ARTE & SHOWBIZ: Serviço público para amantes de cinema. O site oficial do Festival de Cannes para acompanhar o que aí vem. Os homens mais odiados nesta indústria (os críticos). Por último, o sítio da arte pela arte, sem competição e pela abertura a novas tendências e culturas (A quinzena dos realizadores), curiosamente dirigida por um português (François Silva).
posted by NMP on 8:00 da tarde
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EUROPA = JAPÃO ?: Para os que se interessam por temas económicos, um artigo que alerta para o perigo de deflação na Alemanha. Este perigo já tinha sido mencionado aqui a propósito da política do dólar forte. Para que se apercebam dos problemas que tal situação levanta, um artigo de fundo sobre o perigo de uma espiral deflacionária e recessiva. Estará a Europa de 2003 a entrar num período equivalente ao Japão dos anos noventa ?
posted by NMP on 7:47 da tarde
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A PROPÓSITO DA CAVALA II: O nome de Ferro Rodrigues surge no processo do caso Casa Pia, segundo parece, de forma lateral e sem participação nos escabrosos acontecimentos. Este post sugere uma mera reflexão sobre o seguinte: o mesmo jornal - o Expresso - que condena a reacção "emocionada", "infeliz", "patética" e desprovida de sentido de Estado de Ferro (como líder do maior partido da oposição e, como tal, alternativa de poder) é o mesmo jornal que publica uma "não" notícia na sua primeira página associando, de forma mais que duvidosa, o nome de Ferro ao processo da pedofilia. E todos sabemos que não será o mesmo o impacto da notícia que vier a limpar o seu nome do que aquele que é conferido à "notícia" que o tenta lançar no opróbio.
Não simpatizo com Ferro e, objectivamente, não posso concordar com a sua reacção (e de alguns líderes do PS) de "atirar merda para a ventoínha". No entanto, assumindo como facto que Ferro nada tem a ver com o cada vez mais nauseabundo assunto e sabendo da encomenda que lhe estava reservada para este Sábado, pergunto: o que é que vocês fariam?
posted by Neptuno on 5:37 da tarde
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PRUDÊNCIA E RESERVA: A redacção do Mar Salgado tem opinião (e não é muito positiva) da condução política do caso Casa Pia pela direcção do Partido Socialista até aqui. Opinião apenas e só sobre os contornos políticos do caso, compreendendo o natural choque emocional e a dimensão de tragédia pessoal que os acontecimentos dos últimos dias inevitavelmente têm para alguns. Uma vez que o caso se encontra ainda debaixo de um manto de boatos, insinuações e acusações e que o que está em causa é muito grave, vamos aguardar para assistir aos próximos episódios, esperando que a poeira mediática assente, permitindo vislumbrar mais cristalinamente. Esta nuvem mediática só teve até agora um resultado: fazer esquecer quem devia estar no cerne das nossas preocupações, as vítimas.
posted by NMP on 1:12 da tarde
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PORTUGAL NO SEU MELHOR: O caso Casa Pia tem mostrado Portugal em todo o seu esplendor: encobrimentos durante décadas, boatos, opiniões anónimas, insinuações, descontrole emocional, promiscuidade entre media, tribunais e políticos. Forçados a ver-nos ao espelho, descobrimos o monstro.
DIÁRIO DE BORDO: De um leitor atento, que se identifica como PC (ainda há disso ?), recebemos o seguinte e-mail que nos coloca algumas questões existenciais:
Cara redacção do Mar Salgado,
Serve a presente para vos enviar algumas sugestões sobre o vosso blog.
Em primeiro lugar, quero alertar-vos para um erro lamentável que inquina peçonhentamente o blog.
Na verdade, os blogs de esquerda estão colocados sob a epígrafe estibordo e os blogs de direita sob a epígrafe bombordo. Ora, uma de duas: ou se trata de uma orientacão política subliminar do vosso blog - considerar os blogs de direita como o bom bordo; ou, mais plausivelmente, se trata de um erro clamoroso, devido apenas a ignorância dos velhos lobos do mar. Com efeito, bombordo designa o lado esquerdo, e não direito, do navio, quando se olha para a proa (tambem existe a possibilidade de vocês quererem insinuar que estão sempre a olhar para a ré...). A explicacão é constrangedoramente óbvia: quando os portugueses percorreram, no inicio das descobertas, a Costa africana (navegação de cabotagem), o bom bordo era aquele de onde se avistava a terra. Já o bordo
oposto era por onde se lançavam os alentejanos indolentes; ficou assim conhecido porque, quando lhes diziam para se acercarem do bordo, para serem mais facilmente empurrados, eles perguntavam "Qual? Esti?".
Para alem da correcção destes lapsos lamentáveis, sugiro-vos que abram o blog, ao menos, a comentários exteriores aos vossos posts, sob pena de se tornar num mero prolongamento do vosso ego, um espelho virtual onde se corporizam as vossas discutíveis mundividências e opiniões.
