O HOMEM DO INTERRUPTOR: A notícia de que o PCP vai indicar Jerónimo de Sousa para dirigir os seus destinos no século XXI só nos dá uma novidade: já sabemos o nome daquele que vai fechar a luz...
posted by VLX on 2:04 da manhã
#
(2) comments
VERGONHA: Uma comissária escolhida por Barroso, Nelly Kroes, tem ligações à Lockheed. Ana Gomes, eurodeputada e co-autora do blogue Causa Nossa (link directo indisponível, as minhas desculpas) levanta uma interessante questão. Indagando se existirá alguma multinacional que "não tenha usado os serviços da senhora", Ana Gomes pergunta de seguida se "será que tanto talento empresarial não se explica por costela de antepassado judeu/cristão-novo português da senhora ?"( Kroes lê-se Cruz)
Explica, explica. Como se explica fácilmente que os negros ganham corridas de velocidade porque lhes está no sangue fugirem como escravos dos respectivos donos. Como se explica Hitler pelos genes dos alemães que os predispõem para o nazismo. Tudo se explica quando se odeia com facilidade e se pensa com dificuldade.
posted by FNV on 1:57 da manhã
#
(6) comments
REVOLTAS À MÁRIO SOARES: Das pouquíssimas coisas que me impressionam no Dr. Mário Soares destaco a sua extraordinária resistência física - que lhe possibilita andar sempre de um lado para o outro - e a sua excepcional capacidade de dizer disparates inimagináveis por onde passa. São dois atributos que ele possui - qual deles o maior - que não param de me surpreender. É certo que eu bem podia assobiar para o lado e dizer, como a grande maioria agora faz, que o homem está tolo, que não se deve ligar ao que diz, que se deve deixá-lo dizer o que quiser, que já não é para levar a sério, etc., etc., etc.. Eu não tenho a certeza disso. É bem certo que até José António Saraiva abandonou o seu ensosso estilo e o criticou forte e feio, dizendo que ele não percebia nada da realidade americana e que demonstrava não ter respeito pela democracia. Ora se até Saraiva o critica, isso só pode revelar o declínio e a decrépita respeitabilidade que Soares merece (também tu, perguntava o velho leão moribundo...).
Mas eu continuo na minha: não tenho a certeza de que Mário Soares esteja tolo. Parece-me antes que este político - que ainda há uns anos se gabava de ter deixado nas cadeiras do poder os seus apaniguados - está mortalmente ferido de ódio. Ódio por ter visto o filho ser escorraçado porta fora da Câmara de Lisboa, ódio por terem mostrado à mulher a porta da rua, ódio por ter visto o seu Guterres escapulir-se pela porta dos fundos, ódio por Sampaio não lhe ligar nenhuma e lhe dar com a porta na cara, ódio às portas, ódio ao Portas, ódio, ódio, ódio. Ódio que lhe turva provavelmente a vista e seguramente o raciocínio. Ódio que o faz proferir inúmeros disparates por onde quer que passe e abra a boca.
Daí que nesta bela cidade do Porto tenha soltado aquela enormidade de que o país já teria tido uma revolta militar se não fosse o facto de pertencer à União Europeia. Podia ter soltado um soluço ou outra coisa pior mas saiu-lhe isto ao microfone. Se Mário Soares fosse tolo, a gente nem deveria ligar pevide, realmente. Mas como ele ainda não deve ser tolo nenhum e estas coisas saem-lhe por causa dos seus conhecidos rancores, convinha que lhe fizéssemos ver que as tolices que profere são ofensivas: ofensivas para as Forças Armadas, que não têm de sofrer estas acusações imbecis nem têm nada a ver com o azar que Soares possa ter ao respectivo Ministro; ofensivas para o Governo de Portugal e para o regime democrático que o colocou a governar; ofensivas para o povo português, que Soares deve considerar mentecapto; e ofensivas para Portugal, que Soares supõe disciplinado apenas por causa dos seus amigos europeus (vou deixar aqui de lado a tentativa de incitamento à rebelião, para ter que escrever amanhã).
Estas coisas devem ser explicadas a quem profere afirmações idiotas apenas movido pelo ódio e pelo rancor, para ver se ainda há remédio. É claro que se não foi isso que o moveu, então devemos mesmo assobiar para o lado e não lhe ligar nenhuma porque ele deve estar mesmo tolinho de todo. E aos tolos a gente diz que sim e pronto.
