AS COSTURAS DO CDS: Ribeiro e Castro não tem um minuto de descanso, os delfins também não. No tempo de Sá Carneiro falava-se de um partido transformado num saco de gatos. Saco ou casaca não sei, mas lá diz o povo que quem se veste de mau pano veste-se todo o ano.
1) Um Boeing choca com um pequeno jacto particular sobre a selva brasileira? Toda a gente sabe que os Boeings incluem dispositivos anti-colisão. E o pequeno jacto segue incólume?
2) Por que motivo os pilotos do pequeno jacto, Joseph Lepore e Jean Paul Palladino, estão proibidos de sair do Brasil?
3) Por que motivo não aparece o dispositivo de armazenamento de voz da caixa negra do Boeing?
4) Como se explica que os controladores de Cindacta-1 não tenham conseguido, em cinco ocasiões, entrar em contacto com os pilotos de pequeno jacto?
5) Por que razão, logo após o acidente, o pequeno jacto reapareceu no radar e pôde então ser contactado, quando já nada se podia evitar?
6) O que aconteceu aos 55 corpos que ainda não foram encontrados? E o que fazem os restantes numa base militar brasileira?
7) Qual a explicação para o facto de o plano de voo do pequeno jacto não ter sido respeitado?
8) O pequeno jacto pertencia a uma companhia norte-americana, a ExcelAire.
9) As acções da GOL, proprietária do Boeing, subiram 1,85% na passada 3ª feira. Porquê?
10) A ExcelAire foi desenvolvida a partir da Eastway, companhia criada por Bob Sherry, actual dono da ExcelAire. Sherry começou a sua carreira como técnico de manutenção aeronáutica.
11) O vice-director executivo da ExcelAire, David Brinnert, tem feito uma intensa campanha acerca das vantagens dos voos Charter sobre os voos regulares: mais cómodos, mais rápidos, mais seguros.
Think again.
posted by FNV on 8:32 da tarde
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EM SACO ROTO: Cavaco tem razão. Os media fazem parte de uma sociedade e têm estado muito confortáveis no papel " eu só vim ver a bola". Enquanto enchem edições com moralismos de caserna acerca dos políticos, dos magistrados e restante pessoal auxiliar, asseguram a distribuição de uma inimputável cultura da boçalidade. Sob o pretexto de compreender os anseios do povo, vendem a sua mercadoria. Tratam da vidinha.
posted by FNV on 7:16 da tarde
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TOMA LÁ, BUFO!: Em Portugal, o crime pode prosperar e a justiça definhar mas, quem não tem mesmo hipóteses são os "bufos". Tal como já acontecera com os "arrependidos" das FP 25 - que colaboraram com a justiça e denunciaram os colegas de rede, desse modo permitindo o seu desmantelamento - que são os únicos que permanecem presos, sob a basófia dos "perdoados" que ficaram em liberdade - temos agora o caso Pequito. Pequito denunciou alegadas práticas de corrupção pelas poderosas farmacêuticas. Passou a viver sob protecção permanente e, alegadamente, terá sido espancado e ameaçado de morte diversas vezes. Entretanto, os processos contra as farmacêuticas acabaram, devido a uma conveniente amnistia do seu alegado crime e... o pobre do Pequito é o único réu que sobra desta história, arriscando-se a ser condenado por difamação e a ter que pagar uma indemnização vultuosa à Bayer. Toma lá que já almoçaste! Em vez de ficar caladinho ou tentar ganhar "algum" com o assunto decide armar-se em bom cidadão! É bem feito!
posted by Neptuno on 1:15 da tarde
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ACTUALIZAÇÃO CINÉFILA: Dois filmes seguidinhos para nem dar tempo para respirar. Em The Black Dahlia falta ali qualquer coisa (ou até muito). Por exemplo uma ideia clara de como filmar aquela história. Talvez a ideia fosse manter os espectadores em suspenso para um grande momento final de revelação. Se assim era, flop total, porque a história arrasta-se de forma confusa para, de súbito, se resolver atabalhoadamente. Para além disso, irritam histórias de mistério, como é o caso, em que aos espectadores não são dadas informações suficientes para poder formar hipóteses verosímeis (que saudades de argumentos tipo Os Suspeitos do Costume !). Sentimo-nos vítimas e presas da omnipotência dos feitores do filme. Pior ainda é quando este engodo é tosco e se topa a léguas. Talvez não fosse mais que um exercício de suspense, género em que De Palma tem provas dadas. Se era disso que se tratava, o nosso Brian já viu melhores dias, porque as cenas de suspense são fraquinhas, sem intensidade. Sem o sangue que corre e a brutalidade dos crimes, a coisa nem um suspiro provocava. Há uns bons truques com a câmara mas, enfim, nós já sabíamos que o Mr. De Palma tem recursos e talento (fica aliás a sensação de que já vimos aquilo). Claro que há a Scarlett, o que só por si justificaria estarmos ali especados aquele tempo todo mesmo que não se passasse nada (infelizmente não aparece muito e o papel não lhe faz justiça). A melhor coisinha do filme acaba por ser o surpreendente desempenho de Hillary Swank como milionária perversa e ninfomaníaca. Para que a noite não fosse só de lamentos, All the King's Men revelou-se como um grande filme. Tema: a ascensão política e progressiva degenerescência de um político idealista e demagogo. Está lá tudo, bem contado e melhor filmado - a ambição, a generosidade, o comprometimento com o bem comum, o voluntarismo, a coragem, os truques, a insídia, a inveja e o ciúme, a insinuação, as guerras de influência, a corrupção moral e material, o conservadorismo do sistema e a mudança de gerações, a resistência do establishment perante o parvenu, o papel do sexo, as traições passionais ou apenas frias e cerebrais, a pressão e suas vítimas, os segredos, os podres, os esqueletos no armário, a violência física e emocional, os que se encostam e os que combatem. No belo cenário da Louisiana e New Orleans dos anos 50. E no meio disto tudo e de um elenco de luxo, está um Sean Penn indomável e memorável. É uma sequela. Alguma crítica tem dito que esta versão compara mal com a de 1949. Não sei, só vi esta. E recomendo vivamente.