Esperando ter contribuido para levar a nave avante (não importa chegar; importa navegar - e, se possivel, comer a amante do capitão), despeço-me, com um abraço feito de cordas que não se rompem, nauticamente vosso.
Estimado leitor, uma das belezas de sermos lidos e recebermos e-mails destes é percebermos que algures na outra ponta deste mundo virtual que é a blogosfera estão espíritos inteligentes. Vamos por partes:
1. É um facto que a expressão Bombordo relativa aos blogs de direita (ou não-marxistas) se refere á orientação política, ainda que moderada, da tripulação desta embarcação. O caro leitor, aliás, foi acometido do mesmo raciocíno inconsciente ao explicar-nos a origem da expressão Estibordo, caucionando assim a nossa escolha - para que outro lado se viram sempre os alentejanos que não o lado da interpretação marxista da história e do mundo, da revolta de classe e dos amanhãs que cantam ?
Aproveitamos, aliás, para lhe comunicar a nossa orgulhosa filiação na União dos Blogues Livres (UBL), que a este respeito esclarece todas as dúvidas. A UBL é inimiga mortal e adversária frontal da F.E.B.R.E., organização da esquerda bloguística que, como boa organização canhota, desde há alguns meses tem organizado inúmeras reuniões e nomeado algumas comissões para a sua instalação, mas ainda não conseguiu arrancar, nem tem actividade.
2. Com esta atitude soltámo-nos justamente das grilhetas peçonhentas da Geometria. Até porque e, como o caro leitor bem intuiu, ai do velho lobo do mar que se mantenha sempre virado para a proa e não acompanhe o que se passa na sua ré.
3. Relativamente aos comentários: a experiência de outros blogs diz-nos que esta atitude prudente é a melhor para tentar manter o nível das intervenções. Não afastamos totalmente essa hipótese, estando no entanto dependentes da adesão de mais marujos, por forma a podermos prevenir um ataque concertado de energúmenos internautas.
4. O blog é, de facto, um prolongamento dos nossos egos. Nota-se assim tanto ?
5. Quanto à amante do capitão, aceitamos propostas em euros, libras, dólares e Traveller checks (para lobosdomar@hotmail.com).
6. Um telefonema rápido pemitiu confirmar que o PC que assina esta carta não é o Paulo Coelho. Isso sim, seria a consagração total (não desfazendo, naturalmente).
posted by NMP on 4:52 da tarde
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CONFUSÃO E ASNEIRA: Como previmos aquando das primeiras noticias da detenção de Paulo Pedroso, o facto de o caso Casa Pia ter tocado na classe política apenas veio aumentar a confusão reinante. Já ninguém se entende. Há um excesso de emotividade presente (não há nada a fazer, nós portugueses somos assim).
O Mar Salgado vai-se limitar a aguardar pelo desenrolar dos acontecimentos serenamente. Todos os detidos são inocentes (até eventual prova em contrário) e ninguém está acima da lei. Discutir questões políticas e/ou politizar factos, durante um processo de natureza penal, neste clima emotivo e de histeria mediática, não augura um bom resultado: vai dar asneira... Pede-se calma a todos os responsáveis (políticos e judiciários).
posted by NMP on 4:04 da tarde
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OBJECTOS EM DESUSO: O Abrupto lançou um desafio para uma lista de objectos que estejam em extinção. Às listas já avançadas, aqui acrescentamos algumas sugestões (ver também a Janela Indiscreta):
- o lápis: a capacidade de inventar e produzir canetas com tinta reversível ou apagável vai fazer o lápis cair em desuso (talvez confinado às crianças numa primeira fase e por razões económicas - por ser mais barato - mas depois tenderá a desaparecer).
- quadros de ardósia.
- giz (para escrever).
- cobertores (substítuidos por edredons - não sei se é assim que se escreve - ainda que as alergias possam garantir um nicho de utilizadores).
Há uma gama de objectos que, perdendo ou não tendo utilidade, se manterão enquanto as convenções sociais, o marketing e tendências fashion o impuserem:
- a gravata: o seu uso é fruto de convenções sociais. É usada disseminadamente há pouco mais de cem, cento e cinquenta anos. Por exemplo, em muitas empresas esta convenção tem sido substítuida pelo smart casual.
- o relógio de pulso: com a profusão de instrumentos de uso quotidiano que nos dão as horas (telemóveis, PDAs) o relógio de pulso tende a ser cada vez mais um objecto de moda, simbolizando status e opções estéticas. Isto só é válido, claro, para os países mais desenvolvidos.
posted by NMP on 12:26 da tarde
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UM NEGÓCIO ETERNO: Os produtos e serviços de beleza são uma indústria e um mercado infindáveis (ler aqui). Longe dos extremos de Elisabeth Arden, fundadora do primeiro salão de beleza moderno ("Julgo uma mulher e um cavalo pelos mesmo critérios: cabeça, pernas e parte de trás"), a nossa gratidão é eterna para estes alquimistas do corpo. Sem eles, o dia a dia seria bem mais difícil de suportar. Bem hajam !
posted by NMP on 11:33 da manhã
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BIG BOSSES ARE WATCHING YOU: Uma das consequências virtuosas das crises nas empresas é a pressão para as limpar de "gorduras" e custos excessivos. Chegou a vez das chefias. Segundo este artigo parece estar emergir uma tendência global para um controle mais apertado das remunerações de executivos de topo por parte de quem tem o seu dinheiro em risco, os accionistas.
posted by NMP on 11:11 da manhã
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AÍ VAMOS NÓS:
Lá vem a Nau Catrineta
Que tem muito que contar!