NA MOUCHE: Pacheco Pereira no seu Abrupto ( link directo indisponível) classifica a reacção da esquerda bloquista/bem nascida a Jerónimo de Sousa o operário, como evidenciadora da condição de classe. Fui aos blogues da esquerda bloquista ( aos principais) saber de novas e nada, népias, zero. Ou estão ainda atarantados ou estão a preparar a resposta em grande estilo. De qualquer modo deve ter doído.
posted by FNV on 10:17 da tarde
#
(1) comments
SOMBRAS: Por um lado ainda bem que não se falou mais no assunto, por outro é pena que ele não tenha sido esclarecido. Refiro-me à notícia da SIC de 3ª feira passada segundo a qual Carlos Amaral Dias teria declarado após "ter efectuado uns testes, que Carlos Cruz não era pedófilo nem homossexual". É bom que tal disparate não tenha sido difundido, mas é mau que Amaral Dias não tenha desmentido a notícia. Não acredito, de todo, que o Carlos tenha alguma vez dito ou escrito uma coisa dessas, pois sabe tão bem ou melhor do que eu que não existe nenhum teste que certifique a ausência ( ou a presença) dessas características numa pessoa. Teria sido útil ter desmentido a notícia.
Declaração de interesses: ligam-me ao Carlos Amaral Dias, há muitos anos, laços de amizade, profissionais e até familiares, mas tal não me impede de dele discordar inúmeras vezes. Na situação presente nem é disso que se trata, trata-se de uma simples questão de confiança no discernimento científico de um velho amigo e colega.
posted by FNV on 4:45 da tarde
#
(1) comments
INCLINAÇÃO CONSENSUALIZADA: É a nova terminologia para uma prática de décadas: a da eleição do secretário-geral do PCP! Julgamos que a Comissão Europeia já terá contactado o Comité Central para lhe ser facultado o acesso ao processo documental (meia página, que já estava pronta aquando do início da fase da "inclinação"...) desta "eleição", que poderá inspirar a aprovação (pós-referendo) da constituição europeia.
posted by Neptuno on 4:21 da tarde
#
(0) comments
MÁRIO SOARES EM SFOGATO: Então será mais ou menos assim: "Se não estivessemos na UE já tinha havido um golpe de Estado militar".Por outro lado, se não estivessemos na UE Barroso não tinha ido para presidente da Comissão. Se Barroso não tivesse ido para a Comissão, Santana não tinha sido nomeado primeiro-ministro. Se Santana não tivesse sido nomeado primeiro-ministro ainda tinhamos Barroso. Se não tivessemos Barroso, é porque ainda tinhamos Guterres. Se ainda tivessemos Guterres, ainda tinhamos Santana na Figueira e João Soares em Lisboa. Se não tivessemos Guterres, ainda tinhamos Cavaco. Se ainda tivessemos Cavaco, ainda tinhamos Mário Soares na presidência da República.
É no que dá viver desfazado do seu tempo.
posted by FNV on 3:07 da tarde
#
(0) comments
OUTRAS PERGUNTAS POSSÍVEIS SEGUNDO A A.R.: 1. "Concorda com o preâmbulo, a definição e objectivos da União, a cidadania da União, as competências da União, a regra da maioria qualificada, o novo quadro institucional da União, as outras instituições e órgãos da União, as regras sobre exercício das competências da União, as disposições específicas, as regras sobre cooperações reforçadas, o regime da vida democrática da União, as disposições sobre finanças da União, as regras sobre a União e os Estados vizinhos, as normas sobre a qualidade de membro da União, a Carta dos direitos fundamentais da União, bem como com os protocolos anexos, tudo nos termos constantes da Constituição para a Europa?"
[rejeitada por não exaustiva]
2. "Concorda com:
[seguia-se o texto da Constituição]"
[rejeitada por, devido ao gasto de papel, levar a ultrapassar o limite do défice de 3%]
posted by Velho do Restelo on 10:16 da manhã
#
(0) comments
EM COLONO: A sentença de J.L.Peixoto, refrescada pelo P.C. no post anterior, é também a herança de Édipo em Colono. Sepultado e escondido graças a Teseu, leva consigo a redenção e a culpa. O mistério do seu túmulo, sou o lugar onde a morte está, portanto indizível e secreto, é a memória do perdão e da esperança.
