A PRAIA: A Esquerda da blogosfera reforça-se. O Ivan Nunes lançou a sua Praia, local onde apetece cada vez mais estar com este calor. Votos de boas vindas.
A ESTRELA POLAR: A tripulação do Mar Salgado foi substancialmente reforçada quando passam dois meses sobre o início desta navegação. É boa altura para relembrar as palavras que nos serviram e servem de mote e guia:
Mar
Mar, metade da minha alma é feita de maresia
Pois é pela mesma inquietação e nostalgia,
Que há no vasto clamor da maré cheia,
Que nunca nenhum bem me satisfez.
E é porque as tuas ondas desfeitas pela areia
Mais fortes se levantam outra vez,
Que após cada queda caminho para a vida,
Por uma nova ilusão entontecida.
E se vou dizendo aos astros o meu mal
É porque também tu revoltado e teatral
Fazes soar a tua dor pelas alturas.
E se antes de tudo odeio e fujo
O que é impuro, profano e sujo,
É só porque as tuas ondas são puras.
Sophia de Mello Breyner Andersen, Poesia I
posted by NMP on 4:52 da tarde
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MARXISTAS DE TODO O MUNDO, TREMEI!: Apesar de não podermos comparecer aqui reproduzimos o comunicado da Direcção da União dos Blogues Livres (via Marretas). É caso para dizer: tenham medo, muito medo...:
INDEPENDENCE DAY Hoje comemora-se o Dia da Independência do Império que nos dá de comer. Mais logo à noite, os súbditos do Uncle Sam na blogosfera portuguesa reunem-se num local secreto da capital para conspirar contra canhotos, franceses e ditadores não-cooperantes.
DIRECÇÃO DA UNIÃO DOS BLOGUES LIVRES
posted by NMP on 4:41 da tarde
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ARTILHARIA PESADA: Corre um rumor na blogosfera de que se prepara um novo blogue. De seu nome Causa Nossa. Com a participação de Ana Gomes, Eduardo Prado Coelho, Elisa Ferreira, Jorge Wemans, Luís Nazaré, Luís Osório, Maria Manuel Leitão Marques, Vicente Jorge Silva, Vital Moreira. São boas notícias. Mais gente inteligente com quem discutir. A esquerda diz-se em minoria na blogosfera, mas prepara-se para contra-atacar com artilharia pesada.
O anúncio do blogue é curioso e levanta uma pertinente dúvida. Afirma-se aí que vai começar daqui a um mês. Terão nomeado uma comissão para editar o livro branco do blogue e preparar o seu lançamento ?
posted by NMP on 4:01 da tarde
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HEBDOMADÁRIO DE BORDO II: No Expresso da semana passada, José António Saraiva volta a insistir na vocação atlântica de Portugal. De um ponto de vista, digamos, poético, a ideia tem genealogia, tem charme e tem futuro. Como opção estratégica já é mais duvidosa. Mas o que me importa aqui é o seguinte: JAS escreve como se a iniciativa "trágica" da integração europeia se devesse exclusivamente a Mário Soares. Ora, na altura, JAS já era crescidinho - e não me lembro de o ver criticar a dita iniciativa. Nem, aliás, da oposição política dos restantes partidos (à excepção do PCP; em 1985, Manuel Monteiro ainda vinha longe). Afinal, caro JAS, a Europa foi uma opção acertada de quase todos nós - ou uma opção "trágica" de um só homem?
posted by PC on 4:01 da tarde
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DESCONCERTANTE: José Lello declara ao Independente que o PS ainda não está preparado para ser alternativa ao Governo. É um caso de múltipla personalidade. Com oscilações típicas de um génio. Entre o marialvismo (declarações na Madeira sobre o PS e os gays), o disparate singelo (sobre a ida a Sevilha dos deputados) e a lucidez mais cristalina (agora).
posted by NMP on 3:52 da tarde
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PENITÊNCIA: Desde que blogo, hoje era o dia mais aguardado. O jantar da União dos Blogues Livres, onde iria ter a possibilidade de conhecer os cavaleiros da Liberdade da blogosfera. Afazeres profissionais e pessoais inadiáveis impedem o Mar Salgado de estar presente. A falta de planeamento adequado da nossa agenda que esta falha denuncia merece um castigo. Aplicarei em mim e ao pessoal da galé desta nau cinquenta vergastadas bem medidas.
posted by NMP on 3:44 da tarde
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BY THE WAY: O Mar Salgado começou por ser um projecto unipessoal e solitário. Uma mistura de diário pessoal, de jornal de parede, de página de comentários e divulgação. Certamente uma manifestação de umbiguismo, de egomania, de sublimação pública das minhas íntimas frustrações e mais um monte de coisas que alguns dizem ser as principais motivações dos bloggers. Com o tempo e o aumento da exposição da blogosfera e deste blogue, esta embarcação teve a felicidade de ver reforçada a sua tripulação. Assim está na altura de fazer um ponto de ordem:
- O administrador do blogue e comandante desta nau é Nuno Mota Pinto e assina NMP.
- Pedro Caeiro, contra-mestre deste galeão e o peixinho vermelho deste nosso mar, assina PC.
- Filipe Nunes Vicente, recente reforço, assinará FNV.
- Neptuno, o nosso divino inspirador, assina Neptuno.
- O Velho do Restelo assinará O Velho do Restelo.
