ZÉ CASTRO: Espero sinceramente que haja explicações convincentes ou investigações concludentes sobre a perda de um central internacional, que se encontra na Briosa desde os sete anos, a custo zero.
posted by Neptuno on 4:29 da tarde
#
(0) comments
VÍRUS: Apanhei um, por via do meu filho, que me deixou de rastos durante toda a semana (e, infelizmente, ainda não se extinguiu). Passou facilmente para a minha mulher, para o meu sogro, que nos visitou há dias e, também, para alguns colegas de escritório. Quando percebi a facilidade com que se transmite fiquei pela primeira vez ciente do perigo que nos espera com a gripe das aves.
PASSAR AO LARGO: Há já algum tempo que não escrevo no Mar Salgado, mas vou lendo quem o faz. Os posts do FNV têm sido alvo de comentários desagradáveis e anónimos onde se visa o autor, e não o que escreve. Em consequência, o Filipe decidiu impedir os comentários aos seus posts. Surpreendentemente, os mesmos comentários começaram a aparecer nos posts escritos por outros marujos. É bom que fique clara uma coisa. O Mar Salgado é escrito por pessoas com ideias, opiniões e estilos muito diferentes. Nesse sentido, não é um blog a várias mãos. Mas há uma razão que nos junta aqui: é que somos todos amigos. Aos autores de tais comentários, eu queria dizer o seguinte: não vale a pena desfazerem-se em desculpas, protestos de consideração e outros elogios quando utilizam as caixas dos nossos posts para falarem dos textos do FNV. É uma dupla indignidade: porque comentam quem, legitimamente, não pretende ser comentado (nessas condições); e porque abusam do direito que lhes é dado de comentarem os textos dos restantes membros da tripulação. Por isso, os salamaleques são desprezíveis. O Mar Salgado tem-se caracterizado, até agora, por ser, acima de tudo, um lugar de boa disposição e conversa leal. Ninguém é obrigado a essas regras; pode sempre deixar de pagar a assinatura. E passar ao largo.
VAMOS LÁ SER SINCEROS: Temos de compreender que o mundo muçulmano ande um pouco confuso com o ocidental. Quando o embaixador do Irão é chamado ao MNE português para ser repreendido pelo respectivo Ministro e levar um valente puxão de orelhas por ter elogiado as palavras do Ministro como boas e lógicas, é perfeitamente natural que o pobre homem regresse à sua embaixada a pensar que nós somos todos doidos por colocar no MNE um Ministro que não gosta que o louvem pelo que diz. Que o dito Ministro não goste que lhe gabem o que disse, eu compreendo perfeitamente porque acredito que em todas as mentes se pode fazer luz, mais tarde ou mais cedo. Mas imagino que deva ser caso único na diplomacia mundial um embaixador ser repreendido logo após ter elogiado abundantemente um discurso do Ministro dos NE do país onde está a exercer funções. O embaixador iraniano deve estar na embaixada estupefacto e furioso, a esfregar as vermelhas e doridas orelhas e a pensar que uma situação destas mereceria, no mínimo, um punhado de bombinhas de mau cheiro. Aditamento e correcção: por favor, onde se lê "puxão de orelhas por ter elogiado as palavras do Ministro" passe-se a ler "puxão de orelhas depois de ter elogiado as palavras do Ministro". Não muda muito o sentido e vai dar no mesmo mas parece que é mais rigoroso. Obrigado PC.
posted by VLX on 11:58 da tarde
#
(2) comments
MUITA UVA: O Pedro Picoito (A Mão Invisível) tem escrito muito, e bem, sobre O novo orientalismo. Ainda assim, os arquivos da Mão mo permitam, há dois ou três pontos que gostaria de discutir com o Pedro, pois estou certo que ele, um verdadeiro cavalheiro da blogosfera, não se importa de ser incomodado por leigos na matéria. See you later aligator...
posted by FNV on 9:30 da tarde
#H2OHELIPUMA##33gygabites: Vírus do Plano Tecnológico infecta Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil em apenas nove dias. Significa isto que o nosso futuro será escrito numa velha Remington em chamas?