Ouvide agora, senhores,
Uma história de pasmar.
Passava mais de ano e dia
Que iam na volta do mar,
Já não tinham que comer,
Já não tinham que manjar.
Deitaram sola de molho
Para o outro dia jantar;
Mas a sola era tão rija,
Que a não puderam tragar.
Deitaram sortes à ventura
Qual se havia de matar;
Logo foi cair a sorte
No capitão general.
- "Sobe, sobe, marujinho,
Àquele mastro real,
Vê se vês terras de Espanha,
As praias de Portugal!"
- "Não vejo terras de Espanha,
Nem prais de Portugal;
Vejo sete espadas nuas
Que estão para te matar."
- "Acim, acima, gageiro,
Acima ao tope real!
Olha se enxergas Espanha,
Areias de Portugal!"
- "Alvíssaras, capitão,
Meu capitão general!
Já vejo terras de Espanha,
Areias de Portugal!
Mais enxergo três meninas,
Debaixo de um laranjal:
Uma sentada a coser,
Outra na roca a fiar,
A mais formosa de todas
Está no meio a chorar."
- "Todas três são minhas filhas,
Oh! quem mas dera abraçar!
A mais formosa de todas
Contigo a hei-de casar."
- "A vossa filha não quero,
Que vos custou a criar."
- "Dar-te-ei tanto dinheiro
Que o não possas contar."
- "Não quero o vosso dinheiro
Pois vos custou a ganhar."
- "Dou-te o meu cavalo branco,
Que nunca houve outro igual."
- "Guardai o vosso cavalo,
Que vos custou a ensinar."
- "Dar-te-ei a Nau Catrineta,
Para nela navegar."
- "Não quero a Nau Catrineta,
Que a não sei governar."
- "Que queres tu, meu gageiro,
Que alvíssaras te hei-de dar?"
- "Capitão, quero a tua alma,
Para comigo a levar!"
- "Renego de ti, demónio,
Que me estavas a tentar!
A minha alma é só de Deus;
O corpo dou eu ao mar."
Tomou-o um anjo nos braços,
Não no deixou afogar.
Deu um estouro o demónio,
Acalmaram vento e mar;
E à noite a Nau Catrineta
Estava em terra a varar.
Deus quere, o homem sonha, a obra nasce.
Deus quis que a terra fosse toda uma,
Que o mar unisse, já não separasse.
Sagroute, e foste desvendando a espuma,
E a orla branca foi de ilha em continente,
Clareou, correndo, até ao fim do mundo,
E viu-se a terra inteira, de repente,
Surgir, redonda, do azul profundo.
Quem te sagrou criou-te português.
Do mar e nós em ti nos deu sinal.
Cumpriu-se o Mar, e o Império se desfez.
Senhor, falta cumprir-se Portugal!
Fernando Pessoa, Mensagem
posted by NMP on 10:49 da manhã
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A PROPÓSITO DA CAVALA: O episódio ocorrido no programa "Hora Extra" da SIC, retratado no post "Gastronomia Variada", é mais um dos múltiplos exemplos em que o poder da comunicação social (neste caso, via apresentadora "cavala") se manifesta de forma ditatorial e despótica sobre um convidado (e, neste caso, sobre o seu representado), o qual é perfeitamente enxovalhado pelo simples facto de não alinhar pela "verdade" que o programa pretende impôr à sua audiência. Este caso, lembra-nos inúmeras situações na comunicação social - essencialmente na televisão - em que os factos ou opiniões são apresentados de forma direccionada, ao sabor do livre arbítrio de uma redacção ou mesmo de um jornalista cuja legitimidade (?) para tal poder decisório é mais do que questionável.
Pensemos no seguinte:
- a televisão pode vender um presidente da república da mesma forma que um sabonete;
- se um acontecimento não for divulgado na televisão é porque não existiu;
- raramente o canal público de televisão deixou de ser alvo de tentativa (em alguns casos consumada) de manipulação.
É impossível fugir ao facto de que a televisão é, efectivamente, o quarto e o mais forte dos poderes. Sendo certo que uma televisão livre é um garante do sistema democrático, resta saber se uma televisão "à rédea solta", com total e ilimitada liberdade de acção e sem fiscalização ou regulação sancionatória de qualquer espécie (ou minimamente eficaz) - e logo, susceptível de manipulação - não será, em si mesma, uma ameaça à democracia.