Não há desdobramentos de personalidades: estes nomes correspondem a cinco pessoas diferentes. Que vivem e trabalham em locais diferentes: Lisboa, Coimbra, Madrid e Barcelona. Surgirão certamente questões de difícil gestão: por exemplo a compatibilização entre quem dá a cara e o nome e quem assina sob pseudónimo. Mas estamos cá para isso e para mais tarde reflectirmos sobre as implicações desta situação.
Os textos são da exclusiva responsabilidade individual de quem os assina. Nunca se praticou, não se pratica nem se praticará qualquer tipo de censura nesta escuna. Os limites da escrita serão única e exclusivamente ditados pela consciência individual de quem aqui escreve. A seu tempo pensaremos em actualizações e modificações no template e na introdução da função de comentários.
Mantemos com muito orgulho e honra a nossa filiação na União dos Blogues Livres, uma vez que o seu ideário anti-totalitarismo marxista na blogosfera corresponde à tendência maioritária deste blogue. Mas somos e seremos uma página pluralista (o nosso contra-mestre PC certamente se encarregará de o assegurar com brilhantismo).
Muito obrigado pela atenção dispensada.
posted by NMP on 3:15 da tarde
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REFORÇOS: O Mar Salgado pode anunciar a contratação de mais dois reforços após aturadas negociações. O velho lobo do mar Filipe Nunes Vicente (FNV) que vem reforçar a tendência maioritária deste blogue. Com a sua cultura eclética, o seu militantismo e a sua capacidade (psic)analítica, o FNV é o que se designa como uma daquelas contratações que marcará o defeso da blogosfera.
Como provedor dos leitores, verdadeiro grilo falante deste blogue, anunciamos que O Velho do Restelo passará a assinar posts no Mar Salgado. As suas propostas de temas e de discussões confrontar-nos-ão com caminhos alternativas aos que vamos trilhando. Como bom Velho do Restelo, a sua missão será a de alertar para os perigos e opções erradas a que a aventura de descoberta da blogosfera nos poderá conduzir.
P.S. - O Velho do Restelo não é o Mário Mesquita.
posted by NMP on 2:53 da tarde
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DON'T MENTION THE WAR!: O incidente Berlusconi tornou-se subitamente no assunto fundamental da União Europeia. Creio que o fenómeno é muito mais complexo do que parece. Suspeito que vou ser muito mais "de direita" (seja lá o que isso quer dizer) do que o resto da tripulação do Mar Salgado neste ponto, mas tenho que dizer o seguinte:
Primeiro: embora não goste de Berlusconi nem do que ele representa, não acho que seja caso para se falar de um "Orror di patria". Foi uma intervenção descortês, deslocada, tal como o discurso de Schulz sobre os receios de contágio da União com os "vícios" italianos - mas o Parlamento Europeu é um órgão político, sujeito às vicissitudes da vida política (como se demonstrou, aliás, com a vergonhosa exibição da sua ala esquerda durante o discurso de Berlusconi). A resposta de Schulz, invocando o respeito pelas vítimas do fascismo, suspende-me, lembrando-me o fabuloso cartoon do grande Reiser "Ach, la guerre, gross malheur".
Segundo: é tempo de os alemães saberem conviver com a menção ao regime torcionário do Reich. No século XXI, no contexto daquela luta política, é inadmissível que o Estado alemão reaja a essas referências como se alguém tivesse saltado para a cueca da sua única filha virgem. Essa é uma atitude que me enoja e revolta há muito tempo e que, hoje, não tem a mínima razão de ser. Aconselho a todos a (re)visão do hilariante episódio da série Fawlty Towers "The Germans", de onde tirei o título do post.
Terceiro: No momento em que se discute uma Constituição para a Europa (Vital Moreira, Jorge Miranda), não é despiciendo notar como questões desta natureza são capazes de criar atritos (ao que parece, tão graves) entre os povos europeus e os seus representantes. Nem se diga que isso se deve, apenas, ao carácter "anormal" de Berlusconi, pois o bobo apenas deu voz a ressentimentos calados que estão gravados no coração da "Europa profunda". Se qualquer Constituição aspira a (tem de) ser um instrumento de consenso mínimo, reflictamos um pouco sobre um "povo europeu" (?) que se deixa partir desta forma.
Quarto: Não vejo que ligação pode ter o incidente Berlusconi com a "paixão cega" da esquerda, com o referendo da regionalização, ou com a governação socialista no Portugal do fim dos anos 90. Mas estou certo de que Neptuno, na sua divina sabedoria, esclarecerá o seu críptico post tão brevemente quanto lhe seja possível.
MAMMA MIA (2): A propósito do comportamento do truculento PM italiano, mais uma vez podemos avaliar como a esquerda convive mal com a democracia. A pretexto de alguns dislates, o Sr. Berlusconi torna-se um alvo a abater, um cancro a expurgar de uma Europa que vingará (nem que seja à força) no socialismo. Não interessa se foi eleito (duas vezes) pela maioria dos italianos.
Casos como este são inúmeros. Os portugueses rejeitaram a regionalização, logo, há que repetir esse referendo tão cedo quanto possível, já que os portugueses não votaram como a esquerda quer.
