza com diversos movimentos " reeducadores " e com a reforma agrária. Os opiómanos juntam-se às vítimas desse período: se depois da desintoxicação a frio reincidiam, esperava-os a morte ou a prisão. Em 1953 o problema do ópio já era residual. No República Democrática do Laos, o 7º Congresso do Partido Comunista , de 2001, estabelece a direcção: é feito o cadastro das aldeias produtoras, são criadas brigadas de educação para a saúde, são construídas pontes, estradas, hospitais, explorações agro-pecuárias alternativas à cultura da papoila. O apoio financeiro dos EUA ( 40 milhões de U$ entregues em 1999) e a assistência técnica do UNODC ajudaram ao milagre: de 2004 para 2005 o Laos reduz em 73% a superfície cultivada com a papoila e em 43% a quantidade de ópio produzido. Infelizmente, os cooperantes americanos assinalam um grão de areia na engrenagem cristalizado na popularidade dos ATS ( Amphetamine Type Stimulants) baptizados localmente de ya ba ( "medicina louca "). Pequeno detalhe: na República Democrática do Laos vive-se mais ou menos como se vivia na Polónia quando João Paulo II e Lech Walesa por lá começaram a fazer estragos. Os nossos bravos liberais podem pôr os olhos nestes bons exemplos do combate à toxicomania.
posted by FNV on 8:58 da tarde
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AND NOW for something completely different!
posted by NMP on 5:41 da manhã
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PROVÉRBIO DO DIA: Quem com porcos se mistura, farelos come.
posted by FNV on 12:52 da manhã
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VODOO:Trocar o sacrossanto direito à privacidade pela tentação de ajustar contas com Pinto da Costa vai sair muito caro. Tudo podia ter sido feito ( escrito) de outra forma, com a vantagem de nos poupar à lamechice da coitadinha galada pelos machos lusitanos. Depois, esta irreprimível tendência histérica: onde estavam estes valentes quando o dr. Bexiga foi espancado ( quase) em directo pela TV ou quando Rui Mateus ( esse sim, poupando-nos a detalhes de vão de escada) foi muito mais longe em matéria de denúncias ? Muita mão pronta a bater no peito pela obrigação da virtude, pela correcção dos media, pela salvaguarda da intimidade mesmo no mais renhido dos combates, e depois ele é isto. Cá estaremos para daqui a uns meses ver o que sobrou dos latidos desta piolharia de irresponsáveis.
O CARTAZ DO SIM DO BLOCO DE ESQUERDA: Dado que os do SIM tanto barulho fazem com os cartazes do NÃO (devem estar prestes a ser arrancados), passemos a analisar os cartazes do SIM. Vem-me à cabeça o do Bloco de Esquerda, que apela ao SIM para acabar com a humilhação. Qual? A da perseguição penal, dizem eles e revela-nos a fotografia. Ora, votar SIM para a sua vitória acaba com a humilhação a que se referem? Não. Aquele ou aquela que praticar ou efectuar abortos após as dez semanas terá na mesma de arcar com as consequências legais. De onde devemos concluir que a seriedade e honestidade não são qualidades do cartaz do SIM promovido pelo Bloco de Esquerda.
posted by VLX on 8:18 da tarde
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O QUE ESTÁ EM REFERENDO: Ainda a procissão vai no adro e já se começa a tornar demasiadamente ofensivo o modo pelo qual os defensores do aborto a pedido se insurgem contra os que pensam de maneira diferente. Não sei se é por se terem começado a assustar com os números, se é por não terem argumentos para sustentar o aborto livre, mas têm-se limitado a proferir insultos gratuitos ou disparates. No outro dia, era Ana Gomes que acusava os médicos de não pretenderem o aborto para defenderem os "seus interesses" (não explicou quais nem ninguém a percebeu). Ainda há pouco, no DN, Fernanda Câncio disparatava sobre os corações dos bichos, numa confusão total e como se fosse isso que estivesse em causa, considerando desonestos os defensores do NÃO por força do cartaz que chama a atenção para o facto (para eles aparentemente irrelevante) de "bater um coração". Vem agora Joana Amaral Dias, também no DN, insurgir-se por causa do mesmo cartaz (felicito quem o idealizou, assim se vê que está mesmo bom). Joana Amaral Dias diz que pretende discutir o assunto de forma séria (sugerindo que os outros não o fazem) e, depois de umas quantas considerações completamente descabidas, conclui ufana que o que vai a referendo não é o começo da vida. Pois não, Joana: é o fim. E a pedido.
posted by VLX on 8:06 da tarde
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E A PROPÓSITO: De chineses, estava eu a ler mais um capítulo das atribulações do comissário Lin nas vésperas da I Guerra do Ópio, quando aprendo mais qualquer coisa. Lin descreve um banquete que Ch'i-shan ofereceu aos rebeldes ingleses e que começou às nove da noite, a hora da Cobra.
posted by FNV on 12:42 da tarde
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KOUYU: Uma equipa da Universidade da Califórnia, Irvine, liderada por Fan-Gang Zeng, descobriu que quem ouve mandarim serve-se primeiro da metade direita do cérebro, normalmente utilizada para processar a música. Está explicada a razão pela qual consigo ser um razoável aluno na aprendizagem dos hànzì ( caracteres ) e um péssimo na do kouyu ( chinês falado). Detalhes na edição de hoje do www.today.uci.com.
posted by FNV on 12:14 da tarde
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NO JARDIM ( ocidental) DAS HESPÉRIDES: Enganador, este sol que canta. No frio, o sol deixa ver tudo mais nitidamente, os jazigos parecem brilhantes, os mendigos quase sorriem. Nas cidades não temos memória da matança, da azeitona, do verdadeiro frio. Grutas apinhadas de sacos de compras e milhões de telemóveis dão-nos a sensação de comunidade. Lá está, é o sol a enganar, atrevido. Somos cada vez menos e cada vez mais bem mandados: consumimo-nos. Qualquer laço obrigatório é um fardo, qualquer aliança seca, uma seca. Fora do jardim fala-se de outro amor, menos enjoativo, e a beleza é morte. Por cá, continuamos a desprender-nos do mundo. E a roer pomos de ouro.
MENINOS (III): São cada vez menos e agora até os hoteis que não os aceitam são perseguidos. Crescem quase sem irmãos, metade são filhos de mães que funcionam a fluoxetina e hidroginástica. Os outros, os das famílias tradicionais, vegetam entre guetos imundos e centros comerciais. Vêem o pai comer a mãe e a tia, não precisam do canal 18, o bigode já lhes prova a cerveja mesmo antes da escola ficar para trás. Acordarão todos a tempo de salvar Veneza.
Mar de opinioes, ideias e comentarios. Para marinheiros e estivadores, sereias e outras musas, tubaroes e demais peixe graudo, carapaus de corrida e todos os errantes navegantes.