Proença de Carvalho, hoje, no "i", diz que um plano do governo e de Sócrates para controlar a TVI e outros orgãos da comunicação social é tão estúpido que nem lhe passa pela cabeça. PDC, que já esteve no meio, saberá mais do assunto do que a maior parte de nós. Ainda assim fico estupidificado: PDC não leu as escutas, por isso não compreendo como pode ter tanta certeza. Resta aquela observação de Musil, na Estupidez: "Em negócios, aquele que não é astucioso nem falto de escrúpulos passa muitas vezes por estúpido". Esta relação da inteligência com a ética é um assunto um bocado pornográfico, não vos parece?
É extremamente curioso mas Ana Gomes critica ferozmente Rangel por este fazer, na sua opinião, aquilo que ela própria afirma ter feito. O disparate da crítica da eurodeputada, em si mesmo, é delicioso e caricato mas a comparação não tem razão de ser. Ana Gomes e Elisa Ferreira candidataram-se, praticamente ao mesmo tempo, a dois cargos diferentes: a deputadas ao Parlamento Europeu e à Presidência de Câmaras Municipais. Paulo Rangel não fez isso: candidatou-se unicamente a deputado ao Parlamento Europeu.
Mas isso não impede ninguém de se candidatar, alteradas as circunstâncias, à presidência do partido em que milita. A essa candidatura não podem ficar impedidos os deputados ao Parlamento Europeu, à Assembleia da República, a Presidências de Câmara, da Junta de Freguesia ou a quaisquer outras actividades que desenvolvam, públicas ou privadas. A pensar de outra forma, estariam impedidas de se candidatar à presidência de um partido inúmeras pessoas. Que pensar de um administrador de empresas que aceita a confiança dos accionistas para exercer um mandato à frente da sociedade para depois se candidatar à liderança do partido em que milita? Estará impedido? Necessitará de esperar pelo fim do mandato?
Isso não faz sentido algum por muito que custe a alguns.
posted by VLX on 3:36 da manhã
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O BURACO DA FECHADURA (outra versão):
O experientíssimo e respeitabilíssimo responsável pela sala do afamado restaurante da capital aguardava, aflito, aos saltinhos do pé esquerdo para o direito, há já imenso tempo. Irresistivelmente, espreitou pelo buraco da fechadura da porta há muito secretamente trancada: era o cozinheiro que lá dentro se desfazia na maior e mais extraordinária cólica que a maior parte dos seus sentidos já tinham sentido. A coisa afigurava terminar-se, ou então o cozinheiro. Espreitou novamente. Foi a coisa que terminou primeiro. O cozinheiro, esse, levantou-se alegre e impunemente, engavetou o cinto na fivela e dirigiu-se para a porta sem se lavar.
"O chef não lava as mãos, o chef tem as mãos sujas!..." – constatou ele horrorizado....
post scriptum: nunca soube muito bem como depois acabou a história. Disseram-me há pouco que o infeliz velhinho acabou por confessar ter espreitado pela fechadura e descoberto que o chef tinha as mãos sujas. Os ajudantes de cozinha depuseram a favor do chef e puseram as suas mãos no fogo pelas mãos sujas do chef mas a clientela, mesmo a mais fiel, finalmente atenta e por fim definitivamente enojada, acabou por deixar de frequentar o consideradíssimo restaurante que tem hoje na vitrina exterior a placa “trespassa-se”.
posted by VLX on 2:39 da manhã
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SEMPRE A SUBIR (III):
posted by FNV on 2:21 da manhã
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EM SEARA ALHEIA:
Longe de mim meter foice em seara alheia mas julgo que os militantes do PSD terão de decidir se querem conquistar o partido, se o país. No primeiro caso poderão votar em quem quiserem e arriscam-se a ficar a brincar sozinhos outra vez. Se quiserem conquistar o país, deverão votar Paulo Rangel.
Por muitas qualidades que tenha, e tem, a Aguiar-Branco falta carisma para conquistar o eleitorado português de norte a sul. E por muitas qualidades que Passos Coelho possa ter, falta-lhe estrutura para vir a ser Primeiro-Ministro (coisa que não se adquire com publicação de banalidades ou fazendo poses de boca séria quando apanhado pelas câmaras de televisão).