A esquerda é uma paixão. E a paixão cega. E é pena que essa cegueira não permita que os "apaixonados" que espontânea e vigorosamente se levantam agora contra o "tenebroso" Berlusconi tivessem a mesma censura perante a gestão-danosa/ruinosa-seguida-de-fuga, embalada em clichés da mais descarada demagogia e dignos de vendedor de carros usados, que caracterizou a mais recente governação socialista.
posted by Neptuno on 7:05 da tarde
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ESTADO DESTE BLOGUE: Como se depreende da leitura dos sete últimos posts o nosso estado não é famoso. Após uma troca de e-mails com amigos em redacções das televisões, fomos atingidos por um vírus informático de nome sounbyte.txt, o que gerou estes textos. O minimalismo argumentativo de baixa extracção e o trocadilho barato transformaram-nos por momentos numa Voz do Deserto de trazer por casa.
posted by NMP on 2:23 da tarde
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ESTADO DA NAÇÃO (7): Para alterar o estado das coisas, a nação tem de reformar o Estado.
posted by NMP on 2:04 da tarde
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ESTADO DA NAÇÃO (6): A nação tem estado a viver acima das suas possibilidades.
posted by NMP on 2:03 da tarde
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ESTADO DA NAÇÃO (5): Para sair do actual estado, o povo da nação deve ser instado ao empenho e ao trabalho.
posted by NMP on 2:01 da tarde
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ESTADO DA NAÇÃO (4): A nação parece por vezes confundir bom estado com bom estádio.
posted by NMP on 1:59 da tarde
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ESTADO DA NAÇÃO (3): O estado da Economia não é bom, entre outras coisas, porque há demasiado Estado.
posted by NMP on 1:56 da tarde
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ESTADO DA NAÇÃO (2): Falta por vezes a alguns noção de Estado.
posted by NMP on 1:54 da tarde
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ESTADO DA NAÇÃO (1): Fomos, somos e por muito mais tempo ainda seremos um estado-nação.
posted by NMP on 1:53 da tarde
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PRONTO, JÁ ESTÁ: O homem é um desbocado. Já aqui escrevemos que algumas das suas atitudes não nos agradam e levantam desconfianças. Mas a esquerda europeia tem uma fixação em Berlusconi. No fundo acham que ele não tem legitimidade democrática. Para estes senhores, os italianos votaram todos sob manipulação. Esquecem-se que o próprio Berlusconi já perdeu eleições (o que para um manipulador tão eficiente é no mínimo bizarro).
O senhor agora ajudou à festa. Com um peculiar e macabro sentido de humor. Com falta de fair play (parece ter havido algumas provocações). E agora já está montado o circo mediático, sem limites e sem critérios.
Por cá a TSF noticiou com base na RAI (e o País Relativo reproduziu) que Durão Barroso teria cumprimentado Berlusconi pelas suas declarações. Pretende-se transformar este gesto anódino e meramente de circunstância diplomática numa ignomínia. Mais um pouco e todos os que alguma vez terão apertado a mão ao senhor vão ter de pedir desculpa.
Isto é um incidente menor e como tal deve ser tratado. A imagem de Berlusconi não sai muito bem, mas convenhamos que há coisas bem mais importantes para se discutir a propósito da Presidência italiana da União Europeia. O objectivo desta polémica é apenas provocar uma humilhação. E isso é tão mesquinho como a frase que lhe deu origem.
posted by NMP on 1:29 da tarde
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MAMMA MIA: Sílvio Berlusconi, presidente em exercício da UE, esteve à altura das expectativas ao discursar no Parlamento Europeu, onde se comportou como um elefante em loja de porcelana. No entanto, não consigo disfarçar o meu gozo pela presença deste "Sousa Cintra italiano" naquele albergue - cujos membros foram apropriadamente rotulados de "turistas da democracia" (a que eu acrescentaria "de luxo") - quando penso num qualquer gorducho alemão a retirar-nos a soberania sobre as nossas águas em favor dos espanhóis.
O MAR SALGADO: É um blogue generalista e pluralista (apesar de uma tendência maioritária do lado destro). Biografias dos autores (velhos lobos do mar) na barra da direita. Contactos e sugestões para lobosdomar@hotmail.com.
posted by NMP on 7:45 da tarde
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PAÍS ASSASSINO ?: Há alguns temas lançados na blogosfera que nos fazem tocar um sino cá dentro. É o caso do tema lançado pelo Abrupto e comentado no Aviz sobre a destruição da paisagem junto da EN 1. Foi a irresponsabilidade política de ontem, com a subida a concelhos de povoações que nem sequer grandes freguesias eram. Parecendo que não, estes dois factos estão bem interligados. Lembrei-me de um poema de Joaquim Manuel Magalhães (Laminagem) que tinha lido recentemente e que é, a este propósito, tragicamente lúcido e desencantado. Aqui fica (é um pouco comprido, mas bem menor que a amplitude da nossa auto-destruição):
Um país agora este imenso aterro
teve alguma vez colinas e montados
onde o olhar demorava, adormecia
e seguia uma alegria viandante?
Ou gente que chegasse a qualquer mar
de que não quisesse logo fugir?
Só o pastorial decrépito o suspirava.
Teve o que todos tinham, em quantidade escassa,
até cobrir-se de desterro e de ilegais
e em pano de fundo esse lagar
de suicidas e débitos e primeiras segundas gerações.
A farpa de aceitação de quem consome
o sem destino da consciência.
Um país; tornou-se um assassino.
Viverei os poucos verões até morrer
com este mundo de agressão em cerco.
Eu queria outro país, outro lugar
e tenho este infortúnio de leis amarrotadas
que não cumprem nem o violento nem o clandestino.
Um país de acasos,
um parque de campismo selvagem, um cimento apodrecido,
a música de sem abrigos nas estações de metro
enquanto não chegam comboios avariados
às plataformas de arte depredada,
um esboroamento sanguinário.