BOA NOTÍCIA: "E sei que agora estamos fechados num tempo imóvel. Não existe já a manhã, ou o dia, ou a vida para lá deste quarto sombrio. Só a pouca luz que atravessa a porta da rua, a cozinha e, finalmente, a porta do quarto, nos faz saber que existimos aqui. Somos o lugar onde a morte está. Sou o lugar onde a morte está".
José Luis Peixoto, autor de um dos mais terríveis e belos livros da literatura portuguesa contemporânea (Nenhum Olhar), escreve as primeiras palavras no Blogue de Esquerda: "Olá. Venho em paz. É muito bom estar aqui". Bem vindo, e esperamos pelo resto. A seguir.
posted by PC on 11:51 da tarde
#
(0) comments
SURREALIZAR POR AÍ: Terá sido Rui Gomes da Silva ou Morais Sarmento? Quem calou a imprensa nacional ( o Público por exemplo, sempre tão em cima do acontecimento quando um estudante é beliscado na barriga) e as TV'S? Quem as impediu de noticiarem a manifestação estudantil de ontem em Coimbra? Resta dizer que a manif reuniu apenas 200 estudantes ( é o melhor recenseamento do BE em Coimbra que conheço já que ao que parece o PCP pôs-se ao fresco) e que o "candidato radical ligado ao Conselho das Repúblicas", segundo o Diário As Beiras, declarou que "os estudantes não podem ficar a assobiar para o ar").
Liberdade de informação, já!
PS: estou de farto de avisar esta malta para se deixarem desta coisa das manifs, não têm jeito nenhum: os estudantes não aparecem, a polícia de choque não aparece (ontem foram humilhados com a presença de dois carros da "Escola Segura") e eles não aparecem nos telejornais nem na primeira página dos jornais. Cortem a ponte de Santa Clara, invadam o estádio da Luz, articulem três frases seguidas, qualquer coisa, caramba!
posted by FNV on 3:10 da tarde
#
(1) comments
ANTES DA FFL: O Comandante Zero deixou aí um desafio para passarmos imediatamente à desobediência civil em matéria de proibição de fumo. Bom, como diria Carvalho da Silva, nenhuma forma de luta está, de momento, excluída... Mas antes de lançar uma FFL (Frente Fumo Livre), gostava de me manifestar como cidadão e não como fumador. Muito mais importante do que os inconvenientes que a Lei Pura me vai trazer é compreendermos todos, fumadores e não fumadores, o que está em causa: uma limitação injustificada de direitos, através da protecção dos fumadores contra si próprios. Hoje é a proibição do tabaco, amanhã pode ser qualquer outra coisa que seja objecto idóneo da sanha dos salutistas.
Claro que é difícil conseguir a adesão da generalidade das pessoas a este discurso, por dois motivos: porque, numa sociedade onde todos têm o dever de ser saudáveis e de viver tanto quanto o permita a medicina, sabe-se que o tabaco faz efectivamente mal; porque temos de contar com o (justificadíssimo) ressentimento dos não-fumadores portugueses, por quem sempre se fez muito pouco.
Por outro lado, como começa a surgir, ao menos na blogosfera, alguma reacção à Lei Pura, não tarda que venham aí os argumentos mais extraordinários a favor da proibição absoluta. Por exemplo: o Estado não tem o dever de suportar os custos económicos e sociais das doenças dos fumadores. Ora, como deveria ser evidente, um doente é um doente, e o Estado não tem nada que olhar às causas da doença para separar os "bons" dos "maus doentes", de acordo com os seus estilos de vida. Sob pena de o SNS dever estar impedido de atender @s suicidas falhad@s em risco de vida, @s toxicodependentes, @s alcoólic@s, @s que contrairam um melanoma por excessiva ou inadequada exposição solar, as mulheres que abortaram em segredo e tiveram complicações, @s que tiveram acidentes rodoviários por excesso de velocidade ou manobras perigosas e, em geral, tod@s cujos problemas de saúde derivam de uma auto-colocação em risco consciente.