posted by FNV on 9:02 da tarde
#COMENTÁRIOS: Ó Filipe, vê lá se mudas de ideias porque desde que fechaste o tasco entra tudo pela minha casa adentro e deixam-na toda desarrumada, toda escaqueirada, tem sido um inferno! Já tive de aturar dois vizinhos com queixas, a quererem participar à administração, e veio um carro da guarda levantar um auto. Partiram-me já uma quantidade infindável de copos, houve um tipo que me riscou um sofá e outro que me gamou um livro e dois cd's. Tive de esconder o computador e a família fugiu e diz que não volta cá, enojada. Um não se cala e quer falar de tudo e mais alguma coisa. Outro atira pedras às janelas, minhas e dos vizinhos. Dois dos tipos têm um paleio brejeiro e ordinário, arrotam alarvemente e desconfio que me assaltaram a garrafeira. A conversa de grande parte deles cheira ao vomitado que um deixou no passeio, logo à porta de casa, e que fez escorregar os agentes da polícia que vieram da segunda vez (os que me queriam deter). Os poucos agradáveis esconderam-se, primeiro, e fugiram, depois, deixando agradecimentos atrapalhados. Deflagrou um pequeno incêndio que felizmente alguém apagou (espero que com água, mas já não digo nada). Parece-me que vou ter de chamar uma equipa de limpeza e depois pôr também trancas à porta.
posted by VLX on 7:08 da tarde
#
(12) comments
FANTÁSTICO, MELGA! Leio aqui e ali que o acidente venatório de Cheney diz muito acerca da política da admnistração Bush. Pois. Como a entorse de Sócrates contraída a esquiar significa que Portugal já não se endireita. Brilhante, Mike!
posted by FNV on 3:40 da tarde
#UMA BOA IDEIA? Para resolver o impasse jurídico sobre o casamento homossexual: um/uma vai vestido de mulher, outro/outra vai vestido de homem. Os convidados podem ir como quiserem.
posted by FNV on 12:41 da tarde
#AS CONVERSAS SÃO COMO AS CEREJAS: Isto dos cornos tem que se lhe diga. Uma vez dizia eu, a um doente, que somos todos cornudos. O homem olhou -me desconfiado, mas eu aprendi com Tertuliano: está tudo na cabeça. De resto, também concordo com a Agustina: cornos que dão de comer, deixai-os crescer.
posted by FNV on 12:22 da tarde
#PARABÉNS: Este sábado, a emissão do Terra a Terra da TSF, a partir de Santarém ( chão de bom ganado, de vinho de estalo e de valentes mulheres), será dedicada ao touro bravo. Para não ferir susceptibilidades, sugiro que a TSF encomende uma reportagem, para o mês que vem, sobre os cornos mansos.
posted by FNV on 11:57 da manhã
#SOLIDARIEDADE PERIGOSA: O Benfica é a equipa com mais autogolos a seu favor, até os adversários têm pena de Koeman. Cuidado, que os tipos que vão marcar os próximos não estejam dopados, caso contrário repetem-nos os jogos.
GASPAR CASTELO BRANCO: o Público evoca hoje a memória de Gaspar Castelo Branco, barbaramente assassinado há vinte anos por uma bala das famigeradas FP25. Mário Soares, o mesmo que promoveu a amnistia desses facínoras, recusou a mais que merecida condecoração póstuma ao corajoso Director-Geral dos Serviços Prisionais. A corja de assassinos e bandidos anda por aí, toda contente, à solta. De Gaspar Castelo Branco resta-nos uma saudosa memória que poucos ainda evocam. País de trampa, este.
posted by VLX on 12:52 da tarde
#
(26) comments
EMPATIA COM OS ADEPTOS: Segundo a TSF, Koeman está com "uma virose no estomâgo".
posted by FNV on 12:32 da tarde
#NAKUPENDA: Em língua kiswahili, "amo-te". Gosto, soa a qualquer coisa como " (nu) cu estupendo" e "estás à venda?". Se La Rochefoucauld tem razão, o segredo de um grande e duradouro amor é simples: em cada fase, amamos uma pessoa diferente. Os monogâmicos não passam assim de uns perversos polimorfos. Também deve ser por isso que alguns divorciados se reconciliam, tanto quanto algumas meninas, esfregando um olho à Belenenses, se lamentam: "ai, ele mudou tanto desde que nos casamos".
posted by FNV on 12:15 da tarde
#DA LEITURA DOS SUPLEMENTOS DE VIAGENS NOS JORNAIS PARA O PRÒXIMO CARNAVAL: Dê uma rapidinha numa escapadinha asseguradamente baratinha.
posted by FNV on 12:12 da tarde
#ÇÃO VALENTINO:Lembras-te?... Parece que foi ontem mas foi num dia como o de hoje. Há quê?... Dez, doze, treze anos? Já não sei...
Sei que tinhas vindo ao Porto. Compras, livros, família - qualquer coisa -, e que me telefonaste. Esqueci tudo, larguei logo o computador e desci à Foz, apressadamente, onde aperitivámos, conversando alegremente numa esplanada da praia até gelar os dedos nos copos e o corpo nas cadeiras.