Até a linguagem me ergueu
me sabe a sarro e a arrabalde.
Não fossem as obrigações que nos garrotam
nos fazem monstros com a lassidão de herbívoros
talvez pudesse ter o interior abandonado
e chegasse a faca do sol e me cortasse
noutra penúria mais serena.
Ainda que me digam que não olhe,
eu vejo. Ainda que me digam faz ginástica
e a depressão desaparece, nada me resolve.
Os ruídos sobem de qualquer lugar,
sintetizadores, martelos, desabamentos
uma percussão alheia a qualquer justiça.
Nenhuma janela que não fale
da construção administrativa dos piores instintos.
Todo o lixo do humano feito sebo
em qualquer lugar. Ainda que me digam
que vivemos em democracia eu digo
que não sei. Nem direitos nem deveres.
Um sem remédio ancestral.
Morreu a casa. Matou-a
o que lhe coube por contemporâneo
contra a placidez. Os autorizados
pelo conluio e pela votação.
Morreu a casa. E o pior
é não poder partir. Os laços
já se juntaram em anestesia. Preso
por outro amor, que não entende,
que não ouve como a casa já morreu.
A alguns vemo-los em qualquer pousio
depois de fecharem as lojas
e nem se sabe o que vemos.
Aos balcões de cafés de azulejo,
com telemóveis pendurados nos cintos
e os cartões de crédito em dente na carteira.
Riem-se e batem nas costas
uns dos outros, entreolham e vigiam
se alguém diverso se aproxima
para largarem uma troça arcaica, e comem
com essa fome dos que não sofreram ainda
inquietações laborais ou crêem que virá
depressa o primeiro emprego.
Ao olhá-los melhor, aos seus afectos
de pessoal especializado em escuras economias
adicionais, vejo-os depois no verão.
Ao deus dará em todos os lugares,
em tendas velhas, em rulotes,
sabe-se lá onde vão cagar. E as mulheres
com os sinais exteriores da aspereza.
E as asas do inverno marítimo
auguram aluimento.
Eu queria que na cabeça parasse
o furor de tudo o que tomba,
a derrota do dia a dia,
mas será sempre o cabide do tempo
quem estende as garras
para nos alhear.
E os e-mail atravessam zonas sem remendo,
choças de tijolo com roupas a secar.
Assim armado o país.
As gentes em catástrofe deslocam-se,
deixam por testemunho o abandono e a inépcia.
Uma a uma, uma paisagem é trucidada.
Inchou a autarquias o país.
Atravessam-no a miséria e algum dinheiro
insolentes.
Um assassino
espreita outro assassino.
Os que destroem agora
podem exigir os torcionários que virão,
pois quem destrói pressente um chefe
e vai servi-lo.
E muitos hão-de sempre ser as vítimas
da liberdade que consente a violência
da violência que não consente a liberdade.
Um assassino o país. Com as suas leis
inúteis, a sua ordem por cumprir.
Só nos resta esperar então morrer?
Joaquim Manuel Magalhães, Alta Noite em Alta Fraga, 2001
posted by NMP on 7:37 da tarde
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MAIS LINKS: Votos de boas vindas à Aba de Heisenberg. Detectámos também o início de actividade de mais um blogue (neste caso nosso primo e companheiro de ofício na blogosfera) - o Oceanos. Este errante navegante é editor na vida real.
Por último o tolstoiano Guerra e Pas. Um campo de batalha de bons textos.
posted by NMP on 6:14 da tarde
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BECKHAM E A MORAL NACIONAL: O casal Becham, proveniente de Beckingham Palace, composto por um bom futebolista e por uma cantora mediana ex spice com pinta de sopeira, ambos conhecidos também (ou principalmente) pela extravagância e pela burrice, aterraram ontem de forma apoteótica em Madrid, onde eram esperados por uma multidão em completa histeria. O ION (Indice de Orgulho Nacional), que andava de rastos desde o Big Brother e quase sumiu quando o Toy encheu o Pavilhão Atlântico, voltou a registar uma animadora subida que se deve, em grande parte, ao exemplo espanhol. Dizem os especialistas que, exceptuando a inveja, "a nandrolona do ION é a desgraça alheia", situação em se enquadra o recente acontecimento.
Neste momento, decorre uma vigília organizada pela Associação dos Amigos do ION com o intuito de impedir Jardel de regressar ao país.
posted by Neptuno on 6:06 da tarde
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A CRISE ESTÁ PARA DURAR: Pelo menos até meio de 2004. É uma das conclusões do Relatório de Junho do Banco de Portugal apresentado otem por Vitor Constâncio. Segundo os dados deste relatório, a retoma da economia portuguesa está totalmente dependente da situação internacional. Porque não há margem no curto prazo para o aumento do consumo e investimento público (resultado da situação orçamental), nem para o crescimento acentuado do consumo privado (excessivo endividamento das empresas e das famílias). Resta esperar pelo aumento da procura externa, o que depende da retoma económica lá fora. As exportações serão o motor da saída da crise.
Cobertura completa da apresentação deste relatório aqui.
posted by NMP on 10:35 da manhã
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AINDA SOBRE A REFORMA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: Longe de mim meter a foice em seara alheia (wink, wink) e polemizar com o nosso Comandante sobre o papel do Estado contemporâneo. Até porque teríamos de recuar tanto na discussão para encontrar uma plataforma comum, a partir da qual pudéssemos dissentir, que não chegariam 10 blogues. E, sobretudo, porque se trata de um tema altamente secante; há gente que é paga para falar disso. De toda a maneira, sempre direi, de jeito acintosamente assassino: é um erro subestimar a "tralha ideológica" de que fala Vital Moreira, remetendo-a para um degradado "liberalismo serôdio". Ela está aí, como se vê, na ponta dos dedos, e tem muito pouco que ver com o liberalismo (isso fica para uma próxima).