posted by NMP on 6:36 da manhã
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EQUAÇÕES ESTÓICAS: Sarah Bernhardt está em Londres com a peça de Dumas ( Filho), L' Etrangère. Numa certa noite, entra em cena carregada do laudatório láudano e omite diversas passagens do seu texto. Público rendido. Conta ela, em Memoirs of my Life, que Dumas dir-lhe-á mais tarde que a peça, assim encurtada, ficou muito melhor. O laúdano - uma mistela essencialmente composta de tintura de ópio -, como todas as grandes drogas, tinha esta função: ficar com os aplausos e encurtar a vida. O contrário é o que ( quase ) todos conhecemos; a equação final - aplausos e vida longa - é que ainda não foi inventada.
MEMÓRIA CURTA: A república engalana-se toda, puxa o brilho às medalhinhas e prepara-se para festejar com bandeirinhas coloridas e discursos variados o aniversário do seu nascimento, como se antes nada tivesse existido. Imagino até que louve e aplauda o bárbaro homicídio duplo de 1908, ou que glorifique a inconsciência demencial e irracional da primeira república. Com tudo isto, espera-se que a nação portuguesa se não esqueça de que, na mesma data, se deve preferencialmente celebrar a independência de Portugal, reconhecida por Afonso VII de Castela e Leão a Afonso Henriques pela assinatura do Tratado de Zamora, em 1143. Sob pena de se olhar apenas para o umbigo e se esquecer a grandeza do corpo inteiro.
posted by VLX on 3:41 da tarde
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A MINHA VIDA SEXUAL SOB O BENFICA DO eng.º F. SANTOS:
Quero, mas não posso, posso, mas não consigo, consigo, mas já é tarde.
SUBTIL IRONIA: Quando questionado sobre o que mudaria no seu mandato, caso tivesse essa possibilidade, Souto Moura respondeu que contrataria centenas de assessores de imprensa e de imagem. Esta resposta encerra duas realidades muito tristes: por um lado, SM sugere que as "trapalhadas" que ocorreram no seu mandato foram obra dos media; por outro lado, não consigo deixar de pensar que centenas de assessores de imprensa e de imagem seriam, de facto, uma forma bem portuguesa de "resolver" os problemas da justiça.
POÉTICA SINDICALO-JUDICIÁRIA: Por este post de f., descobri hoje a página dos editoriais do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público. Com a devida vénia a f., gostaria de elaborar um pouco mais sobre este fantástico achado. A primeira coisa que me prendeu a atenção foram os títulos. Há-os tensos e literários (este poderia encabeçar um post do Mar Salgado) - nº 2: "A mudança necessária e os mutantes oportunos". Há-os aliterantes - nº 4: "Num ciclo de mudanças, a reforma das reformas: a formação". Há-os neologizantes (e, mesmo, neografizantes) - nº 5: "Um estilo de reformas e uma rentré [sic] judicial a meio gaz [sic]". Há-os intrigantes: - nº 6: "A democracia precisa tanto de um PGR independente como de uma imprensa autónoma e credível". Há-os prequizantes - nº 7 : "Todos os entendimentos que parem a cínica campanha de degradação da justiça são positivos para a democracia". Mas o cume atinge-se no nº 9, denominado, singela e não menos enigmaticamente, "Rejeição". Quem vem dos títulos anteriores, arrepia-se: o contraste é esmagador e quase sinistro. Como A Metamorfose está para Júlio Dinis, como Compassion in Exile para Wagner. Não é, na verdade, um editorial, mas um soneto com epílogo, como mandam as regras. Depois de várias estrofes judiciosas sobre o que escrevem certos "responsáveis de jornais", sobre a "descredibilização propositada, sistemática e destemperada dos magistrados enquanto profissionais, e do poder judicial enquanto instituição, por quem devia ter responsabilidades na coesão e na articulação dos poderes do estado", sobre a conversão das administrações dos países em "agências de competitividade internacional dos grandes interesses económicos", "Rejeição" completa-se, na última linha, com a recordação de um "poeta catalão amigo de Portugal": "Porém rejeito o preço / que nos querem impor / estes homens que ladram / pela boca dos seus cães". Uma página a seguir, portanto, com a atenção devida, na estação chuvosa e melancólica que se aproxima.
