ESTRAGARAM-NO COM MIMOS: Na RTP-N, um pomadista arenga que os mísseis do Hezbolah "são pequenitos" e que tudo isto é culpa dos EUA e da UE porque não reconheceram o governo do Hamas. Tem mesmo graça: se bem me lembro, antes de tudo isto recomeçar, o Hamas andava à trolha com os homens do presidente...da Alta Autoridade Palestiniana. Claro que a do míssil a necessitar de Viagra tem mais piada.
HISTÓRIA DO FUTURO: Daqui a quinhentos anos, e sem esperar por Vieira, as pessoas já estarão habituadas a ver os judeus defenderem-se com unhas e dentes. E a serem tão maus como os outros. Isto vai demorar, os hábitos novos levam tempo a assimilar.
posted by FNV on 12:30 da tarde
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POMBAS E FALCÕES: Os movimentos pacifistas internacionais patrocinados pela ex-URSS foram muito activos nas décadas de 60, 70 e 80. Quando Moscovo entrou em em Praga, e (muito) depois em Kabul, não se atrapalharam: era preciso "defender as fronteiras" em nome da "História". Tudo foi engolido sem esforço ou não tivessem as pombas um belo papo.
posted by FNV on 12:08 da tarde
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FRACÇÕES: Conheço pessoas extremamente violentas que são de uma candura de pomba na apreciação das grandes questões internacionais. Que concluo de novo? Nada. Apenas confirmo uma ideia antiga: a tirania individual é concreta, a mundial é abstracta.
JUDENMMUDDE:Estamos fartos dos judeus. Das suas lengalengas de perseguição; das suas histórias de asfixia; da sua persistência. Tivessem ido com Herzl para a Patagónia, sempre lá tinham umas perdizes e uns tordos para matar a fome. Querem que os defendamos? Quando é que o fizemos? Começar agora? Não nos chateiem.
posted by FNV on 11:23 da tarde
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MODERNEX: Entrei pela primeira vez numa Loja do Cidadão. O nome sempre me intrigou, hoje compreendi a designação: vendem-nos coisas. As instalações são diferentes e tiram-se senhas que correspondem à chamada feita pelos funcionários vestidos como se trabalhassem para uma companhia aérea. Senti-me pela primeira vez como um empregado de mesa. O resto é tudo igual: carimbos e impressos para tudo, três funcionárias de volta de uma fotocopiadora ( coisa complicada, a fotocópia) , uma a andar sistematicamente de um lado para o outro. Dos 12 balcões, só dois estavam operacionais. Há ar condicionado. Já não é mau.
posted by FNV on 12:19 da tarde
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NEM ELAS NEM OS LEOPARDOS:" Nunca vi mulher que se prendesse com promessas" ( Ana Osório de Castro em carta a Camilo Pessanha, Outubro de 1893, in O Amor de Camilo Pessanha, A. Osório, Ed Elo, 2005).
posted by FNV on 11:42 da manhã
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AS BOMBAS DE MUMBAI: O Paulo Gorjão (Bloguitica) não deixa o assunto morrer. E bem. A Índia também é uma potência imperialista invasora do Iraque?
posted by FNV on 11:37 da manhã
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O LEOPARDO CORADO: Por culpa da Isabel, vulgo Miss Pearls. Sei que não acreditam, mas quando a conheci pareceu-me que ela sempre vivera na minha árvore. Coisas de felinos.
A GENTE NÃO ESTAVA BEM A PENSAR NESTE GAJO: O sr. Mário Machado, renovador ou fascista ou lá o que é, foi condenado a alguns anos de prisão porque sequestrou, de arma na mão, um advogado e respectivas secretárias. Esta pena foi suspensa porque o referido indivíduo "não tinha antecedentes criminais". As televisões recordaram-me que o referido indivíduo já cumpriu uma pena de prisão devido ao envolvimento na morte ( se bem me lembro, um crime racista) do sr. Monteiro, mas beneficiou de uma coisa chamada "reabilitação automática"*. Parece que essa coisa pretende que um indivíduo "não viva toda a vida sob o estigma de uma anterior condenação". Deve haver aqui um erro dos jornalistas.
1) O texto de Filipe Nunes sobre "a senilidade da esquerda" em O Canhoto. De facto, quem já bem crescidinho - e sem a desculpa da longa noite fascista - adorava a Albânia e os Guardas da Revolução, tem poucas lições a dar aos outros.
2) A tentativa de lixar o Abrupto: JPP já disse que não é a primeira vez que tentam calar o blogue. Espero que falhem outra vez.
OS RAPAZES DA MARATONA: Segundo o Público, a psicóloga chamada para ajudar o tribunal a entender o comportamento dos rapazes explicou que os rapazes "talvez não tivessem atacado Gisberta se tivessem actividades desportivas e recreativas". O que é fascinante nos psis é que eles explicam-nos o mundo como se o tivessem criado.
posted by FNV on 8:47 da tarde
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SALTO À VARA: Segundo o Público de hoje, o SLB chegou a acordo com a CGD para o naming do novo centro de treinos do clube, no Seixal. Diz-se no mesmo artigo que a fase final do processo negocial foi levada a cabo pelo sócio benfiquista Armando Vara, na qualidade de administrador da instituição!!! Há aqui qualquer coisa que me escapa, talvez uma fundação, sei lá...
