QUANTO MAIS AS INTEIRAS: Juro-vos que não cometi nenhum excesso: jantei uns percebes e fui com a família ver o Académica x Ribamontes, a contar para o campeonato distrital de juniores de futsal ( futebol de salão). Chegado a casa ligo a TV e deparo-me com Luís Filipe Vieira "a desfilar num carnaval em Sesimbra". Depois, num discurso, LFV diz-me que eu tenho a capacidade "de compreender as suas meias-palavras".
posted by FNV on 11:58 da tarde
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LONGE DA VISTA...: Leio nos jornais que a TVI transmitiu uma entrevista feita a Carlos Silvino. Fui poupado ao espectáculo: vantagem de quem não vê a TVI, excepto quando joga o Benfica.
posted by FNV on 4:06 da tarde
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OS TUBARÕES NÃO MENTEM (V):Deixa estar, não era importante. Esta é uma mentira* ligeira, quase um amuo, muito utilizada, e cujo valor específico depende ( mais do que outras) da situação na qual é dita. Se foi uma pisadela distraída numa paragem de autocarro, pouco significa. Se for dita na ressaca de uma noite que correu mal, a coisa pia mais fino. Nestes casos, a mentira, defensiva porque encobridora, é falsamente apaziguadora: por vezes era importante. Preferiríamos mesmo que o outro se aborrecesse, mas que não desvalorizasse o assunto. Às vezes era até mesmo muito importante. Assim, quando a dizemos, talvez seja uma forma de castigar suavemente o que pode ter sido uma pisadela displiscente.
Posição na Escala do Esqualo: 5 ( de 0 a 10)
* Amavelmente sugerida pelo João Sedas Nunes, o BombyxMory.
FIM DE TRÉGUAS: O atentado da passada 3ª feira, em Colombo, vai fazer a coisa recrudescer. Uma mulher, pertencente à facção mordente dos Tigres Tamil, disfarçada de grávida ( toda a gravidez é um disfarce), fez-se explodir num quartel . Possivelmente, 10 mortos e a ira do presidente Mahinda acabarão definitivamente com a paz sensível no Sri Lanka. Toda a história no artigo de Estanislao Oziewicz no www.theglobeandmail.com de anteontem.
posted by FNV on 10:43 da tarde
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UM LIVRO QUE SERIA INTERESSANTE TRADUZIR: Para quem gosta de navegar nas correntes das diferenças entre grupos, no tempero do tempo e nos balanços da História, o livro de Nathan Katz, Who Are the Jews of India? ( Berkeley, UC Press, 2000). Relata a aculturação ( termo caído em desuso...) das três grandes vagas da diáspora judaica na Índia: Cochim, Calcutá e Bombaim. Traduz experiências de boa convivência entre judeus e hindus, mesmo com os judeus de pele escura - Kala. Depois da criação do estado de Israel, muitos foram os que abandonaram a Índia. Katz conta um episódio ocorrido em Israel, em 1997, quando um rabi se recusou a casar um Kala, entretanto regressado, e a sua noiva israelita. O rabi foi castigado, mas o amargo de boca ficou.
PUBLICIDADE GRÁTIS: Queixava-se o Rui Moreira, na RTP-N, que quando se abeirou da estátua de D. Pedro IV para festejar o título do seu FCP, só ouvia cantar o nome do SLB. Os bertoldinhos do costume, em vez de ficarem orgulhosos, ofenderam-se.
posted by FNV on 11:37 da manhã
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IR AOS LEÕES: Os maços de tabaco da Marlboro trazem uns cartõezinhos lá dentro que dizem: "Preparado para uma experiência única? Fumar mata.". Já dizia o Peter Capstick que na caça aos leões, em mato cerrado, só se comete um erro: o último.