Obviamente, a solução não residirá na censura, de má memória, mas, não seria possível uma qualquer espécie de controlo por meio de uma entidade que reflectisse o espectro democrático?
Atendendo à alienação reinante na sociedade em que vivemos, de total ausência de espírito crítico, em que as pessoas vegetam em frente aos televisores, recebendo e assimilando passivamente como boa a informação (e opinião) que lhes é transmitida, deverá tal poder ficar nas mãos de pessoas que não foram minimamente legitimadas para o efeito?
E não deverá tal poder ser utilizado como forma de alavancar uma melhoria educacional e cultural dos cidadãos, em vez de os tentar cativar numa guerra sem quartel por via da escatologia, da acefalia e da sordidez?
Oliver Stone preparava-se para lançar um documentário sobre Fidel Castro quando este último decidiu fuzilar e encarcerar uns quantos opositores. Stone viu-se obrigado a adiar a apresentação do documentário (encomendado por um canal de televisão americano) o qual, segundo parece, desculpava alguns vícios do regime e justificava em grande parte com o embargo a miserável realidade do país. Quando, em entrevista recente nos Estados Unidos, Stone foi confrontado com os recentes acontecimentos, por oposição ao seu documentário "cor-de-rosa", terá respondido algo como: "Como é que você pensa que vive em democracia quando toda a informação é manipulada?"
Dirigentes mediocres só conseguem alcançar e permanecer no poder se a população for igualmente mediocre. Talvez esta manipulação explique muito do estado a que chegou a realidade do panorama televisivo neste país.
Não somos donos da verdade e agradecemos a opinião dos navegantes sobre esta reflexão.
NOTHING COMPARES 2 U: Talvez já não seja possível arranjar bilhetes para ir ver os Massive Attack. É um erro primário. Tenho para com estes génios de Bristol uma dívida eterna - proporcionaram-me um dos melhores concertos que já vi (na inauguração pós-Expo do Pavilhão Atlântico em 1999).
100th Window é um dos melhores discos de 2003 - directo sem ser cru, insistente sem ser repetitivo. Depois de Mezzanine houve quem pensasse que era sempre descer. Pois bem, os garbosos moços reinventaram-se (são apenas dois agora, tranquilos e serenos sem a companhia da The Wild Bunch) e lançaram um disco fantástico. Ainda há quem não se acomode com o sucesso e a cada disco parta em busca do futuro. É gente desta que faz manter vivo o prazer de ouvir (excelente) música.
posted by NMP on 6:51 da tarde
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A NOVA ONU: Após a discussão sobre a guerra e o papel da ONU, eis como o Conselho de Segurança legitima o papel de administradores dos EUA e da Inglaterra no Iraque. O facto de a intervenção no Iraque ter sido efectuada sem o aval da ONU, mas a sua reconstrução passar agora a estar legitimada por esta resolução, terá fortes impactos na definição do papel futuro das Nações Unidas: menos um fórum com capacidade para impedir conflitos e mais uma agência vocacionada para a limitação de danos e tarefas de reconstrução.
Esta é a realidade, como as coisas são. É errado raciocinar, agir ou discutir como se as coisas não fossem o que são, mas como se pensa que deveriam ser. Os legalistas, formalistas e anti-americanos dirão que isto é uma machadada no direito internacional. É antes uma nova etapa das relações internacionais, a que Portugal terá necessariamente de se adaptar. A esta nova luz, a atitude do governo português em todo este processo foi sábia, prudente e prospectiva.
posted by NMP on 6:03 da tarde
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GASTRONOMIA VARIADA: A propósito do programa Hora Extra da SIC de ontem à noite acabámos de receber o seguinte e-mail anónimo. Violando todas as regras deontológicas, aqui vai:
A cavala
Todos gostamos de cavala, esse tunídeo de roupagem arriscada de verde e azul.
Sobretudo de escabeche.
Ontem, tivemos oportunidade de assistir a um fenómeno raríssimo: o nascimento de
uma cavala já no seu próprio molho de escabeche.
Aconteceu no nobre e sempre instrutivo programa "Hora Extra", da SIC, onde
pontifica a astuta Conceição Lino (finalmente posta no seu lugar por um
causídico de Coimbra), com a participação especial do omnipresente Dr. Namora
(só ontem, contei 3 aparições, ao longo do dia, no pequeno ecran; pergunto-me
se terá clientes ou se tirou férias) e da impagável Felícia Cabrita.
Pois bem.
A páginas tantas, a eminente "jornalista de investigação", como gosta
de se auto-intitular, depois de discorrer doutamente sobre a "prova
jornalística" (?), e de apontar o dedo desdenhoso e acusador ao advogado do
Embaixador "pela sua insensibilidade relativamente às crianças da Casa Pia"
(numa altura, claro está, em que este já tinha sido dispensado pela
astuta Conceição e não podia, portanto, responder), Felícia proporcionou-nos o
espectáculo do nascimento de uma cavala já adornada do respectivo escabeche.
