Enquanto por cá alguma imprensa insinua que Rushdie devia recusar o título para não ofender a sensibilidade islâmica ( eufemismo para uma fataw decretada por um louco assassino), em Marrocos mistura-se, e bem, o hip hop com a tradição. Pormenores neste artigo de Lafita al Arousni.
Parsifal - o tolo inocente - curará Amfortas. Assim serás tu, enquanto não venceres a tentação nem fores tentado. Repara que esse estado é provisório, dele guardamos em adultos apenas uma enorme sabedoria. Infelizmente.
Canal Benfica, Banco Benfica, qualquer dia Galeria Benfica. A força do Benfica assentou sempre numa indescritível adesão popular, na veneração da Luz e na patine imbatível da decadência. Esta emulsão não pode conviver com os tempos que se anunciam, sob pena de o Benfica acabar igual aos outros clubes. E isso nunca. Jamais!
A jornalista do Público que fez a mui elogiada "entrevista" a Pinto da Costa não se lembrou de perguntar:
a) O que fazia Augusto Duarte em casa de Pinto da Costa, na véspera de um jogo do FCP que ele, Augusto Duarte, ia arbitrar? b) De que forma "fruta de dormir" e "rebuçado para a noite" são expressões relacionadas com verbas em dívida para com um empresário?
Nada vai dar em nada, mas sempre se podia utilizar alguma da raça com que se inquiriu a prestação de Sócrates na disciplina de Betão Pré-Esforçado para ao menos ( tentar) disfarçar a coisa.
posted by FNV on 2:03 da tarde
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CARTAS A UM JOVEM FELINO (III):
Entre os viciosos e os viciados prefere estes: entregam-se ao excesso ou à frequência das coisas, mas não pretenderão comandar-te. Já os viciosos, ocasionalmente gente respeitada na cidade, almejam um rebanho que possam conduzir; incapazes de sentir, o seu prazer é o desprazer dos outros.
Há coisa de um ano, escrevi que se tivesse de escolher um lado da guerra - entre o Hamas e Israel -, escolheria Israel. Pese o tacticismo local e as mãos nunca limpas, estou curioso para saber se o presidente palestiniano Abbas também vai ser alcunhado de "falcão maricas", "porco sionista" ou "judeófilo".
posted by FNV on 12:30 da tarde
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UMA PERGUNTA:
Mas será assim tão difícil o Benfica arranjar um presidente/investidor educado, com dinheiro e passado benfiquista? Em 22,2 milhões* não se encontra um candidato?
* não estão ainda contabilizados, por força da situação, os timorenses.
O MAR SALGADO COM BOA ONDA: Amanhã à noite, no Naperon (antigo 3 Pastorinhos, parece que mudou de nome), DJ Neptuno volta a atacar com a sua malinha suingante. Blowing down the house! Diz que até paga uns copos a quem levar um crachat do Mar Salgado.
posted by PC on 5:15 da tarde
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PINTAR A CARA DE PRETO:
A imagem de Marques Mendes, com um ar levemente desconfortável, a ouvir Jardim acusar o continente de "défice de democracia" diz quase tudo. Falta a imagem de Paulo Rangel, o autor da tese da "claustrofobia democrática". Tudo no continente, claro.
Costa quer apostar na formação; Ruben quer aumentar o roupeiro; Telmo quer alugar o plantel; Negrão está preocupado com as borlas; Carmona está sempre na pré-época; Roseta quer descer de divisão para começar de novo; Sá Fernandes vai jogar para a Lua.
posted by FNV on 11:37 da tarde
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CARTAS A UM JOVEM FELINO (III):
Não perguntes de que cor é a morte. Não é branca. Conheço um homem, que perdeu a filha de sete anos, que me diz que a morte é amarela às riscas azuis. É a cor da bicicleta da miúda, de uma bicicleta que ainda hoje ele guarda na garagem. Não queiras saber.
Agora anda tudo muito zangado com a senhora Ségolène. Agora descobriram o plástico. Outro caso de longe da vista, longe do coração. Entretanto, sossegadamente, Sarkozy vai levando a imaginação ao poder ( Lang, Kouchner e mais uns poucos). E este mundo que não cabe nos manuais de instruções...
posted by FNV on 9:16 da tarde
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ANTENA ISLÂMICA:
Continuam a dar à costa algumas boas notícias relacionadas com o (felizmente) efeito perverso da net nas comunidades muçulmanas americanas e europeias. Também continuam a chegar notícias de ataques sistemáticos à rede e da sua utilização para a jihad sanguinolenta. Inevitável. Para hoje recomendo a leitura desta nota de Shahed Amanullah: leiam até ao fim.
Quando se candidatou já dizia as mesmas coisas que diz agora. Na altura, muitos dos que agora insinuam senilidade, beberam-lhe as palavras. Por causa do aroma do cargo, do sonho de uma assessoria ou de simples estupidez. Pois continuo a pensar que discordar de Soares sem suspeitar dos humores da idade como capitis diminuto é uma imposição de honestidade intelectual. Mesmo que a idade lhe tenha alterado a perspectiva das coisas, tal não significa que a nova perspectiva seja inferior à antiga; e mesmo que Soares fizesse - o que não é o caso - uma figura triste em velho, não nos preocupemos: muitos há que a fazem em novos.