Já Rangel tem manifestado inequívocas qualidades e é evidente que o eleitorado vê nele um enorme potencial. E confia nele, coisa que hoje em dia vale muito.
Mas os militantes do PSD é que sabem e lá escolherão.
post scriptum: declaração de interesses, apenas para não ser confundido com supostos comentadores independentes de blogues, tv’s e jornais: nunca votei em outro partido que não o CDS nem conto votar em outro partido que não o CDS, mas é verdade que sou amigo de Paulo Rangel.
posted by VLX on 1:58 da manhã
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"NUNCA TANTOS DEVERAM TANTO A TÃO POUCOS":
Disse Winston Churchill, louvando os aviadores ingleses que defenderam Londres dos bombardeamentos da Luftwaffe. A comparação é porventura excessiva mas a frase ocorre-me quando penso na atitude e coragem (sim, coragem!, é espantoso mas é preciso coragem) dos magistrados de Aveiro.
Hoje é notório que o país e os portugueses muito devem àqueles magistrados, tão vilipendiados pelos amigos reconhecidos do Primeiro-Ministro. Pois é a esses magistrados, a esses discretos "agentes locais" e à sua "imaginação fértil", como lhes chama do alto da sua cátedra europeia Vital Moreira, que os portugueses devem a descoberta do "execrando plano" de controlo da comunicação social.
Já aqui escrevi anteriormente que o caso ia muito para lá da ofensa ao direito e liberdade de expressão. O abuso de poder, da coisa pública, e a prepotência evidenciada eram muito mais criminosos do que a simples tentativa de impedir a liberdade de expressão.
Não que a dita não seja importante e o SOL mostrou-nos claramente que era. É na sequência da divulgação efectuada pelo SOL que se fez luz brilhante e cristalina para todos poderem ver o que só alguns anteviam: a verdadeira personalidade da pessoa que os portugueses tristemente puseram a dirigir o país.
É na sequência e na conjugação disto tudo que o PGR atabalhoou umas explicações inexplicáveis e se decidiu finalmente a devolver as escutas, e que o Presidente do STJ se desdobrou em entrevistas rápidas e justificações imperceptíveis mas que nenhum deles tinha considerado importante dar anteriormente aos portugueses. Parece também que a ERC acordou, embora ainda muito bocejante. E o barulho tem sido tanto que até chifrudos acordaram. Acordaram todos os que aparentemente pareciam ter acordado fingir dormir.
Pois é na sequência de tudo isto que todos os portugueses por fim acordaram e irão agora todos seguramente acordar que é hora da máquina judicial, finalmente, pôr fim a tudo isto e agir devidamente e contra quem deve. E tudo isto se deve à coragem inicial de dois magistrados. O nosso muito obrigado.
posted by VLX on 1:30 da manhã
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SEMPRE A SUBIR (II):
Por outro lado, aqui * diz-se que tudo isto são "mais mentiras". "Mais", o que significará ( a frase é omissa) que o que já sabemos também é mentira. Quanto? Não sabemos, não é? Recordo-me de outro processo famoso, o Apito Dourado, no qual os visados também disseram sempre que as escutas eram falsas e/ou descontextualizadas. Até surgirem no youtube.
posted by FNV on 10:57 da tarde
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GOZZANO, SEMPRE:
Tinha vergonha do título de poeta, um dos mais generosos crepuscolaris da transição ( 1883-1916). Tomem uma bela descrição - Totó Merùmeni - retirada de I colloqui ( 1911). Jogo de palavras com o termo grego original ( longuíssimo), significa qualquer coisa como " aquele que se engana a si próprio" . Apropriado, não é? Então um cheirinho:
Totò ha venticinque anni, tempra sdegnosa, molta cultura e gusto in opere d'inchiostro, scarso cervello, scarsa morale, spaventosa chiaroveggenza: è il vero figlio del tempo nostro.