Bem... talvez seja melhor não lhes dar ideias.
posted by PC on 10:05 da manhã
#
(7) comments
A PESCADINHA: Santana Lopes, para muita boa gente, antes de ser primeiro ministro e líder do PSD já o era: populista, personalista, errático, inconsequente. É por isso que não me comovo muito com a racionalidade argumentativa daqueles que hoje pretendem demonstrar uma realidade política que já existia nas suas cabeças há pelo menos quatro meses. Ou seja, os factos servem apenas demonstar aquilo que já sabíamos.
Dir-me-ão que não há nada de errado nisto, e dado o caso em apreço até não me incomodo. Mas fica por saber como param as modas da análise política: se é feita sobre as coisas se sobre o desejo. É uma arma perigosa, a segunda configuração.
posted by FNV on 1:53 da manhã
#
(0) comments
FELICIDADE: Quando as pessoas meteram na cabeça que tinham o direito a serem felizes saiu a sorte grande aos psis. Assim como a cirurgia plástica começou por ser de reconstrução de tecidos lacerados por acidentes ou de correcção de anomalias genéticas e acabou no enrijar de mamas ou no encurtar de narizes.
As grandes desordens psiquiátricas são hoje controladas por neurolépticos e outros inibidores do pathos, as psicoterapias reservadas ao seres humanos que não suportam coisas outrora triviais como a solidão, a tristeza ou o desconsolo. A satisfação das necessidades básicas e a facilidade de obtenção dos artigos de prazer sensorial tornou-nos incapazes de tolerar a frustração. O amor, por exemplo, só é concebido na sua forma material, isto é, na gratificação obtida. Amar por amar, pelo desejo de, é hoje coisa de loucos. A morte, território deserto de recompensa, também não encaixa no nosso demencial horizonte de pontos ganhos, de objectivos a cumprir. Estamos cada vez mais sós.
MAIS UMA RAZÃO PARA FUMAR: Não correr o risco de suceder a Jorge Gabriel no Prémio para o Melhor Não-Fumador (!) de 2005, instituído por uma agência cujo nome não fixei.
posted by PC on 11:18 da tarde
#
(0) comments
OS NOVOS SALUTISMOS... EM CASA: Escrevia eu ontem sobre a moderação inglesa na perseguição aos fumadores e leio hoje... isto.
Espero que os fumadores saibam reagir adequadamente, restringindo ao mínimo as suas idas a bares e restaurantes. Pessoalmente, é o que tenciono fazer. E quando tiver de ser... mascar tabaco e cheirar rapé - e as inerentes acções de cuspir o tabaco mascado e espirrar - não vão ser proibidos, pois não?
Act.: Vários posts a ler, sobre o assunto, no Blasfémias e no Desesperada Esperança.
posted by PC on 6:15 da tarde
#
(4) comments
MAIMÓNIDAS: Numa parte da sua Epístola aos judeus do Yemen, Maimónidas ( ou Maimonides) exorta os seus à prudência na relação com o Islão dominador: Obedeçam, calem e suportem. Mesmo que isto intensifique a violência dos muçulmanos, agir de outra forma traria ainda piores consequências. O código moral da Epístola do judeu de Córdova destina ao povo eleito uma redenção contínua dos seus pecados mortais: ide para o deserto, não pensem na família ou nos bens que deixaram para trás.
Maimónidas por alturas de 1177 entendia que a credulidade dos judeus ( na sua superioridade) levava à sua humilhação e ruína. A Epístola, não tendo o fôlego do Guia é no entanto perturbante se a quisermos ler à luz do problema da coabitação entre muçulmanos e judeus. O exôdo contínuo salva aqueles que estarão prontos para quando Deus os chamar, mas impede-os de pregar e ensinar onde são perseguidos. Ele próprio no entanto pregou na Palestina, no Egipto, sempre no exílio. Uma formulação paradoxal da tolerância e da partilha, mas também da resistência, que a História tem ajudado a rejuvenescer.
posted by FNV on 1:08 da tarde
#
(0) comments
É AMANHÃ: Na SporTV às 21.30h, que poderemos todos ver o dia a dia da águia "Vitória", a rapace que abençoa os jogos do superlativo S.L.Benfica no seu estádio. A "Vitória" vive no Algarve, num parque de protecção a espécies ameaçadas ( espero bem que não viva em Querença...) onde ao fim do dia namora com o seu parceiro, uma águia macho de seu nome "Glorioso". Longa a vida a ela e ao seu treinador com apelido blogosférico, Juan Barnabé.