Mais importante que tudo isto, é o facto de o Haddock deste blogue (um vosso criado, e sem insinuar que alguém seja o Tintin) poder ser aqui um verdadeiro contra-mestre. No Mar Salgado, nada de Dupont e Dupond. E eu gosto disso. Quando navego pelos outros blogues, ao ver (quase) tudo tão entrincheirado, sinto que o Mar Salgado é uma espécie de turista japonês em plena Faixa de Gaza.
EASY, BOYS!: A tripulação saiu melhor que a encomenda: só hoje já foram cerca de vinte posts sobre a reforma administrativa, novas e velhas bandas musicais, os efeitos da tequila na vida sexual, o Meu Pipi e saudações bloguísticas, etc. Calma aí rapazes, senão o comandante não aguenta a pedalada. Daqui a pouco adornamos.
Contactos com a tripulação do Mar Salgado para lobosdomar@hotmail.com.
posted by NMP on 8:25 da tarde
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SOBRE O ARTIGO DE VITAL MOREIRA (3): A questão do recrutamento é interessante. Porque de facto aqui tem de haver algum cuidado para evitar discricionaridades e injustiças. sobretudo num país em que a cunha é um desporto nacional. Mas VM falha o ponto.
Porque o principal problema da Administração Pública não é a sua «partidarização» mas a sua «funcionalização» total que enquistou os serviços. E esta situação não é superada senão se incluírem «mecanismos de mercado» no recrutamento (contrato individual de trabalho e prémios de produtividade). A Função Pública paga em média melhor que o sector privado (como aqui mostrámos com dados oficiais num post de há uma semana). Não atrai os melhores, porque estes sabem que estarão tapados na sua progressão por gente cujo único mérito foi andar por lá há mais tempo (a promoção por antiguidade dá este bom resultado). A «partidarização» é lamentável, mas seguramente um problema bem menor que este. Com tendência aliás para decrescer (os partidos têm felizmente cada vez menos influência na vida social e profissional).
É curioso que VM escreva este artigo quando reconhece a abrir que a reforma administrativa «...parte de um bom diagnóstico da situação actual, tem propósitos bem definidos e obedece a uma filosofia clara.» VM mostra logo de seguida ao que vem. Quando a despropósito menciona «..."a tralha ideológica" do neoliberalismo serôdio...» (uma expressão gratuita e perfeitamente reversível - é só substituir o liberalismo por socialismo). O tom do artigo e a defesa que faz do status quo são a prova de que a esquerda portuguesa padece de total incapacidade reformista.
posted by NMP on 8:09 da tarde
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SOBRE O ARTIGO DE VITAL MOREIRA (2): VM afirma que há três diferenças entre os serviços públicos e as empresas privadas. A saber "... primeiro, os interesses a prosseguir (pelo serviço público) são interesses públicos definidos pela lei e não interesses próprios de cada serviço; segundo, os meios e recursos são da colectividade e não recursos próprios de quem os tem a seu cargo; terceiro, a gestão pública está sujeita à lei (incluindo no exercício de poderes discricionários), não gozando da liberdade negocial própria da autonomia privada." Ora, isto não é uma verdade absoluta - é uma construção com base em conceitos jurídicos de Direito Comercial e Administrativo (propriedade dos recursos e primado da lei) que não responde ás questões de gestão que estão em discussão.
Quantas actividades de interesse público definidas por lei são prosseguidas por empresas privadas ? Por exemplo a distribuição de electricidade ou o caso mais recente do notariado. Já não falo nos modelos de parceria público-privada na Saúde ou no sistema prisional (em preparação) cuja actividade é regulada por contratos de concessão que são leis da Assembleia da República.
Quanto à segunda diferença, os meios e recursos da gestão privada não são necessariamente próprios, mas muitas vezes dos sócios e accionistas que nalguns casos podem atingir os milhões. O problema não é os recursos serem próprios ou alheios, mas o facto de o interesse egoístico dos accionistas os induzir a manterem-se vigilantes e a criarem um sistema de controle e recompensa mais estimulantes para os gestores. E isto pode (deve) ser aplicável em muitas áreas da Administração Pública.
Por último a gestão privada também está sujeita à lei e não tem uma autonomia negocial total. Quanto mais não seja porque em Portugal tem de se debater com uma Administração Pública, que no uso dos seu poderes discricionários, se revela muitas vezes mais um empecilho do que uma ajuda, quando não é pura e simplesmente corrupta.
posted by NMP on 7:49 da tarde
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SOBRE O ARTIGO DE VITAL MOREIRA (1): Num post anterior o artigo de hoje de VM no Público foi comentado pela ala esquerda da nossa embarcação. Porque gostamos de discutir com espíritos inteligentes ainda que discordantes (VM e PC), aqui vai a nossa opinião:
O slogan "menos Estado, melhor Estado" deve ser interpretado precisamente ao contrário do que foi intuído pelo nosso amigo PC. É justamente para melhor prestar as suas funções essenciais que muitos de nós acham que o Estado deve ser menor mas mais eficiente. O que porventura nos divide é a definição de funções essenciais do Estado.