posted by FNV on 9:42 da tarde
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"SER PROFESSOR":
posted by FNV on 6:02 da tarde
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SEPARAÇÃO DE ÁGUAS:
Já incomoda esta tentativa de misturar a água da torneira com a insalubre e choca. Ninguém acusa o Governo de coisa alguma: o único acusado é José Sócrates Pinto de Sousa. Não confundamos nem misturemos as coisas.
posted by VLX on 5:06 da tarde
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ESTÁ BEM QUE NÃO HÁ ALMOÇOS GRÁTIS...:
...mas não vale a pena uma pessoa enxovalhar-se para pagar o repasto.
posted by VLX on 4:56 da tarde
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DUAS NOTAS ( depois do buraco da fechadura de hoje):
1) Deve ser muito aborrecido, Pedro, receber lições de ética e independência de jornalistas de um jornal como o DN.
2) Durante o último ano, tenho feito fogo cerrado sobre o DN e a TSF. Um amigo alemão dizia-me que eu tinha a obsessão com os media e "seguia" o Pacheco Pereira. Errado. Até sou mais do tipo depressivo e sofro de inseguidismo ( não sou de fiar). Faço é minhas as palavras ( algum dia havia de dizer isto...) do António Lobo Xavier, ontem , na Quadratura: "Isto é uma surpresa para quem?".
Certo dia, o Joãozinho chegou a casa mais cedo. Pousou a mochila , foi à cozinha buscar buscar umas Oreo e sentou-se em frente da TV para ver na Fox um episódio dos Simpson, quando ouviu barulho. Não era suposto estar ninguém em casa aquela hora. Temeroso, dirigiu-se em direcção ao quarto dos pais, pois o barulho vinha de lá. A porta estava fechada, mas Joãozinho podia ouvir uns sons parecidos com os que fazia a Laica, a cadela do 3º esquerdo, quando queria brincadeira. Encostou a orelha à porta e ouviu a voz da mãe. Corou. Já nos seus onze anos, buço a despontar e algumas horas na net em casa do Miguel, percebeu. A mãe estava a ter sexo. Não resistiu e espreitou pelo buraco da fechadura. Assustou-se, porque na cama com mãe estava um homem que ele não conhecia. Saiu de casa com o fogo no rabo e só voltou à hora de jantar. Quando o irmão mais velho, estudante de Direito, chegou, quis contar-lhe tudo. Não sabia o que fazer. O irmão não quis ouvir. Não se espreita pelo buraco da fechadura. Quando a mãe lhe foi dar uma roupa ao quarto, o Joãozinho contou-lhe o que tinha visto. A mãe deu-lhe uma estalada. Depois olhou para ele muito séria e avisou-o: Não viste nada! És sempre a mesma coisa, sempre a fantasiar. Livra-te de falares disto a alguém. O Joãozinho continuou muito aflito e, já muito tarde, foi ter com o pai ao escritório. Contou-lhe. O pai sentou-se muito direito na cadeira e disse-lhe: "Não se espreita pelo buraco da fechadura. Isso é muito feio. Devias ter vergonha. Saiu, acabrunhado, do escritório ainda a tempo de ver o pai encher um copo de whisky até ao cimo. Algumas semanas depois, o Joãozinho redigiu uma composição de tema livre a pedido de uma professora. Escolheu "A Verdade". Começava assim: A verdade é aquilo que vemos, que todos sabem, mas que só vale se tivermos a chave.
posted by FNV on 11:29 da tarde
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FINALMENTE COMPREENDIDO:
posted by FNV on 10:27 da tarde
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BETTENCOURT, SEMPRE:
Pois o sono é vazio de si mesmo E mais que nunca durmo só por fora.
E é assim que a poesia ( extraído de Dia, 1963) é, é para isto que serve: devolver-nos o que não perdemos. Bettencourt, uma parte dele, lembra-me uma parte de Montale. O mesmo jeito convencional, mascarado, quase aleijado. Cantava fado de Coimbra.
posted by FNV on 9:44 da tarde
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UM PERÍODO LETIFICANTE:
1) A edição do "Sol", com a chamada d ecapa " O polvo", já seguiu para Angola. A edição certa no sítio certo.