Levei-te a um recatado e pequenino restaurante, na rua de Gondarém (que saudades!...), e imaginava já que te animava e eram favas contadas. Bebericámos um branco, do Alentejo, enquanto escolhíamos. Desliguei o telefone móvel (era dos primeiros, tu nem tinhas!...) para não sermos incomodados.
Pediste a minha opinião, enquanto pedias também mais foie-gras e outra cestinha de pão, igualmente alentejano. Sugeri o camembert com doce de framboesas, que repetimos depois, com outra Cartuxa e mais foie-gras, enquanto esperávamos a sopa seca e que o tinto recuperasse a respiração.
O restaurante estava lindo: parecia ter faltado a luz e entretidas velas nas mesinhas cuidadas iluminavam cuidadosamente os velados casalinhos, casalinhos entretidos que nos miravam boquiabertos e sussurrantes. Nós não. Nós não ligávamos a ninguém e transbordávamos da alegria natural do reencontro. E falávamos alto, muito e animadamente. E brindávamos ao passado, ao presente e ao futuro com cada uma das Redomas que pedimos. E quando a sopa seca finalmente secou (sempre não foi mal pensado pedir as duas doses, não te dizia?...), foi-nos gentilmente ofertado um pouco de cabidela (aquela cabidela! Lembras-te do seu suave sabor?...) enquanto esperávamos a sobremesa. Éramos o centro das atenções! O Carlos Rocha, tal como os outros, olhava-nos surpreendido, e principalmente a mim, que me conhecia de há muito como cliente regular.
Foste tu quem primeiro percebeu tudo, já depois da sobremesa, já depois dos vintage, já no segundo red label, já no terceiro café, quando finalmente olhaste em volta: era o dia fatal!... Olhaste-me nos olhos, pegaste-me delicadamente na mão e sorriste, desfrutando completamente o momento de sentires que eu tinha todos os olhos sobre mim. Retirei-a espantado, mesmo envergonhado. E foi aí que percebi tudo, também. Tudo o que os teus olhos gozosos e os outros, que estupefactos nos fitavam, me diziam: era o dia dos namorados e nós estávamos ali numa algazarra marialva total. Lembras-te?... Lembras-te, Pedro Caeiro? Que cardina das antigas! Se fosse hoje estaríamos uma semana a canjas de galinha!...
O resto é história. Tinha tantas chamadas não atendidas no telemóvel que o atirei ao mar para não mentir quando disse que o perdera. Tal era o tamanho que na altura tinham os aparelhos que se afundou num ápice. Lembro-me ainda de que fui miseravelmente para casa, perseguindo os velhinhos trilhos de eléctrico da Brito Capelo, com a mão esquerda no olho direito e o olho esquerdo no trilho da direita. Tu foste ressonando mansamente para a da tua Avó, com aquele malvado taxista que, contaste-me mais tarde, esteve dez minutos a acordar-te brutalmente só porque tinha chegado ao destino e queria ser pago e ir embora. O amigo Carlos Rocha acabou por perceber que não éramos maricas e ainda nos rimos muito desse mal-entendido que tinha acontecido. Infelizmente passou o Favas Contadas e nunca mais se atacou a belíssima sopa seca ou a maravilhosa cabidela que ali se fazia.
A ( CADA VEZ MAIS NÍTIDA) CONVERGÊNCIA DE INTERESSES: Anunciaram na TV uma manifestação de repúdio pelo dia de S.Valentim. Pensei que ia ver os habituais meninos americanos com um lenço atado à cabeça e barba rala, pregarem contra a a "sociedade de consumo". Mas não. Era uma manifestação de hindus e de muçulmanos indianos contra a importação da cultura ocidental, no caso, a celebração do dia dedicado "a um devasso". Ao menos estes sobrevivem bem mais do que um dia sem a terrível sociedade de consumo; já os okupas, anarcas de plástico e espécies aparentadas, sufocariam sem o conforto dos carros dos papás ou se obrigados ao casamento obrigatório depois da primeira noite.
posted by FNV on 10:46 da tarde
#DECLARAÇÃO: Nunca existiu nem existirá, na TV portuguesa, figura mais impressionante do que o Fernando Seara. Sobretudo a versão do Jogo Falado de 1995, que passa actualmente na RTP Memória. Quem poderá olvidar o bigodinho aparado, ornamentando, com a ajuda de três dedinhos em riste manicurados, "as três ordens de razões" com que invariavelmente iniciava a prelecção sobre "a racionalização de custos do futebol português"? E quem poderá esquecer que o Fernando, felizmente, nunca chegava a enunciar a terceira razão da ordem?