O argumento do surgimento de uma underclass em economias mais liberais não resiste à comparação com as alternativas: a manutenção da situação actual significa a falência por falta de meios financeiros resultante do envelhecimento da população e da diminuição da população activa. E aí passaremos a uma situação ainda mais grave. Nos casos em que se entendeu que as funções essenciais do Estado deviam ser todas as actividades económicas (eu sei, não é o que PC defende) a underclass passou a ser toda a população que não era da nomenklatura.
posted by NMP on 7:40 da tarde
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DESCOBRIR: Um dos melhores portais portugueses de viagens, turismo e utilidades quotidianas iniciou o seu blogue. O Lifecooler será um espaço de lazer para discussão de viagens, férias, fins de semanas tranquilos ou radicais.
posted by NMP on 7:11 da tarde
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SAUDAÇÃO: Como sou novato na blogosfera, só hoje soube da existência da Íntima Fracção em formato blogue. Foi há já muitos anos (talvez 15) que comecei a ouvir o Francisco Amaral - na altura, se não me engano, na RDP-Centro. Um excelente conceito de rádio e um excelente programa, navegando de porto em porto sem nunca perder o rumo. Não mude nada. (PS: Comandante NMP, impõe-se um laço, com nó apertado, na secção Mar Cultural)
posted by PC on 6:45 da tarde
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VIVA ZAPATA!: Recebi por email um excerto de um artigo de revista (certamente brasileira) que apresenta uma pesquisa sobre a influência da bebida que as "garotas" consomem no facto de virem a "transar" com alguém no seguimento desse consumo. A tequilla ganha com a esmagadora taxa de 91%! Aceitando como credível esta sondagem - esperando que a mesma não tenha sido efectuada num qualquer lupanar mexicano - já imaginamos filas às portas dos restaurantes mexicanos e mocetões da noite com um saleiro no bolso, a usar e abusar da deixa "my casa es su casa".
posted by Neptuno on 4:06 da tarde
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HEPBURN / PÚBLICO: Penso interpretar o sentimento unânime desta tripulação ao felicitar o Público pela justa homenagem de primeira página a essa deusa da sétima arte (Katharine Hepburn). Bem hajam.
posted by Neptuno on 3:50 da tarde
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OS LIMITES DA EMPRESARIALIZAÇÃO DO ESTADO: Na sequência de alguns posts dos meus companheiros de embarcação sobre a reforma da Administração Pública, vale a pena ler o artigo de Vital Moreira no Público de hoje. Claro que o Estado tem muito a aprender com os privados no campo da optimização dos recursos. Mas isso não significa subordinar a gestão dos dinheiros públicos ao omnipresente fetiche da empresa: quem pensa assim (e já nem falo dos inconsequentes que reclamam o emagrecimento do Estado, mas exigem mais prisões, mais polícias, mais submarinos, etc.), ou não percebe nada de Finanças Públicas, ou, pior, percebe, e quer desonerar o Estado de tarefas essenciais para o equilíbrio social. Nos países desenvolvidos que reduziram substancialmente o orçamento da "providência", criou-se um fosso de natureza inédita, dando origem a uma underclass excluída de tudo e, por isso, pronta para tudo. Depois não admira que se peçam mais polícias e prisões.
posted by PC on 1:35 da tarde
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O OVO OU A GALINHA?: O despudorado descaramento com que os deputados tentam justificar ausências com idas ao futebol (situação que, lamentavelmente, já não surpreende ninguém) suscita-nos uma questão de fundo: partindo do pressuposto que isto nem sempre foi a bandalheira que é hoje e perante a "choldra" (valha-nos S. Eça!) em que este país se transformou, sendo a classe política dirigente um reflexo da sociedade e vice-versa, resta-nos saber quem é que transformou quem. Merecemos os políticos que temos pelo facto de, individualmente e como sociedade, termos enveredado por um egoismo paradigmático, alheando-nos da causa pública, desse modo permitido que o poder fosse discreta e lentamente tomado por uma série de medíocres de carreira (qual queda do Império Romano às mãos dos bárbaros), interessados em perpetuar a mediocridade em seu próprio benefício? Ou terão sido os governantes sérios que, a páginas tantas, se deixaram corromper no seu propósito de servir o país, pactuando com interesses e com pessoas que o país não merecia, construíndo com o seu exemplo a sociedade em que actualmente vivemos?
Embora ninguém saia inocente desta história, a segunda alternativa parece-nos incontornável.
posted by Neptuno on 1:12 da tarde
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SAUDAÇÕES: Exercícios de liberdade no cidadão livre (com a devida vénia ao Portugal dos Pequeninos que nos deu a conhecer este blogue).
A música que hoje se faz e se ouve no Via Rápida, com o Álvaro Costa, Miguel Quintão e Rui Malheiro que nos habituámos a ouvir na rádio.
Por último, a ex-Psicossomática Susana escreve no A Carta Roubada alguns dos textos mais interessantes da blogosfera.
posted by NMP on 12:48 da tarde
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A BLOGOSFERA TAMBÉM NOS COMOVE: O post Acontece-nos do Pedro Lomba é um dos textos mais brilhantes e comoventes que se escreveram nos blogues. Um sincero agradecimento.
posted by NMP on 10:52 da manhã
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VÃO, ESCUTEM E COMPREM: que vale a pena. O OVO é um projecto musical que reúne quatro músicos com trajectos e experiências diferentes e colaborações diversificadas. Esteve em maturação cerca de 4 anos (o que nos garante que não é um projecto irreflectido). Ontem foi a sua apresentação aos media - discreta, quase familiar, de quem sabe estar a dar passos seguros. Em Setembro começam os concertos ao vivo.