AS PINÇAS DO CROWN PROSECUTION SERVICE: Dentro de dias, cumpre-se o primeiro aniversário sobre o homicídio de Jean Charles de Menezes, morto com sete tiros na cabeça pela polícia inglesa, por ter sido confundido com alguém suspeito de ter ligações aos atentados terroristas de 7 de Julho de 2005 (um resumo dos factos pode encontrar-se aqui). Os agentes dispararam no cumprimento de ordens da hierarquia, que instituiu uma política de atirar a matar"for dealing with suspected suicide bombers, arguing that it was necessary to shoot suspects in the head if it was feared they might set off a bomb on their body". Hoje (ontem), depois de uma investigação da Independent Police Complaints Commission, o Crown Prosecution Service (CPS) anunciou que não iria acusar nenhum dos agentes pela morte da vítima. A justificação é a seguinte: "os dois agentes que dispararam os tiros mortais fizeram-no porque pensaram que o Sr. de Menezes lhes tinha sido indicado como um bombista suicida e que, se não o matassem, faria explodir o comboio, matando muita gente. Para acusar esses agentes, teríamos que provar, para lá de uma dúvida razoável, que eles não se basearam, honesta e genuinamente, naquelas suposições". Misturam-se aqui, indevidamente, coisas muito diferentes. Em primeiro lugar, haveria que descrever de forma mais precisa aquilo em que os agentes acreditaram. Uma coisa é acreditar que, em concreto, aquele particular suspeito transporta explosivos cuja detonação está iminente; outra é acreditar que a pessoa em causa foi identificada pelos serviços de inteligência ("had been identified to them") como terrorista que pode transportar explosivos e que é, por isso, um suspeito enquadrável no plano shoot-to-kill. A distinção faz toda a diferença: no primeiro caso, as circunstâncias que os agentes erroneamente supõem existir dar-lhes-iam, de facto, se existissem, um direito (um dever) de atirar a matar, desde que fosse a única forma de evitar o atentado. No segundo caso, não, porque a ordem shoot-to-kill perante a mera identificação de alguém como "suspected bomber" é ilegal, e não justifica o homicídio perpetrado. Em consequência, só no primeiro caso, e já não no segundo, ficaria excluída a responsabilidade por murder, subsistindo, eventualmente, uma responsabilidade por manslaughter, se houvesse indícios de que os agentes avaliaram negligentemente a situação. De modo que seria fundamental, na explicação pública da decisão, mostrar que os agentes efectivamente acreditaram que aquela concreta pessoa transportava explosivos com o intuito de se fazer explodir no metro, e as razões dessa suposição (afinal, parece que as explicações do "casaco grosso" e da "fuga" não são corroboradas pelas testemunhas). Compreende-se que o CPS não tenha querido entrar nas "especiosidades" desta distinção. É que a segunda alternativa, a verificar-se, implicaria necessariamente afrontar o problema da (i)legitimidade da ordem e do plano shoot-to-kill. Não é certamente por acaso que, no comunicado do CPS, não se encontra a mais leve referência, como adjuvante da decisão de não acusar, ao facto de os agentes se encontrarem "no cumprimento de ordens". Isto apesar da assunção expressa, por parte da hierarquia, de que essas ordens existiam (e continuam a existir). Só isso explica, também, que a investigação do CPS se limite aos agentes que dispararam os tiros, e remeta todos os outros - nomeadamente os responsáveis pelo plano - para um limbo obscuro de "erros de planeamento e comunicação". As consequências desta decisão não são evidentes. Por um lado, pode argumentar-se que, ao fundamentar o arquivamento do processo no erro (falsa suposição) dos agentes, o CPS está implicitamente a admitir que a sua acção foi ilegal e que, portanto, o plano shoot-to-kill é ilegítimo e incapaz de, por si só, excluir a responsabilidade criminal de quem actua ao abrigo dele. Por outro lado, também se pode ver na ausência de acção contra os responsáveis pelas ordens uma coonestação implícita da legitimidade das mesmas. A Metropolitan não esperou 24 horas para reafirmar que a política é legítima e que continuará a aplicá-la. Como escrevi há precisamente um ano (último post aqui), o problema não é tanto a determinação da responsabilidade dos agentes que dispararam os tiros, mas sim uma avaliação clara da legitimidade da política traçada pela polícia inglesa. A administração parece continuar satisfeita com ela, mas seria interessante conhecer o juízo dos tribunais (em Inglaterra, os tribunais levam-se a sério na sua função de proteger os direitos das pessoas contra o poder público). O CPS, ao conceber a decisão de arquivamento nestes moldes, deitou fora a oportunidade de obter uma decisão judicial sobre o assunto. Espera-se que não tenha outra.