SENÕRES & MANOLOS: A época está a acabar, e este ano do Guadalquivir nem o cheiro me chegou. Paciência, vou-me entretendo com outros espectáculos de manolos e senõres, menos interessantes, sem verónicas nem naturais mas com abundância de cornalões. Por exemplo, a faena murcha dos senõritos satisfechos ( abaixo de manolos, digo eu e dizia Gasset) que treparam lestos desde o Julho sampaísta mas que acabarão a vender ingressos à porta da plaza.
Existem no entanto manolos que nos conquistam pela sua bravura, pela arte de dominar o medo. Álvaro Guerra conta-nos a história de um que afrontava a morte em trasteio de cortar a investida. Uma porteña aficionada atira-lhe: pensas que eres Curro Romero? Como se o manolo insistisse e triunfasse, um senõr de puro entalado nos dedos concede-lhe: Viva la madre que te parió! Nos toiros como na vida, há de tudo. É preciso é saber esperar.
posted by FNV on 9:52 da tarde
#
(0) comments
OS NOVOS SALUTISMOS: O Governo inglês publicou o seu livro branco sobre a saúde, onde se propõe "banir" o fumo da generalidade dos locais de trabalho, bem como dos pubs e bares que sirvam comida preparada na cozinha, mostrando-se assim mais moderado do que os seus congéneres irlandês e escocês, que preferem o "total ban" em lugares públicos. Além disso, o Governo britânico propõe-se "combater" outros problemas graves de saúde pública, como a obesidade, doenças sexualmente transmissíveis e o abuso de álcool.
Em suma: os tempos não estão fáceis para quem gosta de fumar, comer, beber e sacrificar no altar de Vénus.
Pessoalmente, tenho a maior simpatia pela protecção dos não-fumadores, e não só por razões de saúde. Compreendo que devam existir bares, restaurantes, ginásios, etc., exclusivamente para não-fumadores (as "separações de áreas" são, quase sempre, ineficazes).
Só não me consigo convencer de que não possam existir restaurantes e bares inteiramente para fumadores (e simpatizantes), aí se incluindo quem lá deseja trabalhar.
A não ser que se trate de proteger os bares de não-fumadores da concorrência. Mas, se for assim, onde está a tal maioria silenciosa e sofredora?
posted by PC on 6:59 da tarde
#
(2) comments
UM AUTOR À PROCURA DE UMA PERSONAGEM: Paulo Portas, há minutos na SIC-N: "Os portugueses conhecem-me: não mando recados nem faço cenas.
450: Quatrocentos e cinquenta magrebinos trabalharam sob a direcção do arquitecto Maurice Manton na construção da Grande Mesquita de Paris, entre 1922 e 1926, um velho sonho do sultão otomano Abdulahmid. Isso foi possível numa ordem imperial que se reclamava da hierarquia das civilizações. O nosso tempo, herdeiro de velhos fantasmas, obriga a uma redefinição dessa hierarquia. Ninguém está seguro, nem nós nem eles, quando a regra volta a ser o jogo. Obrigatório portanto voltar a Maimonides e à sua Epístola ao Yemen, mesmo que datada de 1172. Voltarei, voltarei...
posted by FNV on 11:47 da tarde
#
(0) comments
OS AMIGOS DE ALEX: Boa parte da tripulação desta nau reuniu-se no passado sábado com outros marinheiros de outros portos, conhecem-se todos há mais de vinte anos, alguns há mais de trinta. Fazem esta reunião regularmente uma vez por ano, numa casa perdida na serrania da Lousã, comem queijo e chouriço, bebem e fumam muito. Este ano vieram com as crianças, mesmo os que não as têm.
Gosto de imaginar que à medida que o ritual se repetir e as cadeiras forem ficando vazias, os filhos dos que partirem ocuparão os lugares dos pais. Assim sucessivamente até que a reunião anual seja feita apenas pela segunda geração. Nessa altura os filhos contarão as histórias mil vezes repetidas pelos pais, e como eles, rirão até às lágrimas. Literalmente.
posted by FNV on 11:26 da manhã
#
(1) comments
DE VOLTA!: A IF está de novo no ar, na RUC (107.9). As versões on-line serviram para disfarçar a falta, mas isto é uma coisa diferente. Parabéns, Francisco!