Dizia ela: "acho fantástico que pessoas com responsabilidades, como o
secretário-geral do PS Ferro Rodrigues, venham a público dizer que existe uma
cavala...", momento em que foi interrompida pela astuta Conceição, que
disse: "ele não falou em cavala...".
E que respondeu a nossa Felícia? Respondeu: "Não falou? Mas alguém falou".
E pronto. Assunto arrumado. Partiu para outro assunto qualquer, deixando no ar
um inconfundível aroma de escabeche.
Tinha nascido a cavala, com pai e tudo.
Faz-me lembrar a história do lobo e do cabrito. Disse o lobo, danadinho para
filar o cabrito: "Se voltas a beber no ribeiro acima de mim, conspurcando a
minha água, eu mato-te"; respondeu o cabrito: "Mas eu nunca bebi no ribeiro
acima de ti!"; retorquiu o lobo "Se não foste tu, foi o teu pai ou o teu avô".
E o cabrito, evidentemente, tramou-se.
Por mim, cara Felícia, Namora, Conceição... estamos conversados.
Caro leitor, numa coisa estamos de acordo: de facto a cobertura jornalística do caso Casa Pia (sobretudo pelas televisões e jornais de escândalos) assemelha-se cada vez mais a uma peixeirada pegada. Quanto ao resto, é um facto que gostamos de cavala. Se bem que, nalguns dias, um bom cabrito à padeiro também marchava.
posted by NMP on 5:36 da tarde
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COSTAS LARGAS: A questão das pilhérias sobre o caso Casa Pia tem mais a ver com o respeito pelas vítimas do que pelo carácter mais ou menos público dos suspeitos, que são aliás todos inocentes até prova em contrário. Da mesma forma que acho mórbido e infeliz largar piadas sobre, por exemplo, homicídios ou ataques à integridade física com ácido sulfúrico.
Acresce que gozar com quem está em situação difícil, seja uma figura pública ou um cidadão anónimo, é um acto de pouca valentia. Claro que todos nós já pecámos (e pecamos todos os dias) neste particular, mas tal não retira o carácter censurável desses actos, mesmo que sejam quase sempre inócuos.
De qualquer forma, este incidente é pouco importante, mas não deixa de ser um bom ponto de partida para reflexão, tendo em conta o ambiente geral que se vive no país alimentado pelos media. A este propósito, refira-se que o conceito politicamente correcto tem as costas largas (há até quem viva com a fobia de ser insultado de tal). Há coisas que tem menos a ver com "correcção ou incorrecção politica" e mais com sensibilidade e (bom ou mau) gosto.
E mais tempo não gastarei com isto, para não contribuir para a cacofonia reinante. Resta-me o consolo de que fica aqui demonstrado que o Mar Salgado é (e será sempre) uma embarcação pluralista.
posted by NMP on 5:21 da tarde
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TEMPESTADE EM COPO D'ÁGUA: A propósito do post "O FCP GANHOU". Nenhuma figura pública está a salvo de comentários jocosos ou de ser objecto de ironias, desde que e tal como no caso concreto, não se caia no insulto fácil ou se proceda a crucificações com outro motivo que não seja o puro gozo. O referido post mais não é do que uma piada gratuita alusiva a um facto público e notório, sem quaisquer intenções de condenação antecipada do Dr. Paulo Pedroso o qual, caso seja inocente, será merecedor de tanto respeito e simpatia quanto as suas vítimas, caso seja culpado.
É que o mar é mesmo salgado e o politicamente correcto é para marinheiros de água doce...
posted by Neptuno on 4:36 da tarde
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POSTA NA ORDEM: Ontem à noite vimos uma jornalista da SIC a ser posta na ordem pelo advogado de Jorge Ritto, após lhe ter perguntado porque tinha aceite o patrocínio de um homem acusado de um crime tão ignóbil. A pergunta efectuada continha em si a presunção de culpabilidade do embaixador, violando a presunção de inocência e, pior, deixava implícita a ideia de que há pessoas que não merecem defesa. Ora bem, toda a gente tem direito a defesa e é bom recordar isto numa altura de quase histeria colectiva e justiceira.
posted by NMP on 2:52 da tarde
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NÃO Á CENSURA: O post anterior é obviamente uma piada de mau gosto. No entanto, o Mar Salgado é um espaço de total liberdade, pelo que aqui não se censura nada, mesmo aquilo que possa parecer ao administrador do blog como manifestamente infeliz. Não tenho vocação para censor, pelo que confrontado com tão alarve laracha optei por deixá-la online. Como tudo, a liberdade de expressão tem vantagens e desvantagens. E o humor dos marinheiros, como sabem, nem sempre é muito elevado.