IMPUNIDADE: A impunidade é talvez a mais marcante das situações que nos separam do primeiro mundo. Corrupção e crime, de uma forma geral, existem em todo o lado. Mas o que define uma sociedade é a forma como reage perante esses fenómenos. De frente, agindo depressa e a direito ou... arquivando, como é costume neste país. Para além da proverbial tolerância à fuga ao fisco, ao tráfico de influências e aos pequenos crimes em geral, há uma total ineficiência da justiça no seu todo, que também se reflecte na total irresponsabilidade política. Mesmo os chamados "casos mediáticos" acabam como? Apanhando peixe graúdo? Quem aposta uma quinhentinha?
posted by Neptuno on 10:33 da tarde
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GUERRA: Tenho acompanhado os comentários aos posts do nosso FNV sobre a sua tomada de partido no conflito do Líbano e parece-me que ele está um passo à frente dos restantes. Pelo menos percebeu que se trata de uma guerra - que, como tal é assumida pelos próprios beligerantes - e não apenas de um pequeno conflito localizado.
posted by Neptuno on 10:24 da tarde
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ENCONTRAMO-NOS NO INFERNO: Os meus homens querem uma amante uma vez por semana, sexo sem limites, nada de telefonemas nem de paixão. As minhas mulheres querem carradas de conversa e de interesse pelas suas "personalidades interiores", muitos e-mails e "toques", vulcões de paixão e algum sexo ( sim, que não são parvas).
posted by FNV on 9:27 da tarde
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O LEOPARDO CANIBAL: Ando a beber o whisky de um morto. De facto, tem um certo cheiro.
posted by FNV on 9:25 da tarde
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"A QUEDA DE JERUSALÉM": É o título de um post do Luís Januário, em A Natureza do Mal, que lhe valeu a acusação de andar a dar "palmadinhas nas costas aos fanáticos judeus". Quando o Luís Januário é acusado disto, podemos ver como está o debate. Um dos meus interlocutores favoritos nesta área é Edward Said, ícone cultural da resistência palestiniana e autor , escorado em Focault e em Gramsci, do conceito de orientalismo. Aprendi a lê-lo, discordando frequentemente, mas respeitando sempre dois pontos: a posição humanista e a seriedade intelectual . Uma das dificuldades que Said reconhecia no processo de coabitação israelo-palestiniano era a longa história de sofrimento e condenação do povo judeu. E reconhece-a sem grande esforço porque essa história foi, até ao nazismo, quase sempre escrita pela Europa cristã. Drumont, o autor de "Les Juifs contre la France. Une nouvelle Pologne" ( editado pela Librairie antisémite, Paris, 1899) cristaliza, exemplarmente, esse esforço: "À pobre França cristã, envenenada pelo sangue judeu, (que como refere e bem Sternheel, "treme cercada por estrangeiros, metecos e judeus") só resta o exemplo nacionalista da reacção polaca". O nacionalismo, árabe ou sionista, era o grande adversário de Said. Mas como ele reconhecia, havia o problema da História. O boletim da Internacional Situacionista de Outubro de 1967, implacável para com as elites árabes, fazia uma curiosa análise da Guerra dos Seis Dias: "Israel tornou-se o que os árabes , antes da guerra, lhe censuravam: um estado imperialista, comportando-se como as mais clássicas forças de ocupação; e no interior desenvolve-se um delírio colectivo dirigido pelos rabinos em prol do direito imprescindível de Israel às fronteiras bíblicas". A cronologia é um detalhe sempre interessante. A invasão do estado de Israel no dia seguinte ( 15 de maio de 1947) à sua criação, bem antes dos acontecimentos de 1967, não ajudou nada ao apaziguamento dos tais delírios colectivos. O que sempre me impressionou foi que, apesar dos rabinos e dos vizinhos, Israel conseguiu pôr de pé uma democracia. Tratou mal os palestinianos residentes, algumas vezes tratou-os como cães, é certo, mas fez da história da sua ignominiosa perseguição um estado essencialmente tolerante. Nas guerras que travou, matou como não se deve matar, sem dúvida. Mas nos últimos anos, dando razão a Said, Israel deu passos seguros no caminho da paz, como a (jocosamente retratada) retirada dos colonatos. Agora, os vizinhos juram a sua destruição. Pelos mesmos motivos de sempre. O mundo de hoje já não comporta nenhum sonho sionista, podem arrumar as bandeiras e as culpas. O ódio a Israel, naquela zona, é o ódio ao modo de vida ocidental . Se eles - os que fazem de Deus um partido e os que juraram riscar do mapa uma nação - ganharem, nós perdemos.
Mar de opinioes, ideias e comentarios. Para marinheiros e estivadores, sereias e outras musas, tubaroes e demais peixe graudo, carapaus de corrida e todos os errantes navegantes.