Mas hoje é um dia histórico: começa a vender-se a edição de autor do primeiro single Ferrugem a Atacar. É só ir ao site da banda (aqui), entrar na ovolândia, escutar (em mp3) e aderir à ovomania. Como ali se diz, será certamente um bom investimento a médio prazo.
posted by NMP on 10:34 da manhã
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RECOMENDA-SE: A leitura do post Uma decisão histórica para os blogs no Esquina do Rio a propósito de uma decisão de um tribunal norte-americano sobre blogs e edições electrónicas.
posted by NMP on 10:16 da manhã
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DESAFIOS DO PÓS-GUERRA: Um artigo onde se estudam detalhadamente as principais questões enfrentadas pelos EUA na situação pós-guerra do Iraque: definição do poder adequado do novo Iraque, o programa nuclear do Irão e a situação política interna dos estados da Península Arábica. Propostas de intervenção alternativas são analisadas e dissecadas. Fundamental para a compreensão do que está em jogo na área do Golfo Persico.
posted by NMP on 10:12 da manhã
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O MISTÉRIO ADENSA-SE: Vasco Graça Moura desmente, através de umas redondilhas publicadas no Abrupto, ser o autor do Meu Pipi (que lhe retribui a gentileza ao seu melhor estilo). Cai assim por terra a teoria mais em voga na blogosfera ácerca do autor do blogue do momento. Voltámos à estaca zero.
posted by NMP on 9:30 da manhã
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ESTATÍSTICAS: Os efeitos da histeria mediática em torno dos blogues começam a fazer-se sentir. O Mar Salgado bateu ontem o seu recorde de visitas. Normalmente as segundas-feiras não eram dias de grande frequência na blogosfera. E ontem não houve nada de especial neste blogue que justificasse isto. Estaremos a assistir a uma vaga de fundo ?
posted by NMP on 9:18 da manhã
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FINALMENTE, PROGRESSO NA LUSA ATENAS! (correcção): Segundo informa o amigo atento Luis Abel, a placa da Brisa na A1 já não chama a Coimbra "Cidade Museu", mas sim "Capital do Conhecimento". Desculpas aos leitores, obrigado ao Abel e fica a lição: nem os blogues conseguem acompanhar o ritmo vertiginoso de mudança da Cidade e da sua "envolvência" (palavra maravilhosa). Ainda assim, o outro nome, malvado embora, era, ao menos, verdadeiro. Este é só.... ahnnn... faltam-me as palavras.
posted by PC on 2:08 da manhã
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POE BY REED: Uma curta só para lembrar que nos próximos dias 4 e 5 de Julho Lou Reed aporta em Coimbra. Provável incursão pelos temas do belíssimo Raven, embora se adivinhe a ausência de Laurie Anderson, Ornette Coleman, Elizabeth Ashley (arrepio), Steve Buscemi, Bowie, Willem Dafoe (nunca o Raven voltará a ser dito assim; e a figura do Dafoe não sugere, ela própria, a do sinistro passaroco? Lembram-se do Wild at Heart?) e os outros amigos que fazem do álbum o melhor do ano (afirmação polémica: boa crítica, má crítica). E depois, Coimbra tem destas coisas: o concerto será no Jardim da Sereia, provavelmente um dos locais mais kitsch da Península, que serve de passeio aos idosos, de abrigo aos amores liceais, de território de caça aos "cuecas" e de loja aos dealers locais; mas já viram, à noite, a fonte (?) iluminada no fundo da Sereia? Que outro sítio mais glácido, gótico e gemitoso se pode imaginar para o corvo? Até parece que foi escolhido de propósito (parece, porque já lá tocaram outros bem alheios ao ambiente). Antecipo uma noite adamastórica. For evermore.
Foram então as ânsias e os pinhais
Transformados em frágeis caravelas
Que partiam guiadas por sinais
Duma agulha inquieta como elas...
Foram então abraços repetidos
À Pátria-Mãe-Viúva que ficava
Na areia fria aos gritos e aos gemidos
Pela morte dos filhos que beijava.
Foram então as velas enfunadas
Por um sopro viril de reacção
Às palavras cansadas
Que se ouviam no cais dessa ilusão.
Foram então as horas no convés
Do grande sonho que mandava ser
Cada homem tão firme nos seus pés
Que a nau tremesse sem ninguém tremer.
Miguel Torga
posted by NMP on 11:59 da manhã
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ALERTA:Um artigo que alerta para o perigo de as forças da coligação no Iraque depararem com uma resistência cada vez mais composta por guerrilheiros fundamentalistas internacionais (mujahideen). Um paralelo é feito com a intervenção russa na Tchéchenia.
