O leopardo vai sair por uns dias. Vai para o seu Minho ( como não é rico só sai para o estrangeiro uma vez por ano) e leva fome e livros na bagagem. A acácia arranja-se por lá. Fiquem bem.
posted by FNV on 10:38 da tarde
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PAGOU O HOLÂNDES PELO MAL QUE NÃO FEZ:
A expressão remonta ao tempo da crueldade do Duque de Alba, mas Sócrates recuperou-a desgraçadamente. Paulo Portas fez no parlamento um "número" inofensivo - e até certeiro - com as amêndoas de Portalegre. A invectiva do PM ( "número pimba") atinge a cultura gastronómica portuguesa e fez pagar quem mal não fez.
posted by FNV on 10:30 da tarde
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O DIREITO NÃO É DIREITO:
O direito não tem culpa que Alberto J. Jardim não tenha vergonha na cara. Um tipo que passa a vida a insultar os adversários tem a distinta lata de processar um colunista ( Daniel Oliveira). Nada muda a natureza humana e muito pouca coisa a consegue regular.
Circula por aí um abaixo-assinado subscrito por ( tenho a versão online de 2007) democratas como Jerónimo de Sousa, José Saramago ou Avelãs Nunes. Entre outras coisas, diz o documento que está em curso uma poderosa operação de branqueamento da história e da natureza do regime fascista. É bem verdade: quando um militante socialista que se reúne com outros é apodado de "fascista", ou quando a proibição de fumar em locais públicos ( que existe na Espanha de Zapatero) respira "fascismo", está de facto em curso uma operação de branqueamento, tenho-o afirmado várias vezes. E poderosíssima.
posted by FNV on 3:01 da tarde
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SANDRO PENNA, SEMPRE:
Il mondo che vi pare di catene tutto è tessuto d'armonìe profonde.
É Daúto Faquirá. É bom treinador e um sportsman imperial: nunca se desculpa com as arbitragens nem mesmo quando é escandalosamente roubado ( como ontem ou como contra o Benfica para a Taça da Liga, por exemplo). Veste-se elegantemente, é negro e lê livros. Bem vistas as coisas, estas três características impedem-no de ser o próximo treinador do Benfica.
posted by FNV on 12:28 da tarde
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SÁ DE MIRANDA, SEMPRE:
Que eu vejo nos povoados Muitos dos salteadores Com nome e rostos d'honrados: Vão quentes, andam forrados De peles de lavradores.
( Cartas, 270:54)
posted by FNV on 11:55 da manhã
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MEMÓRIA CURTA:
Não houve "Guerra do Iraque": os EUA depuseram Sadam num ápice e Bagdad, a Nova Estalinegrado, caiu num par de semanas. O que se sucedeu foi a resistência financiada pela Síria e pelo Irão que nem por sombras desejam um espirro de secularização e democracia por aquelas bandas. E também, ao que dizem, erros estratégicos no aftermath da ocupação. Recorde-se que as vozes eram unânimes: os EUA invadiram o Iraque para terem petróleo barato. Viu-se. Quanto à autoridade moral dos americanos para impor regimes democráticos é outra conversa. Qualquer estudante do secundário com conhecimentos mínimos sobre a zona saberá que essa autoridade está acorrentada a uma política pós-colonial dúbia e hipócrita. Mas isso é, de facto, outra conversa: a esquerda europeia mais radical caucionou durante décadas a ocupação do Tibete pela China, porque esta era movida pela boa intenção de desenvolver uma teocracia pobre e atrasada. É melhor deixar a moral em casa.
Fosse com outro e a peça da Visão desta semana daria que falar: Garcia Pereira recebe muito dinheiro do Governo Regional da Madeira. É normal. É um advogado de causas. O que já é mais original é, fazendo fé na revista, a crítica que o bloquista Paulo Martins faz ao advogado: "Garcia Pereira colhe evidentes simpatias no Governo regional. Quando cá vem só bate na oposição".
1) O Chalana e o seu adjunto Chalana não abdicaram do Luís Filipe. Ele deve saber de pombos ou então é importador de alpista.
2) O tractor a pedal marcou um golo quando os defesas do Marítimo foram entregar a declaração do IRS e deve ter pensado que ia ser sempre assim. Não foi, claro. O que foi sempre igual foi a absoluta imobilidade do paraguaio: devia aprender com o Mário Nogueira.
Uma jornalista incomodada com o facto de haver em França jovens e adultos sexualmente abstinentes, termina a sua peça ( na Visão desta semana) perguntando:"Foi para isto que se fez o Maio de 68?" . Para além da ignorância ( o Maio de 68 não foi "feito" para coisa nenhuma, foi-se fazendo), a conclusão da jornalista demonstra que a abstinência pode não ser apenas sexual. Aos leitores que se interessem por este tema recomendo uma colectânea curiosa: "Celibacy, Culture and Society: The Anthropology of Sexual Abstinence" ( Elisa Sobo & Sandra Bell Eds., University of Wisconsin Press 2001). Kim Gutschow escreve sobre as mulheres que se recusam a ser trocadas no noroeste indiano ( Zangskar), Hiroko Kawanami diz-nos das apyo-gyi, as "Grandes Virgens" birmanesas que tanto podem ser empresárias de sucesso como tias profissionais, sempre respeitadas e admiradas. Também há para homem: Michael Duke descreve a abstinência sexual entre os mazatecos de Huautla de Jimenez. Enfim, o que não houve em todas estas comunidades foi o "Maio de 68". E foram poupadas ao solipsismo imbecil.
Mar de opinioes, ideias e comentarios. Para marinheiros e estivadores, sereias e outras musas, tubaroes e demais peixe graudo, carapaus de corrida e todos os errantes navegantes.