SÉRIE "OS EUA E O NARCOTRÁFICO" (II): Quando Nixon criou a DEA ( Drug Enforcement Administration) , em 1972, substituindo o BNDD ( Bureau of Narcotics and Dangerous Drugs), o mundo do narcotráfico tinha mudado. Enquanto a antiga ordem durou - até à descolonização global - os EUA impuseram o ritmo, sob a batuta desse extraordinário personagem que já aqui mencionei, Harry Anslinger. Os sistemas formais de controlo da produção, que já estavam em crise, colapsaram de vez. É bem verdade que o problema vinha de trás, mas era mantido em respeito pelo comando colonial dos países produtores e das principais regiões transportadoras. Seja como for, depois do optimismo da Conferência de Genebra de 1931, a Conferência de Bangkok, no mesmo ano, deixou claro que tudo continuava igual: as potências coloniais da zona ( Inglaterra, Portugal, Holanda e França) não estavam interessadas em proibir a utilização recreativa do ópio. Os EUA perceberam que se não fossem eles a fazer alguma coisa, ninguém mais faria. Essa liderança continuou, mesmo depois da criação da DEA, mas de uma forma muito diferente: os acordos e convenções perderam toda a sua ( pouca força) à medida que os antigos territórios coloniais passaram a decidir as suas próprias políticas. Se se pressionava num sítio, a estrutura narco-produtora e narco-traficante deslocava-se para outro e assim sucessivamente. O Sudeste Asiático ficou incontrolável e é sob essa perspectiva que se tem de analisar a actuação norte-americana na Colômbia e no México. As dificuldades são, logo de início, financeiras: a produção ( estimada) de cocaína em 2004 foi de 687 toneladas. Uma tonelada custa à saída da Colômbia 3 milhões de dólares e passa a custar 200 milhões nas ruas americanas, se devidamente cortada com aditivos. Digamos que metade dessa cocaína se destina ao mercado americano: isto significa um volume de negócios perto dos 69 biliões de dólares. Em 2005 o orçamento do Andean Counterdrug Initiative, que cobre toda a zona, foi de 1,2 biliões.
CAVACO-PERÓN: Mais dois discursos destes e nem vale a pena fazer eleições daqui a cinco anos.
posted by FNV on 4:15 da tarde
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HÁ PETRÓLEO NO BEATO? Como é que, num país em crise, o BCP ( desta vez ) apresenta lucros recorde no 1º trimestre do ano? Resposta: não há crise.
posted by FNV on 4:09 da tarde
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E ABRIL PÁ, NÃO SE FEZ PARA ISTO: Por que razão os media ( TV, rádios e jornais) impediram os jogadores do FCP de exteriorizarem a alegria que lhes ia na alma após a gloriosa conquista do título nacional? Assim nunca mais alcançam o estatuto de clube nacional.
Nota: Ó Bombix Mori ( João Sedas Nunes), esta é dedicada a ti; embora eu continue sem te conseguir ler.
posted by FNV on 3:57 da tarde
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NÃO SEI QUAL O PIOR: Se o "Especial Abril" na RTP1, ontem, se o discurso-padrão no parlamento, hoje. O português solene-televisivo é o produto do cruzamento de um campino com uma rapariguinha do shoppingue. Pensando bem, o pior mesmo foi a incrível parolada da "polémica-do-cravo-não-cravo-que-Cavaco-trazia-não-trazia", vista ( pelo menos) na SIC.
posted by FNV on 11:05 da manhã
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ENTRETANTO EM GOA: Relata o The Navhind Times ( www.navhindtimes.com/stories.php?part=new&storie_ID=04184)) que os líderes islâmicos da região estão em apuros com a utilização mal intencionada dos telemóveis e da internet.