Se não conquistarem a simpatia do povo iraquiano, as forças da coligação terão uma tarefa bem complicada.
posted by NMP on 11:10 da manhã
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FINALMENTE, PROGRESSO NA LUSA ATENAS!: Segundo as últimas notícias, existe um projecto para a construção de uma grande avenida entre a Av. Fernão de Magalhães e a Pç. 8 de Maio / R. da Sofia, rompendo a "Baixinha" pelo meio. Confesso que não é nada que não me tenha já ocorrido. Sempre que passo pela R. Direita e pelas ruas vizinhas, sinto uma tímida vergonha desses lugares bacocos e degradados e penso: "O que a gente precisava aqui era de uma grande avenida!". Sou, por isso, 100% a favor. Não se trata de destruir (termo caro aos passadistas impenitentes), mas sim de substituir um modelo de organização urbana por outro. Todavia, acho o projecto pouco arrojado. Não devia parar na Pç. 8 de Maio. Verdadeiramente moderno seria prolongar a dita avenida, transformando-a numa VCI, IC, ou outra sigla adequada, do modo que a seguir proponho: 1) Demolição da Igreja de Sta. Cruz (os túmulos de A. Henriques e do filho podiam ornamentar uma pequena estação de serviço a construir na berma); 2) Subida suave pela colina, aproveitando a vista panorâmica, em direcção ao Colégio dos Órfãos, que seria atravessado pelo meio; 3) Alargamento da Rua dos Coutinhos, sacrificando o Solar dos mesmos e o Palácio de Sub-Ripas (desculpa, Vasco, mas o progresso custa a todos); 4) Nova curva à esquerda e erradicação da Sé Velha, cujos perenes restauros custam muito ao erário público (além de que não lembra ao diabo ter duas Sés; guarde-se pois a mais nova); 5) Conversão da Faculdade de Farmácia em silo automóvel privativo da Associação Nacional dos Construtores Civis; 6) Enfim, junção da VCI, ou IC, ao Largo das Mamudas, mantendo, se possível, o Paço das Escolas: consumação física da tão desejada ligação entre a Universidade e as empresas da Cidade (Zara, CTT e o animadíssimo shopping D. Dinis). Num momento posterior, em que as mentalidades estejam mais maduras e receptivas à mudança, arrasamento dos Arcos do Jardim, Jardim Botânico (parcial) e Penedo da Saudade, substituídos por uma via de 10 faixas que ligará directamente a Av. Fernão de Magalhães ao grande monumento da Lusa Atenas (para os mais desatentos, o Euro Estádio), garantindo um acesso fácil dos 100.000 habitantes aos 35.000 lugares que os esperam.
Apelo ao Comandante NMP e a Neptuno que se juntem a esta campanha de modernização da Cidade que já foi deles, de forma a desfeitear o espírito malévolo (porém lúcido) da Brisa que a cognominou, na A1, de "Cidade Museu". Outros conimbricenses em diáspora podem dar o seu apoio enviando e-mails para o Mar Salgado com o texto "Também quero". Obrigados.
A BLOGOSFERA COMO DESILUSÃO: Compra um homem o Correio da Manhã. Precipita-se a abrir o Correio de Domingo na esperança de encontrar um poster ou um calendário para decorar a casa e em vez disso... isto. A reportagem até está boa. Mas a desilusão já ninguém ma tira.
posted by NMP on 11:25 da tarde
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BOAS NOTÍCIAS:Os mercados financeiros tiveram o melhor trimestre dos últimos cinco anos. Este pode ser o sinal de que a crise bolsista está ultrapassada. Mercados financeiros não deprimidos são uma condição necessária (ainda que não suficiente) para a retoma económica. São um meio insubstítuivel de financiamento da actividade empresarial e mais uma alternativa para a aplicação das poupanças familiares. Para além das suas repercussões financeiras directas, criam um efeito psicológico importantíssimo para o aumento do investimento e do consumo privado.
posted by NMP on 11:18 da tarde
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NOVOS REFORÇOS: Mais um novo blogue: Manuel Falcão e o seu Esquina do Rio. A blogosfera reforça-se com novos escribas com provas dadas a um ritmo alucinante. Temos de começar a pensar numa rearrumação dos links no nosso template.
posted by NMP on 11:06 da tarde
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ERRATA POLITICAMENTE CORRECTA: A expressão «...leva-se com sexo em todo o lado...» usada no post abaixo não deve ser interpretada literalmente. É apenas uma imagem infeliz.
posted by NMP on 10:52 da tarde
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SEXO E POLÍTICA: A Spectator publica este excelente artigo a propósito da atitude do Partido Conservador em relação à vida privada de um dos seus altos quadros. É um bom pretexto para discutir a relação entre Sexo e Política. Devem os partidos políticos ter opinião sobre os hábitos sexuais dos cidadãos ou dos seus militantes ? Um partido conservador deverá defender uma moral conservadora nestas matérias ou respeitar a liberdade de cada um ? Há uma atitude de esquerda ou de direita nestas questões ?
Pretender que ideologias ou partidos políticos regulamentem esta área tão íntima denuncia uma pulsão totalitária. O Estado (e os partidos políticos são parte do aparelho de Estado) deve manter-se afastado destas matérias, desde que salvaguardada a protecção de grupos que devem ser especialmente protegidos como as crianças. A tentação para intervir é grande: hoje em dia, por onde quer que se ande, leva-se com sexo em todo o lado - nos media, na publicidade, no trabalho e na rua. A posição correcta e liberal é a de defender o direito de cada cidadão a não ser incomodado por causa dos seus hábitos íntimos.
Graças a uma história caricata, o Partido Conservador inglês está numa encruzilhada: aceitar o facto da vida sexual ser um problema individual ou seguir na linha do infelizmente célebre back to basics de John Major. Em suma, ser um partido preparado para os dias de hoje ou manter um espírito reaccionário em que os ingleses não se revêem. É que, como se escreve no artigo, não é o sexo que incomoda os cidadãos, é a hipocrisia.
Mar de opinioes, ideias e comentarios. Para marinheiros e estivadores, sereias e outras musas, tubaroes e demais peixe graudo, carapaus de corrida e todos os errantes navegantes.