Se um especialista chegar ao pé de ti e disser que precisas de elevar a tua auto-estima, escuta-o. Se ele disser que sabe porquê, escuta-o. Se ele disser que tem bastante auto-estima, pede-lhe alguma. Se ele recusar, sê cortês e despede-te com um agradecimento: fez de ti um homem polido e compreensivo para com a avareza. Passarás a estimar-te mais.
posted by FNV on 11:35 da tarde
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EM QUE FICAMOS?
Ontem os empresários elaboravam estudos discretamente, com "medo do governo", hoje elaboram estudos "encomendados" pelo governo. Curiosa forma de temer. Marques Mendes faz ainda melhor: há três anos assinava por baixo os acordos com a Espanha sobre o TGV, agora diz que não pode ser. Ou em apenas três anos o "panorama da alta velocidade alterou-se extraordinariamente", ou então é o tal " estilo das Jotas" de que fala Pacheco Pereira.
posted by FNV on 12:50 da tarde
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CARTAS A UM JOVEM FELINO (I):
Nos dias que ainda temos para viver é conveniente que não nos precipitemos. Verifica se a tua professora tem olheiras. Se tiver, porta-te bem na sala de aula pois decerto que já há alguém a fazer-lhe os dias infelizes. Uma mulher com olheiras tem a alma assombrada. Exercitando a prudência com a tua professora aprenderás a esperar pelo olhar feminino: uma vez limpo, só terá olhos para ti.
RAIOS PARTAM A CHUVA: Se a tradição meteorológica se mantivesse, por esta altura do campeonato já cá cantariam umas quantas saladinhas de batata. Só que elas pedem calor, verão, sol, tanto e tão forte que à noite nem têm o mesmo sabor. A verdadeira salada de batata só é apetecível ao almoço, exige uma prévia e bem definida quantidade de gins ou tarraçadas sucessivas de branco geladinho ao ar livre, debicando já algumas das azeitonas previamente roubadas na cozinha. Seja envolta em maionese ou com um certo molho avinagrado de gemas cozidas, azeite e mostarda, cuja receita não revelo, seja simples ou com feijão verde, mesmo até com uma cenourita, a saladinha de batata quer sol e come-se de dia. E com quê?, perguntarão os que ainda estiverem a ler. Com tudo! Não se pergunta o que a salada de batata vai acompanhar mas aquilo com o que ela será acompanhada. A saladinha de batata é o único acompanhamento qualificado como tal que não é verdadeiramente um acompanhamento mas antes a parte principal da refeição: ela tem a deliciosa característica de ser acompanhada, não de acompanhar. E aceita a companhia de qualquer um. Pois podemos acompanhá-la com umas costeletinhas de sardinha panadas, ora com uns filetiinhos de pescada fresca, ou pode mesmo, em ocasiões de mais gravata, ser cerimoniosamente servida acompanhada de um robalinho ou de uma daquelas pescadas que custam os olhos da cara, levemente cozida, porventura decorada com outra maionese acabadinha de fazer com gemas verdadeiras e amarelinhas, das que fazem a ASAE fechar casas magníficas, e polvilhada com as claras finamente picadinhas. Todos sabemos que namoriscam magnificamente com um arrozinho de tomate, que vivem em união de facto com o de bacalhau, que são também muito afeiçoados a um feijão fradinho bem temperado, mas o casamento perfeito dos bolos de bacalhau é com a saladinha de batata. Ah isso, venha quem vier. Requer tomates. Tomate vermelho, muito maduro, a rebrilhar no próprio molho com os cristais do sal grosso, a luz do azeite e o reflexo de um bom vinagre, fica sempre bem, ninguém duvida. Vem a propósito dizer que a saladinha de batata tem ainda a vantagem de se poder alargar o número de convivas sem se avisar previamente em casa e sem se ser crucificado pela omissão. Fundamental é que se faça sempre uma quantidade absurda, sem qualquer tipo de preocupações ou receios pois, se sobrar, no dia seguinte leva a acompanhar com um (bolas, ainda nem acabei de escrever e já me estou a babar todo) naco suculento de rosbife, extremamente mal passado, a esvair sangue vermelhinho para a manteiga castanha. Ou simplesmente bifes do lombo do boi, altos e vermelhos. Altos, vermelhos e bifes também os de atum são uma companhia magnífica para a saladinha de batata. Está cientificamente provado que o género humano é incapaz de se zangar se, durante a tarde, tiver a companhia agradável de uma saladinha de batata e de uma montanha de panadinhos de porco, devidamente temperados em marinada de nunca menos do que dois dias. A não ser que haja pouco, que é o que sucede na cantina da ONU. Já que falamos do simpático requinho, que dizer de um lombo do dito assadinho muito devagar, desde as oito da matina, carregadinho de molho, finamente fatiado, a acompanhar a saladinha? Ou dos coelhinhos do reco? Raios partam o diabo da dieta. E lá fora continua a chover.
Mar de opinioes, ideias e comentarios. Para marinheiros e estivadores, sereias e outras musas, tubaroes e demais peixe graudo, carapaus de corrida e todos os errantes navegantes.