O FCP GANHOU!: Apesar da complacência do árbitro para com os "rebenta-canelas" dos escoceses. Uma palavra ainda para o bonito gesto de solidariedade para com Paulo Pedroso, protagonizado no intervalo do jogo por um elemento da JS (que pediu anonimato) o qual, correu até ao centro do campo, mostrou um cartão vermelho ao árbitro (simbolizando a justiça), correu nú pelo campo fora (simbolizando a liberdade sexual) e, foi finalmente capturado por um grupo de rapazes espadaúdos (sexsymbolizando-se)!
posted by Neptuno on 11:18 da tarde
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OTÁRIOS E CANALHAS: A presumida mão amiga citada no post de homenagem e incentivo ao FCP revelou-se afinal a mandíbula de um especulador sem escrúpulos, que pretendia cerca de 600 euros por um bilhete para a final da Taça UEFA. Fomos, mas não somos otários. Fomos ao embarcar, por breves momentos, na cantiga de um canalha desta estirpe. Não o somos, porque lhe respondemos à altura e de forma definitiva: esticando lenta mas bem distintamente o dedo do meio, mantendo os restantes encolhidos. Viva o serviço público (RTP).
posted by NMP on 2:05 da tarde
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PERPLEXIDADE: O caso Casa Pia não cessa de nos surpreender. Insuspeitos de simpatia política pelo Dr. Paulo Pedroso, gostávamos de reafirmar o princípio da presunção de inocência: toda a gente é inocente até ao caso transitar em julgado. Era bom que o caso não se tornasse um emaranhado que venha a impedir o esclarecimento da verdade, permitindo aos verdadeiros culpados eximir-se à mão pesada da justiça e manchando o nome de inocentes. Cheira-nos que o facto de ele tocar a classe política abriu um novo capítulo nesta história lamentável e que vai aumentar a enorme confusão já instalada. Tal não pode impedir a lenta mas inexorável marcha de Justiça. Impõe-se citar a frase mais dita, nem sempre pelos melhores motivos, pelo actual Presidente da República: serenidade, por favor.
posted by NMP on 1:53 da tarde
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BIBÓ PORTO: Mão amiga conseguiu garantir bilhetes de última hora, pelo que meia redacção do Mar Salgado (NMP) se prepara, numa missão patriótica, para sulcar os mares do Sul e subir o Guadalquivir em direcção ao Estádio Olímpico de Sevilha para reforçar as hordas lusas de apoio aos dragões. Hoje somos todos portistas, carago !!!
ESCORBUTO: A tripulação do Mar Salgado foi abalada por um forte ataque de escorbuto intelectual, que a atingiu após ter sido forçada a visionar o programa Rosa Choque da TVI no sábado à noite. Apenas um tratamento de choque imediato à base de antibióticos, complexos vitamínicos, Valliuns, Lexotans e whisky permitiu evitar que esta epidemia se instalasse a bordo. A verdade é que só agora, três dias após essa experiência dolorosa, conseguimos tocar no assunto com alguma (pouca) serenidade.
posted by NMP on 6:46 da tarde
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LETRAS A MAIS: Um tema interessante foi lançado pelo Abrupto, tendo sido comentado e discutido pelos Marretas: a desvalorização social que existe em Portugal das chamadas "ciências duras". Esta situação tem graves custos para o país, que se encontra actualmente pejado de advogados - o bastonários da Ordem referia ontem que a Áustria tem 3.000 advogados, a França 30.000, existindo em Portugal cerca de 20.000 -, de professores desempregados (destino de muitos dos formados em Letras) e de gente com formação universitária na área das "ciências humanas e sociais" em situação de sub-emprego. Para lá das razões culturais e intelectuais imputáveis à comunidade científica e universitária (discutidas pelos blogs citados), este estado das coisas tem consequências.
Há uma clara desadequação entre a formação universitária ministrada e o mercado de trabalho e, o que é ainda mais grave, entre os conhecimentos da maioria dos licenciados e a formação necessária para a modernização da nossa estrutura produtiva e consequente alteração do nosso modelo de desenvolvimento económico e social. Ou seja, temos gente formada a mais nalguns sectores e não temos recursos humanos qualificados nas áreas de ponta (tecnologias de informação, biologia e bio-tecnologia, telecomunicações por exemplo) necessários para que investigação e empresas que produzam produtos ou serviços de valor acrescentado vão surgindo.
Este fenómeno resulta da conjugação da desvalorização do ensino técnico e da massificação das licenciaturas, que assentaram que nem uma luva nas ambições individuais e familiares (perfeitamente legítimas e compreensíveis, aliás) da classe média em ter um doutor na família, típicas de sociedades anti ou pré liberais, muito estratificadas socialmente e que dão excessiva importância às hierarquias, mesmo que informais. O sistema de ensino foi, no pós 25 de Abril, reformado e preparado para satisfazer estas ambições, criando este enviesamento.
