Não há amor como o primeiro? Ainda bem. A fixação adolescencial na primeira experiência - somos tão adoráveis que quem primeiro o reconhece ganha um estatuto especial - escarnece e nem os ossos aproveita. Morte, parto, abandono, duração: nada disso existe no primeiro amor. Tipos excepcionais desenvolvem uma obsessão doentia e saudável. São raros. O primeiro amor é o rapaz do tambor, tão engraçado quanto inútil. Há quem se escandalize porque pensa que o amor foge ao sentido prático. Se os deuses assim pensassem, seríamos todos sacerdotes.
1) Butt: um keeper alemão que não sabe sair a uma bola alta. Original. 2) Léo: um taco de pia de 32 anos com a mãe doente no Brasil ( estimo as melhoras) . 3) Luisão: marcas de ventosas por fora e por dentro. 4) David Luiz: um bom aluno num mau liceu. 5) Nélson: um entregador de pizzas convencido de que é o Roberto Carlos da faixa direita. 6) M. Fernandes: fez pesos, ganhou cabedal e mantém um cérebro do tamanho de uma ervilha. 7) Petit: um bom segurança de uma casa mal frequentada. 8) Yu Dabao: o interlocutor privilegiado do mister. 9) Bergessio: uma certeza; não sabe fazer rigorosamente nada. 10) Rui Costa: um quadro antigo, valioso e frágil. 11) Fábio Coentrão: capaz de fintar o telemóvel mas incapaz de chamar o 112.
Fernando Santos: um cavalheiro, boa pessoa, católico praticante e ( demasiado) presente.
posted by FNV on 10:07 da tarde
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SILLY SEASON DESPORTIVA: A propósito da Volta a Portugal em bicicleta e dos casos de doping no ciclismo, vem hoje na Bola o discurso inflamado de um senhor contra as "Atitudes Racistas" de que o ciclismo é alvo! Parece que só o ciclismo é que é controlado, sendo discriminado em relação a outras modalidades. Oh, raça dos ciclistas...
A estação é pouco favorável ao apreciador de pernas femininas. É um exagero. Existe, no entanto, uma vantagem importante: as pernas ficam apresentáveis. Desde que o catálogo da Sears Roebuck ( 1922) explicou às mulheres como se faz, não há desculpas. O tempo frio é muito mais interessante, e é aquele onde a verdadeira hetaire joga tudo: apesar de cobertas e aquecidas, as suas pernas permanecem lisas e macias. Tanto desvelo só pode ser retribuído com amor. Muito amor.
António Costa, fazendo a Paz de Amboise com o Bloco, entala o PCP. Sempre que os comunistas impedirem os projectos PS/BE serão responsabilizados pela inexistência de uma "política de esquerda" na autarquia.
posted by FNV on 1:18 da tarde
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COR DE BURRO QUANDO FOGE:
É propaganda capitalista afirmar que os valorosos atletas cubanos desertaram. Daqui a uns anos lá teremos mais alguém a dizer - em livro ou talvez não - que só abriu os olhos quando o regime caiu, que as informações eram escassas, que as intenções iniciais da Revolução foram deturpadas e etc. Enfim, rejuvenesço sem elixires.
Quando entramos num cemitério sabemos que trespassamos. Ninguém se sente em casa, mas apesar disso vamos sem convite. A calma e o silêncio são lugares comuns e mentirosos. Calma é coisa que por definição não existe num cemitério: vejam o andar torcido de uma viúva recente ou o olhar tenso de uma mãe sossegadamente desesperada. E aprendam. O silêncio é outra mentira piedosa. As vozes, as verdadeiras, as dos esquizofrénicos, falam que se desunham quando pisamos o chão de pedra. Se há silêncio é porque o ruído dentro das nossas pobres cabeças é tão grande que não conseguimos ouvir mais nada.
Já testemunhei , ao vivo, o que acontece na Luz quando Mantorras vai para o aquecimento: tecido benfiquista em expressão pura. Decadência, patine, comunhão mundial e absoluta. Estas coisas são naturalmente ininteligíveis para os adeptos de agremiações regionais. Para nós, no entanto, são claras: só cai quem é enorme.
De Gonçalo Cadilhe ( ver artigo de Helena Matos no Público de hoje) é antiga. Diz o jornalista-viajante que o Irão é um óptimo sítio para as mulheres progredirem profissionalmente, porque, ao contrário do que encapotadamente ocorre no Ocidente machista, a segregação dos sexos permite que as mulheres evoluam em carreiras separadas e protegidas. Na África do Sul do apartheid era a mesma coisa: os pretos evoluiam como trolhas, cantoneiros ou mineiros ( com emprego assegurado), enquanto os brancos se esfalfavam em entediantes carreiras académicas, políticas e industriais.
Tal como anunciou, Marques Mendes foi animar a fête champêtre de Jardim: "faltava-me isso no currículo", para usar as suas exactas palavras. E agora já não lhe faltam 10.000 votos nas eleições internas. É a vida.
O SENTIDO PROFUNDO DO ESTADO: Aqui no Mar Salgado, procuramos seguir com atenção o desperdício de dinheiros públicos causado por incompetência dos decisores. Ao que parece, o Estado vai pagar um milhão de euros aos directores da Segurança Social mal demitidos por Bagão Félix em 2002, cumprindo a decisão dos tribunais. O que, apesar de tudo, traz duas notas positivas: por um lado, o Governo apresta-se a cumprir uma obrigação de indemnização declarada por um tribunal (e só assim se pode fazer de direito um Estado); por outro lado, os cidadãos sabem para onde vai uma parte, ainda que ínfima, dos impostos que pagam.
Mar de opinioes, ideias e comentarios. Para marinheiros e estivadores, sereias e outras musas, tubaroes e demais peixe graudo, carapaus de corrida e todos os errantes navegantes.