RASTEJANDO (II): Pela ânsia de admiração pública, não respeitando memória, razão ou cadáveres. Tudo serve, desde que seja impresso.
posted by FNV on 11:53 da tarde
#RASTEJANDO: O nosso MNE rasteja tanto que até os árabes já devem estar desconfiados...
posted by Neptuno on 4:54 da tarde
#
(1) comments
SENÕR KOEMAN: Pues que mas arriba no puedes jugar sen delanteros, comprendes? Los delanteros mieten los goles, comprendes? Pues que Nelson tiene pié derecho mucho bueno, entonces tiene que jugar à derecha, comprendes? Pues que Robert, quando lo vas a poner a jugar ( se tiene que ser) deves metelo à izquierda, pues que desde ninõ juega en esso posto, comprendes? Karagounis no és trinco e Beto fica muy bien en lo banco com su peluca amarela, comprendes? Quando te fueres embora no olvides de lebar tus pertences e passa en Oporto, puede ser que te safes, comprendes?
posted by FNV on 12:17 da tarde
#DESENGANOS (I): Não vale a pena esconder a coisa porque ela é um facto, existiu; mas sobretudo porque organiza muitas franjas do discurso europeu, agora e de novo, face ao Islão. Falo da "culpa pelo passado colonial europeu". Os nomes graúdos dos estudos pós-coloniais e do lobi do multiculturalismo - Césaire, Bhabha, Spivak, Said, Clifford -, entre outros, precipitados na segunda metade do século passado, escreveram e influenciaram gerações inteiras de universitários-políticos que reclamavam o direito á "identidade", à "autoria", por assim dizer, do "mundo outro". Nessa altura, a questão da liberdade sempre se pôs. Roland Barthes discorria sobre a diferente sexualidade chinesa - "não é como no ocidente, produto da opressão social" -, os campos de reeducação da República popular "não deveriam ser vistos à luz dos padrões ocidentais", propunha, compreensivo, Sollers. A coisa nem sempre entrava pela porta da "culpa colonial", como se vê. Quando um europeu ( Freitas do Amaral, por exemplo) declara, constrangido, que "a culpa é nossa", o que está a dizer? Certamente, pois é um facto, que no caso da zona islâmica inflamada, as partilhas imperialistas britânicas e francesas ( mas também russas) sairam à pressa do local e não deixaram uma elite moderada no poder. Todos sabemos que a partir da WW II, um bom tirano valia mais do que uma má ( ou imperfeita ) democracia. Mas hoje, a frase da culpa faz tanto sentido como vermos Louçã ou o Comité Central do PCP em peregrinação a Tirana ou a Moscovo, nus e de corda ao pescoço, pedindo desculpa pelas antigas solidariedades. Assim, o mastigar contínuo da culpa apenas reflecte, mais do que "cedência", a incapacidade de pensar a diferença. Anos e anos de retórica da igualdade antropológica - negando sexo, idade, raça e cortes de cabelo - acabariam inevitavelmente por impedir os europeus de medirem a diferença. Ela aparece agora, sempre à luz supeita do antigo passado colonial, como a justificação dos vergonhosos projectos de domínio de outrora. A imaginação ao poder, é pois o que precisamos.
posted by FNV on 11:47 da manhã
#COMEÇA COM UM TIPO A TOMAR O SEU BANHO DIÁRIO NUMA LAGOA: O que nos filmes americanos não é muito comum. E o filme não é bem americano, pertence à fornada latina que com a ajuda da máquina do Tio Sam, de Sundance de outros festivais ( foi premiado em Cannes), começa a melhorar. Já é o terceiro latino que vejo este ano, todos bons, e recomendo vivamente este: "Crónicas", produção do Tequila Gang, escrito e realizado por Sebastián Cordero. O triângulo amoroso do costume - media, um serial killer e o público sedento - declina-se no Equador, em cujas cadeias os gajos que têm medo de levar na tromba cobrem-se de fezes frescas. Bonito, hã?
DE UM FILHO DE UM CAVALEIRO PROFESSO DA ORDEM DA CRISTO: A classificação é de A.J. Saraiva, as palavras são de Pedro Garção, poeta da tertúlia da Fonte Santa e co-fundador da Arcádia Lusitana:
"Ao tempo estão sujeitas as palavras; Umas se fazem velhas, outras nascem: (...) Mudam-se os tempos , mudam-se os costumes, O ponto está em que ambos expliquemos Aquilo que pensamos."
Ora nem mais. É preciso é que se pense, o que como se sabe, constitui um crime.
Mar de opinioes, ideias e comentarios. Para marinheiros e estivadores, sereias e outras musas, tubaroes e demais peixe graudo, carapaus de corrida e todos os errantes navegantes.