A justificação dada ( jornais online, blogues, rádios) para impedir o Sol de publicar mais escutas é a do estrito cumprimento da lei. Óptimo. Isto significa um inocente no processo Face Oculta, pois não acredito que o dr. Rui Pedro Soares defenda a lei de manhã e os ladrões à noite.
Como se vê, é possível não alinhar em manifs ao lado de gente que aplaude sempre que Chavez fecha um canal de TV, ou manda espancar um jornalista, e não alinhar, também, no branqueamento da situação actual. Ninguém sai com graça. Na altura do affair Câncio/RTP, o PSD, que tutelava a estação, achava bem recrutar jornalistas com base nos seus relacionamentos pessoais; também nessa altura , muitos jornalistas se indignaram o que aconteceu, mas depois, com Moura Guedes, recolheram a caixa das esmolas.
posted by FNV on 2:26 da manhã
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PARA COMEÇAR (III):
O PSD é um partido curioso. Está escolher o futuro PM, está em diante de um PS em menopausa anunciada, mas o melhor candidato ( Rui Rio) não se apresenta na corrida.
posted by FNV on 1:09 da manhã
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PARA COMEÇAR (II):
É evidente que depois de terem repetido vezes sem conta que quem ganhou as europeias foi Rangel e não MFL, os lecticários de Passos Coelho estão agora em calda de sabonete.
Dedicado a todos os que estão preocupadíssimos com o "poder de gays e pedófilos na sociedade actual "( sobretudo, e de forma grosseirona, em caixas de comentários), mas sobre isto nunca escrevem uma linha.
Pessoalmente, calha-me bem. Ando a estudar ao pormenor a Revolução Francesa ( a russa é demasiado salvífica, menos bruta) e estou cansado de exercer a minha actividade de retórico panfletista contra o Fóculporto.
Esta petição assinei. Em outras macacadas com adesivos ( manifs, parece) , ainda por cima em alinhamento com gente que acha que Chavez faz muito bem em fechar TV's às dúzias, nem pensar em participar. Sou doido, mas não sou parvo.
A afirmação é disparatada. Até agora não vi ninguém a referir-se a uma ligação do Governo a este caso. No Governo há muita gente séria. Não se confunda o eucalipto com o resto da mata.
posted by VLX on 2:53 da tarde
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VERA JARDIM DEIXA CAIR PM:
Na RR, com Morais Sarmento, Vera Jardim disse que "não acredito que o Governo, como entidade, esteja metido nisto". Está tudo dito.
posted by VLX on 11:34 da manhã
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MAIS DO QUE A LIBERDADE DE EXPRESSÃO:
Prezo muito a liberdade de expressão mas isto que se passa por aí vai muito para lá da liberdade de expressão. Tem a ver com carácter e dignidade necessários ao cargo, tem a ver com banditismo e falta de escrúpulos, tem a ver com a utilização indevida do poder e da coisa pública em benefício próprio. Tem a ver com muitas e mais coisas para alem da liberdade de expressão e tão ou mais importantes do que a liberdade de expressão. Tem a ver com o não querermos ser comparados à Venezuela nem governados por Chavez. Tem a ver com a nossa própria protecção e liberdade individual. Ontem foram perseguidos Moniz, Manuela, Lomba, Crespo. Amanhã seremos nós. Pela mesma ou por outra coisa qualquer que lhe interesse. É isto que tem de ser travado. E era para isso que julgávamos nós ser necessário um poder judicial verdadeiramente independente até às suas mais altas figuras.
posted by VLX on 11:31 da manhã
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STASIS BENFIQUISTA*:
1) Fóculporto e Desbraga têm um pacto que terá o mesmo destino do Kominform ( um deles ficará de fora da Champions). Não descurando a doutrina, o Tomás Costa apareceu aos jornalistas , na semana passada, a negar que tenha levado um sopapo do Bruno Alves. A forma como estes regimes conseguem produzir robertos é impressionante.
2) Não compreendo o que vamos fazer hoje a Alvalade. Aquela gente tem uma peçonha que se pega, uma apatia que é infecciosa, enfim, são doentes. Espero que levemos máscaras.