QUEM MORREU? Qualquer telespectador menos atento pensaria que tinha voltado a morrer qualquer pessoa de um nível da Madre Teresa de Calcutá. Na quinta-feira, pelas 21 horas, alguns dos blocos noticiosos das televisões ainda andavam no mesmo. Já se tinha visto o avião a levantar, depois no ar, por fim a aterrar. Durante a semana, estivemos todos pendentes das notícias do numeroso bando de jornalistas à frente do hospital francês sobre a saúde do homem, a ver se morria ou não, se estava ou não já enterrado (não me movendo qualquer simpatia por ele, não deixo de considerar a atitude dos pretensos jornalistas perfeitamente ignóbil para todos aqueles que o queriam bem). Cá dentro, no nosso paupérrimo país, toda a gente convidada a falar admirava o quase-morto. Até Freitas do Amaral, do alto daquela bizarra coluna vertebral só comparável ao seu percurso político dos últimos 35 anos, falava bem dele. No Público de sexta-feira, não obstante o editorial de JMF, havia um caderno que incluía sobre o Arafat e a OLP um daqueles quadros cronológicos: curiosamente passava de 1970 para 1974, esquecendo o triste e célebre episódio de 1972, em Munique. Contudo, convém que a gente não se esqueça da verdade para a recordar aos nossos filhos: "Arafat personificou o terrorismo, o assassínio deliberado de civis", como escrevia Vasco Rato no Indy. Não branqueemos a história.
posted by VLX on 1:52 da manhã
#
(5) comments
CONGRESSOS: No congresso deste fim-de-semana têm-se destacado dois grandes nomes, o de Marques Mendes e o de Morais Sarmento. Por eles se discutem as duas opções que se digladiam. Ambos proferiram importantes discursos, textos que, costuma o povo dizer, tinham todos os éfes e érres. Ou quase.
posted by VLX on 1:27 da manhã
#
(3) comments
PRESIDENCIAIS: Se Guterres e Cavaco sempre se defrontarem, este último acabou de ganhar as eleições. Não o digo pelo que se passou em Barcelos, digo-o pelo que se passou em Madrid. Se a equipa de Cavaco for certeira, bastará passar repetidamente as imagens do encontro dos dois em Madrid e do respectivo cumprimento: de um lado, Guterres, atrás de outras pessoas, por entre outras pessoas, enviesado (como sempre), estendendo a mão manifestamente mole (como sempre), deixando cair a franja (como sempre), deixando cair a pasta que segura timidamente, venerando, atento e insignificante. Do outro lado um Cavaco direito, alto, levantado, espadaúdo, num fato de bom corte (!), estendendo a mão num aperto forte e decidido, de quem sabe o que faz e o que quer. Por fim - mostrava a reportagem - uma fugaz imagem de Guterres correndo corredor fora, agachado, encolhido, escapulindo, fugindo. Num mundo rendido às imagens, numa época de imagens, estas valem milhões, valem uma presidência. Acho que deram na SIC.
posted by VLX on 1:18 da manhã
#
(2) comments
TIMBER!... Sejam quais forem as novidades turísticas que aparecerem, as praias paradisíacas, os locais maravilhosos, passem-se os anos que se passarem, sucedam-se os acontecimentos que quiserem, continuo a achar que a Madeira é um dos melhores destinos que há. Claro, por vezes - como agora - até gosto do Estoril (pessoa de dois amores...). Mas do que gosto mesmo é da Madeira. É da madeira que sai aquela frinchazinha, aquela farpa pequenina que dói, que magoa, que não sai, que se finca nas unhas e irrita, que faz chorar, faz parar, ficar para trás. É também da madeira que se fazem bons varapaus, castigadores, justiceiros, capazes de repor a ordem natural das coisas. Da madeira se fazem estacas, firmes, grossas, que possibilitam grandes construções, grandes feitos, grandes conquistas. E, estando na Madeira, no seu ponto mais alto, olhando em volta, só se vê azul, azul, azul, da cor do mar...
Mar de opinioes, ideias e comentarios. Para marinheiros e estivadores, sereias e outras musas, tubaroes e demais peixe graudo, carapaus de corrida e todos os errantes navegantes.