CISMAR NO CISMA?: O João Pinto e Castro é dos bloggers mais certeiros que há, mesmo em relação ao futebol - excepto no que toca ao desempenho do nosso (de ambos) clube. O ano passado, mais ou menos por esta altura, queixava-se do "sistema Adriaanse", em quem continuou a bater regularmente, imputando-lhe os poucos golos marcados e os muitos sofridos. É certo que o FCPorto teve uma prestação menos que medíocre na Liga dos Campeões, mas foi campeão nacional com 7 pontos de avanço sobre o 2º classificado e 12 sobre o 3º, ganhou a Taça, e teve o melhor ataque (54 GM) e a melhor defesa (16 GS). Pelo andar dos comentários do João, tudo indica que a coisa deve voltar a correr-nos razoavelmente bem este ano.
GARRA: Confirma-se que as qualidades de liderança e a motivação que um treinador consegue transmitir aos jogadores são provavelmente mais importantes que os seus conhecimentos tácticos. E isso nota-se na frouxidão de certas equipas - pequenas, médias ou grandes, portuguesas ou gregas - que são orientadas por certos treinadores...
posted by Neptuno on 11:25 da tarde
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COMPLETAMENTE DE ACORDO com Vital Moreira neste post sobre imigração. E já agora: é o mesmo mundo rico que não suprime tarifas alfandegárias que nos impedem de comprar produtos agrícolas dos países em desenvolvimento a preços competitivos. Um relaxamento do proteccionismo europeu e americano permitiria aliviar a pobreza, deixando-os comerciar os seus produtos, a milhões que hoje a tudo se submetem pela miragem de uma vida digna no Primeiro Mundo. Nem todos os muros que nos rodeiam são de betão.
posted by NMP on 8:43 da tarde
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O REGRESSO de um velho lobo do mar
P.S. - Confesso que estava com imensas saudades disto.
posted by NMP on 7:57 da tarde
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STATE OF DENIAL: Depois de duas obras consideradas como apologéticas de Bush, Bob Woodward regressa às estampas com um livro que arrasa a imagem de unidade e competência da Administração americana. Sobretudo na gestão do pós-guerra no Iraque. Aqui podem ler-se alguns excertos. A recurrente discussão sobre a demissão de Rumsfeld e a sua incompetência na gestão da questão iraquiana ocupa grande parte da obra. É ano de eleições, boa altura para facturar uns cobres com estes assuntos. Duvido que o livro tenha efeito nos resultado das eleições, mas dizem os entendidos que é um sinal claro da evolução da opinião pública americana (Woodward tem fama de "cheirar" muito bem estas evoluções). Em Novembro, veremos.
posted by NMP on 7:33 da tarde
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A LIÇÃO DAS ANCHOVAS: O Público de hoje noticia o suicídio de milhões de anchovas que se atiraram para uma praia das Astúrias. Fugiam de predadores e não podem ser pescadas por serem raras. Mais a sul, outras anchovas, magrebinas ou sudanesas, também se atiram ao mar em direcção a Espanha. Também fogem, não são raras, mas ninguém as quer pescar. O destino é o mesmo.
posted by FNV on 12:05 da tarde
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PAÍS DE PALHAÇOS: Das coisas mais engraçadas que se têm passado neste país de doidos é as prendas dos árbitros serem de ouro falso. É bem feito e talvez seja maneira de se saberem umas quantas coisas mais. Imagino as caras-metade a atirarem o pechisbeque às trombas dos maridos e estes a sentirem sobre as suas próprias trombas os chifres de quem foi alegremente enganado para enganar alegremente todos os demais. Que tenham bom proveito.
posted by VLX on 12:55 da manhã
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ORA VAMOS LÁ VER SE AINDA SEI MEXER NISTO II: Acabo de reparar naquela velha máxima que nos diz que é sempre preciso ter cuidado com quem se deita fora. José António Saraiva revela de forma aparentemente discreta, na revista do Sol, quem era, quem sempre foi, o Comendador Marques de Correia que escrevia as cartas para a última página da revista do Expresso, que li nos últimos vinte ou trinta anos. Podia ter sido mais subtil e menos maldoso.
posted by NMP on 6:01 da tarde
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OBRIGADO: Pergunta o Eduardo Pitta (Da Literatura) se gosto de Seinfeld e Larry David. Depois aguça-me o apetite para o livro de Bill Bryson. Tudo isto num texto enxuto, que convida a ler como deve ser. Amanhã compro (hoje só saio de casa para ver a Académica) .
Mar de opinioes, ideias e comentarios. Para marinheiros e estivadores, sereias e outras musas, tubaroes e demais peixe graudo, carapaus de corrida e todos os errantes navegantes.