*em memória do J.F.
posted by FNV on 11:02 da manhã
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NOSSAS COISAS EM CAUSA VOSSA:
Um receio da stasis, que vem desde 1926, um conformismo insinuante e uma tendência irreprimível para esconder a porcaria debaixo do tapete. Somos nós, quase sempre, e assim foi o Procurador-Geral em finais de Julho. Volto a repetir o que na altura escandalizou as boas almas : as eleições foram viciadas. Na altura era eu que tinha mau perder, porque era "ferrenho ferreira-leitista". Agora apliquem essa chapa à penúltima frase da Ana Gomes. Alguns do que agora enchem a boca com adesivos, mordaças, ou lá o que é, na altura , muito respeitadores do sistema e da "democracia", acharam um disparate. Pois, é gostam mais de folclore e depois eu é que sou o ingénuo.
Falei de condicionamenmto e de interferência no tempo de Cavaco ( apenas isso) e quiseram internar-me. Se isto aconteceu com um privado, imaginem como não era na RDP ou na RTP:
O resto da peça também é um bom condutor ( o bold é meu):
"Se a conversa tivesse a ver com os comentários do professor Marcelo, teria sido o director de informação [José Eduardo Moniz] afalar com ele", acrescentou, afirmando que no decorrer dos mais de quatro anos em que o comentador esteve na estação apenas a título informal abordou este tema".
Insisto. Na génese do que hoje discutimos - a interferência do poder político nos media - , como dizia o Pedro Lomba, num comentário ao meu post Cabeça Fria II ( agora reparo que parece o título de um filme de zombies), está algo de muito mau. O capital investido nos media , salvo excepções, não tem apetência para cruzadas e ordenará, em cada momento, o que é melhor para os seus interesses. A capa de "privado" é apenas isso mesmo: uma capa que é alugada ao poder político vigente. A liberdade de expressão - científica, artística , sindical, política - não só não se esgota na traficância historicamente sistemática de centros de decisão mediáticos, como, felizmente, não depende apenas destes. Acreditar no contrário é colocarmo-nos nas mãos dos homens do capital que traficam com os governos. Orwell* disse-o melhor : One has only to think of the sinister possibilities of the radio, State-controlled education and so forth, to realise that "the truth is great and will prevail" is a prayer rather than an axiom.
* Review of Power: A New Social Analysis by Bertrand Russel, The Adelphi, January 1939.
Segundo O Jogo de ontem, no final do jogo de anteontem voltaram as zaragatas ao futebol. Rui Costa (dirigente do Benfica, pois claro), encanitou-se com alguns adeptos do Vitória de Setúbal. "A situação obrigou mesmo à intervenção da polícia, que acalmou finalmente os ânimos" (página 5). Por sorte não estavam lá stewards da Luz.
posted by VLX on 2:46 da tarde
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A MARCA DE ZORO!
Simpático, aquele penalti completamente despropositado oferecido pelo jogador emprestado pelo Benfica ao Benfica no minuto 91. E muito simpáticos, todos aqueles que desta vez estão mudos e quedos sobre jogadores emprestados.
posted by VLX on 2:41 da tarde
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SEJA LÁ COMO FOR...:
E uma vez que não corro qualquer risco de ser considerado defensor de Cavaco Silva, há comparações que não compreendo. Se bem me recordo, foi no tempo de Cavaco que foram reprivatizados diversos órgãos da comunicação social, jornais e rádios, liberalizado seu aparecimento, e lançadas as televisões privadas. Mais tarde, os governos socialistas vieram recuperar jornais e rádios para os pôr por baixo de empresas públicas ou controladas pelo Estado. Mais tarde ainda, foram os jornais e rádios oferecidos a amigos que vão sendo protegidos ao longo do tempo pelos socialistas. Ao que parece, as mesmas empresas controladas pelo Estado disponibilizaram-se agora para controlar uma televisão incómoda, e um jornal do amigo protegido ofereceu-se também muito gentil e amigavelmente para solucionar o problema de um cronista incómodo (no que constitui um aviso sério para todos os outros). Há verdadeira liberdade de expressão? - Cada um acredita no que quer. Só não percebo a comparação com Cavaco....