O cerne do problema chama-se Matemática. No afã de perseguirem um título universitário, muitos meninos (com a complacência da família, o que é natural, e, mais grave, do sistema de ensino) contornaram olimpicamente esta disciplina a partir do 9º ano. Ora, o raciocínio matemático é, quer se queira quer não, fundamental para o desenvolvimento de capacidades científicas ou técnicas na esmagadora maioria das áreas do conhecimento humano, inclusivé aquelas que tradicionalmente se designam por "humanidades". Temos assim um país carente de matemáticos, químicos, físicos, biólogos, informáticos e engenheiros que está cheio de advogados e letrados que não fazem a mínima ideia do que é uma série, uma derivada ou um integral, ou umas pequenas luzes sobre o que é a linguagem binária, suporte deste texto.
Esta situação demorará, necessariamente, algum tempo a ser superada, mas pode-se ir fazendo qualquer coisa: por exemplo liberalizar e flexibilizar o mercado de trabalho, instilando um sentido e uma necessidade de risco e de permanente formação (inclusivé em áreas diferentes da nossa licenciatura). É que por aqui não vamos lá.
posted by NMP on 6:27 da tarde
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AGUENTAR O BARCO: A equipa do Mar Salgado (composta actualmente por um solista e um anónimo tenor intermitente) comunica que de dia para dia aumentam as condições para levar esta nau a bom porto. Dois ou três velhos lobos do mar preparam-se para se juntar à tripulação, após chegarem ao fim com sucesso aturadas negociações sobre o soldo a atribuir-lhes, efectuadas em ruas, vielas, bares de má fama e tascas de ambiente crapuloso em diversos portos.
Margens inertes abrem os seus braços
Um grande barco no silêncio parte.
Altas gaivotas nos ângulos a pique,
Recém-nascidas à luz, perfeita a morte.
Um grande barco parte abandonando
As colunas de um cais ausente e branco.
E o seu rosto busca-se emergindo
Do corpo sem cabeça da cidade.
Um grande barco desligado parte
Esculpindo de frente o vento norte.
Perfeito azul do mar, perfeita a morte
Formas claras e nítidas de espanto.
Sophia de Mello Breyner Andesen, Barco
posted by NMP on 4:31 da tarde
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PRECISA-SE:Blogger com espírito crítico, bom escrevinhador e com vastos conhecimentos na área da política, cultura, ciência, cinema, música e literatura na óptica do utilizador. Para ajudar na manutenção de recente blog marítimo a efectuar navegação segura, por forma a que os actuais comandantes possam ir ganhar a vida (que isto a este ritmo nem para os cigarros). Não somos politicamente correctos nem equal opportunities employers, pelo que daremos preferência a espíritos liberais e inoculados de vírus marxista e das suas recentes variantes anti-globalizadoras. Amantes do banho diário poderão ter uma vantagem. Inglês, português, francês, alemão, russo e bloguês falado e escrito. Respostas para lobosdomar@hotmail.com
posted by NMP on 1:17 da manhã
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SABEDORIA POPULAR: "The inherent vice of capitalism is the unequal sharing of blessings; the inherent virtue of socialism is the equal sharing of miseries." Winston Churchill
posted by NMP on 1:01 da manhã
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VOLTA CLARA, ESTÁS PERDOADA: Qual é o problema de plagiar uns artiguitos americanos, quando eles por lá fazem-no à grande. Por exemplo Jayson Blair terá falsificado elementos e plagiado em mais de 30 artigos no New York Times.
Aproveitando a deixa, a Bíblia dos neo-conservadores, pela voz do seu Papa, aproveita para tirar desforço. Assim também não é bonito.
posted by NMP on 12:55 da manhã
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A INEVITABILIDADE DO DÓLAR FRACO: A política do dólar fraco aí está, como mencionámos ontem. Um artigo esclarecedor sobre a sua inevitabilidade.
ALGUMAS PALAVRAS (AFINAL): A maré arrasta-nos de novo para os tristes e terceiro-mundistas acontecimentos de Felgueiras, agora na perspectiva da vítima. Francisco Assis - personagem que respeitamos - foi não apenas vítima de umas "solhas" à moda de Matosinhos, perpetradas pelos amigos da Fátinha, como também foi vítima do descarado populismo, da demagogia fácil, do laxismo moral e da esperteza saloia que o seu partido, enquanto governo, fomentou entre as gentes deste país. Com exemplos como: orçamento aprovado com negócio de queijo à mistura; ministro que se junta a uma manifestação contra, à porta do respectivo ministério; subsídios à preguiça; criação de fundações manhosas para obviar ao mau funcionamento do ministério (nas palavras do próprio secretário de estado), etc... - e contando com o silêncio conveniente e conivente do presidente eleito pelo mesmo partido que, sorrateiramente, assistiu de poltrona à desmoralização do país no nobre e confessado (!) intuito de assegurar mais cinco aninhos de boa vida.
A mentalidade reinante de motim cujo lema se traduziria em algo como "condenável não é roubar mas sim ser apanhado" torna natural que uma multidão se manifeste em favor de uma foragida da justiça. Temo que o caminho de volta seja muito longo.