EDWARD LUTTWAK:Senior adviser no Center for Strategic and International Studies, em Washington, oferece três razões para não bombardear já o Irão. Pode ser lido na Comentary de Maio, já disponível em www.comentarymagazine.com. É um texto desconcertante. É pragmático, pois preconiza a acção militar só quando ela for realmente necessária : um dia antes de o Irão ter a bomba. É certeiro quando refere a dissensão entre a cultura persa e a elite islâmica fundamentalista actualmente no poder. Mas é sonhador e distraído quando refere os iranianos como "amigos e tradicionais aliados dos EUA". Não existe nenhuma razão para pensar tal coisa: nem do lado persa ou zoroastra nem do lado islâmico. Resquícios dos anos sessenta...
SÉRIE "OS EUA E O NARCOTRÁFICO" (I): A publicação anual ( normalmente na Primavera como foi o caso este ano) dos relatórios do Departamento de Estado e da Casa Branca marca a análise mundial do problema. Nesta altura marca mais, pese o relativo desinteresse em Portugal da imprensa e das agências oficiais especializadas. A situação no Crescente de Ouro ( Irão, Afeganistão e Paquistão) está como está, e a (já aqui referida) atlantização do tráfico de cocaína modificou o estatuto anterior: decréscimo do consumo europeu de heroína - em favor da cocaína e de sintéticos - e surgimento de uma nova zona de preocupação, a África Ocidental, como entreposto da cocaína sul-americana. O relatório do Departamento de Estado, o International Narcotics Control Strategy Report ( INCSR), publicado em Março de 2006, e o documento da Casa Branca, o National Drug Control Strategy publicado um mês antes, são de imprescindível leitura para quem queira acompanhar a situação mundial. É que, ao contrário dos relatórios do INCB e do UNDOC, aqueles são documentos comprometidos: com a política americana, com tudo o que isso significa em termos de actuação e não apenas de mera descrição do cenário. E os EUA são, desde o início da II Guerra Mundial, o país que regula e comanda a geopolítica da droga. Para já, uma chamada de atenção para a aparente discrepância entre factos: o INCSR e o relatório da Casa Branca orgulham-se do sucesso da política americana na Colômbia, mas alguma imprensa e alguns especialistas apontam o seu falhanço. Vale a pena ver a coisa de perto, até porque a produção colombiana ( de cocaína, não de coca) tem hoje um impacto europeu maior do que tinha anos atrás. Aparentemente, os EUA gastaram já 4 biliões de dólares em ajuda à Colômbia desde 2000. Este dinheiro, gerido pelo pelo CD-BDE ( Colombian Army Counter Drug Brigade) e pelo DIRAN ( Directorio Anti-Narcotico), financia o baptizado Plan Patriota; o objectivo é formar magistrados e investigadores ( mais de 17.000 já receberam formação especializada) e custear meios militares, sobretudos aéreos ( helicópteros Blakhawk), utilizados nos programas de pulverização dos campos de coca. Parte deste dinheiro também tem sido utilizado para a reconversão dos cocaleros em "pacíficos" camponeses. Desde 2000 que os EUA, através da DEA, da CIA, da Casa Branca e do Departamento de Estado, reinvindicam vitórias sucessivas: redução da área afectada à plantação de coca, eliminação intensiva de laboratórios primários e secundários, detenção de traficantes e narco-guerrilheiros. O problema está nos números deste ano: o Houston Chronicle publicou, fez hoje oito dias, uma nova estimativa da Casa Branca - posterior à publicação do relatório anual - segundo a qual a Colômbia tinha aumentado em 3.700 he a área total de plantação de coca. Em certos meios - hostis à actual administração - isto constitui um falhanço da estratégia norte-americana. Não me parece: nos mesmos meios reconhece-se, sem esforço, que em 2005 foram confirmadamente destruídos 138.775 he de plantação de coca. No próximo post tentaremos demonstrar por que motivo os norte-americanos, estando a conduzir uma política de droga eficaz e bem pensada ( na Colômbia...), poderão estar relativamente próximos do fracasso.
Mar de opinioes, ideias e comentarios. Para marinheiros e estivadores, sereias e outras musas, tubaroes e demais peixe graudo, carapaus de corrida e todos os errantes navegantes.