O Nuno Mota Pinto, nas nossas discussões, costuma dizer que o nosso mal é sermos um país pequeno onde toda a gente se conhece. Talvez, mas existem estaminets de idêntica dimensão onde as coisas se passam de modo diferente, por isso o bacalhau tem de ser cortado mais fino. A apropriação de um media privado por pessoal não hostil ao governo não pode ser feita sem a conivência dos capitalistas. As vantagens que os capitalistas tiram dessa cedência têm de ser procuradas em factores exteriores ao universo mediático.Querem um exemplo simples? Leiam, no Expresso, a entrevista que Erik Schmidt, da Google, deu à Newsweek.: "Não podemos continuar a participar na censura " e " Tem a ver com a nossa relutância em participar na censura " . Ou seja: participaram e , por algum motivo, cansaram-se. As corporações para-govermanentais ( assessores, agências de imagem, pessoal político especializado) trabalham como gramscianos persuasores permanentes *. Actualizando Gramsci, o trabalho já não é feito para conquistar ideologicamente os intelectuais tradicionais, ou, melhor ainda, para produzir os seus próprios intelectuais orgânicos ( pp 11 do Cadernos, edição da IP, New York 1971). Trata-se agora de conquistar as linhas editoriais, ou, melhor ainda ( Gramsci utliza a expressão "mais eficazmente"), de produzir as suas próprias plataformas mediáticas através da escolha de persuasores amigáveis. A diferença entre os métodos utilizados no caso TVI e os utilizados no tempo da governamentalização descarada da RTP durante o cavaquismo ,reside no papel dos capitalistas. Esteartigo de Laura Pardodistingue as diferentes formas ( persuasão, coerção, ameaça) de condicionamento da representação da palavra, que é o que está em causa nos media. No artigo ( sobretudo nas páginas 7 e 8) encontramos uma boa revisão sobre o papel dos produtos mentais resultantes da persuasão encarada como um exercício de poder. Os capitalistas aceitam fabricar os persuasores permanentes ( os novos directores de jornais e rádios que devem dinheiro a bancos controlados pelos governo) porque se estão nas tintas para o ambiente político exterior à saúde financeira do capital ( veja-se a Google). Confundir tudo isto com "a ameaça à liberdade de expressão" na sociedade inteira é, isso sim, uma enternecedora demonstração de ingenuidade.
* Um bom exemplo ( sem as considerações pessoais de "boy" e outras que tal ):
A manipulação das chefias e redacções dos media não deve ser confundida com o problema da liberdade de expressão. A manipulação parece ter existido, sobretudo feita por arrivistas ( mais ou menos jovens) desejosos de mostrar serviço. A entourage de Sócrates não fez mais do que fizeram Miterrand, Berlusconi, ou Cavaco, no seu tempo ( lembro-me muito bem como era a RTP, A Capital e o DN ( este é uma vocação). Essa manipulação acaba por provocar baixas? Claro, se não não era manipulação. Acontece que a liberdade de expressão é um assunto infintamente mais sério e excêntrico às possibilidades manipulativas da actual órbita governamental. Quem se se interessa pelo assunto, e o estuda, sabe que é um disparate falar de ausência de isegoria em Portugal. E é um desrespeito miserável pela memória daqueles que, de facto, a sofreram no passado. A liberdade de expressão não se esgota no ego de um jornalista ou na caneta de um comentador. Envolve um vastíssimo sub-conjunto de liberdades e, por isso, sempre que foi cerceada, implicou um aparelho político global. Orgãos inteiros, partidos, sindicatos, universidades, todos foram silenciados em experiências do passado ( para falar só do passado). É conveniente manter a cabeça arrefecida.
posted by FNV on 12:58 da tarde
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ATÉ UM RELÓGIO PARADO ACERTA DUAS VEZES POR DIA:
O porta-voz* de Passo Coelho na TSF desta vez acertou. A cedência a Jardim parece ser uma estratégia para as directas que aí vêm; e servirá muita gente e não apenas Aguiar Branco. Sempre é melhor pensar isso do que atribuir a cedência a Jardim à simples estupidez.
Mar de opinioes, ideias e comentarios. Para marinheiros e estivadores, sereias e outras musas, tubaroes e demais peixe graudo, carapaus de corrida e todos os errantes navegantes.