Diz-se que "quem semeia ventos colhe tempestades" e... esta ainda não amainou.
BAD NEWS: Este artigo de Moises Naím (editor da Foreign Policy) ilustra bem como a economia pode ser uma próxima frente de dissensão entre os EUA e a Europa. A política de dólar fraco, que objectivamente convém aos americanos para conter o défice e aumentar a sua competitividade, pode muito bem colocar ainda maiores dificuldades às economias europeias (risco de deflação) e maior pressão para a sua reforma, liberalização e flexibilização. São, infelizmente, más notícias para a liberalização do comércio mundial.
posted by NMP on 11:46 da tarde
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RECOMENDAMOS: A tertúlia entre o Abrupto e a Montanha Mágica em torno da obra homónima de Thomas Mann.
posted by NMP on 11:36 da tarde
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TAMBÉM ASSINAMOS: O manifesto publicado pela Coluna Infame, pelo País Relativo, pelo Blog de Esquerda, pelos Marretas, o Intermitente e o Picuinhices. Não é contra a abertura ao exterior da blogosfera. Nem corporativo (aliás como o podia ser se a blogosfera é um corpo tão diverso e até conflituante). É simplesmente contra o disparate gratuito, fruto da ignorância. E isso está muito bem.
posted by NMP on 11:31 da tarde
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FILME DE TERROR: O Programa Rosa Choque da TVI. Ainda estou a tremer...
posted by NMP on 11:23 da tarde
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VAI SER UM PROBLEMA: Apreciei humanamente a vitória de Lula no Brasil - quem não se comove com a história de vida de um operário torneiro que chega a Presidente de um dos maiores países do Mundo. Gostava imenso que o seu governo desse certo (sinceramente, porque adoro o Brasil). Mas nunca consegui vibrar com a sua vitória. Sempre achei que as contradições na sua base de apoio levarão o Brasil a uma profunda desilusão. Os primeiros sintomas começam a aparecer. E a voz de Luis Fernando Veríssimo, escritor, cronista e militante comunista está aí para o confirmar: «Não tinha ocorrido à direita brasileira esse modo revolucionário, inédito no mundo, de livrar-se da esquerda, que é dar-lhe o poder. Não existe melhor lugar para a esquerda mostrar suas contradições do que no poder, onde nenhuma coerência dogmática sobrevive por muito tempo». Relativamente á esquerda, ele lá sabe do que fala.
Quanto ao resto, claro que a culpa não é da demagogia, das expectativas desajustadas que foram criadas, do clima emocional em que se desenrolou toda a eleição. Já há uma explicação: é tudo fruto de uma grande conspiração de perigosos direitistas e capitalistas que decidem o futuro do mundo fechados numa sala.
posted by NMP on 11:19 da tarde
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CICLOTURISTAS DE TODO O MUNDO, UNI-VOS !: O jornal Publico oferece-nos a lista dos membros do Fórum Social Português. A lista é deliciosa. Para lá dos suspeitos do costume, alguns nomes são surpreendentes: a ARE (Associação de Reencontro dos Emigrantes) - os emigrantes perdem ou lucram com a globalização ? Outros são em si todo um programa - Plataforma Transgénicos Fora do Prato. Outros ainda são ambíguos e deixam um homem indeciso, como o Não Te Prives (Grupo de Defesa dos Direitos Sexuais) - o nome é apelativo e a intenção contida parece-me nobre, o diabo está nos detalhes (de que direitos é que estamos a falar ?).
O que me espantou totalmente foi verificar a presença entre esta elite da contestação global do Núcleo Cicloturista de Sesimbra e da Federação Portuguesa de Cicloturismo. Eu percebo a motivação da promoção de uma vida saudável em cima do selim. Da necessidade de diminuir o uso do carro. O que me escapa é a relação deste problema de educação ambiental com a globalização e em que medida é que os cicloturistas portuguesas são vítimas deste fenómeno. Ou será que estamos perante uma generosa iniciativa de defesa do direito à especificidade da nossa cultura, ameaçado pela pressão da globalização ? Um levantamento popular prepara-se para manifestar, pelos caminhos do nosso Portugal, o direito à existência e ao uso da tradicional «pasteleira». Contra a globalização imposta pelo grande capital mundial da bicicleta de montanha e da insidiosa BMX, esses McDonald's do cicloturismo.
posted by NMP on 10:59 da tarde
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SEM PALAVRAS: O que se passou em Felgueiras na sexta-feira foi inominável. Ficámos sem palavras. Tão sem palavras que nem vamos escrever mais sobre este assunto, porque ele não se trata com manifestações de indignação ou de repúdio. Trata-se com a identificação dos autores (morais e materiais) e o seu julgamento e detenção caso seja necessário.
Mar de opinioes, ideias e comentarios. Para marinheiros e estivadores, sereias e outras musas, tubaroes e demais peixe graudo, carapaus de corrida e todos os errantes navegantes.