Da qual se retira uma leve conclusão lendo os que contraditam Nuno Ramos de Almeida, Vítor Dias e Miguel Serras Pereira: a vida de um comunista vale zero para os amigos dos inimigos do Grande Satã.
Retomando uma velha tradição aristotélica, tratemos a cidade como a nossa casa. E a casa está em enorme dificuldades , que serão brutais no próximo ano. Como não sou internacionalista ( proletário ou religioso), entendo que o dever de um cidadão, nesta altura, é cerrar fileiras. Isto significa trabalhar para ultrapassar os problemas tal como eles estão agora apresentados, ao invés de calcular eventuais ganhos em eleições futuras. Posso escrever isto porque sou um anónimo cidadão de rua. Eu sei.
Bem pode pregar Cavaco que não lhe dão nenhum. Se for para incendiar Sócrates, óptimo, o país que se lixe. Uma bela lógica. O texto citado não é filho único. A metáfora do Titanic está desactualizada: há passageiros que, por motivos diversos, riem, sim, mas do naufrágio; e até ajudam a meter água.
posted by FNV on 11:29 da tarde
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Infelizmente não referem a arma. O som cavo e o bicho sugerem qualquer coisa acima do.470. Os barulhos metálicos que se ouvem são a expressão da aflição ( extracção dos cartuchos) enquanto a arma é recarregada.
A nova Nossa Senhora de Fátima aterrou em Figo Maduro. Alegre protesta: também quer um encontro a sós.
posted by FNV on 12:02 da tarde
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A aliança:
O bloco central PS-P.Coelho entende que o estado de direito é defendido quando uma grande empresa antecipa a distribuição de dividendos, escapando assim ao fisco. Certamente que nada há de ilegal nisso. É uma pena que o mesmo bloco não seja sensível a outro direito, decerto não legal: o de assegurar que os sacrifícios do empobrecimento infectem todos ( nada que Adam Smith não pudesse defender hoje). Ou seja, enquanto o direito de repartir milhões é escrupulosamente observado, o direito de não perder a dignidade é metodicamente ignorado. E eu que pensava que estávamos numa situação excepcional, na qual os señoritos satisfechos dariam um ar da sua graça.
Pelo Vital Moreira. A democracia tem custos, ou, seguindo Simónides, entre os homens nada se consegue sem dano.
Por falar em:
Clássicos, duas descobertas. São segundas edições, feitas para o Festival de Verão de Teatro de Tema Clássico, organizado pelo IEC da UC: O Soldado Fanfarrão, de Plauto, e As Mulheres no Parlamento, de Aristófanes. O leitor está grato a Carlos Alberto Fonseca e à sempre impecável Maria de Fátima Sousa Silva.
O sexo total (I):
O que elas querem? Nesta altura, o sol na eira e a chuva no nabal. Eles estão domesticados ( resistem alguns selvagens) na política sexual, mas relapsos nos compromissos : aproveitam a onda.
posted by FNV on 11:06 da manhã
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LUSTRATIO BLOG:
Fases:
O primeiro estádio do desejo de homens providenciais é o endeusamento de homens desaparecidos.
Coimbra:
A AAC manifestou-se em Lisboa, porque "os cortes não podem incidir sobre os estudantes bolseiros e mais pobres". Certo: dada a festa permamente em que os outros estudantes de Coimbra estão, há muito por onde escolher sem prejudicar os bolseiros.
Sugiro uma pausa pós laboral para ver este magnífico documentário sobre Portugal feito pela televisão espanhola (TVE). É simplesmente fabuloso!
O documentário tem 56 minutos e começa no Algarve. Segue para Ponte Lima (aos 9,00 mins), Douro (13), Porto (15), Alentejo (22), Évora (22,41), Marvão (25,57), Castelo de Vide (26,55), Costa Alentejana (28), Alcácer (29), Aveiro (30), Viseu (33), Coimbra (35,50), Termas de Monfortinho (40,47), Monsanto (41,57), Penha Garcia (42,45), Batalha (44,26), Sintra (46), Torre de Belém (48,16), Cabo da Roca (56,07).
Uma beleza, este desgovernado país.
Post scriptum: obrigado, RAS.
posted by VLX on 6:02 da tarde
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WEIMAR (XIII):
Carta aberta do Partido Comunista Alemão aos trabalhadores votantes do NSDAP ( publicado na Die Rote Fahne, Novembro de 1931):
(...) O povo trabalhador quer pão, trabalho e liberdade. Isso não virá das mãos dos Krupp, Goldschmidt , Brunning & Cº (...) Vocês clamam pela luta contra a pobreza. Essa luta só pode ser feita através de uma guerra popular contra os ricos e poderosos que reduziram os vosso salários , cortaram as vossas pensões, aumentaram o preço do pão - e de outros bens essenciais -e reprimem a liberdade de expressão e de reunião.
O meu primo João Gouveia Monteiro explicava, no outro dia, num jornal de Coimbra, que "as sociedades são confontadas com desafios que , nas suas linhas gerais, ainda que enquadradas por outra moldura civilizacional, já surgiram no passado: observar as respostas que foram então dadas constitui um interessante exercício". Claro.
Kraus era demasiado amável com os jornalistas. Um jornal ( DN) com tantos bravos lutadores pela privacidade? As prostitutas, ao menos, não escolhem os clientes.
Sá Carneiro:
Agora é um semi-deus adorado por orfãos apócrifos. Não recordamos os mortos para humilhar os vivos.
2) Ontem, numa televisão ( TVi) : "A polícia fez um exercício no metro. Os manifestantes agrediram passageiros e funcionários e foram depois controlados pelas forças de segurança. Houve sete feridos, dois polícias". Até ao dia em que os neonazis começarem a manifestar-se através dos seus sturmabteilung, isto não muda.
"Cavaco não pode negar que é político profissional porque não tem feito outra coisa senão política e, portanto, é um sonso". Deve dizer-se que esta crítica representa um progresso. Há cinco anos, Cavaco era um tacanho que recolhia os votos do Portugal provinciano e atrasado. É claro que agora têm cuidado, não vá Cavaco arrebanhar 60% dos votos seis anos depois de tanta modernidade tecnossexual do engºSócrates. Adiante. A crítica assenta na designada premissa das rotundas: se faz rotundas faz obra, se faz política é político profissional. Um político profissional, Passos Coelho, por exemplo , até pode não fazer grande política: não vencer eleições, não ocupar cargos políticos executivos, passar uma vida inteira em reuniões a analisar projectos, fazer muito circuito da carne assada. Ao invés, um político como Cavaco pode ter feito política toda a vida e não ser, de facto, um político profissional.
Por vezes, quando trago casos, lembro-me de uma ocasião em que uns idiotas disseram que eu violava a privacidade das pessoas. Coisa fabulosa, uma vez que trunco sempre os dados biográficos. Enfim, o motivo da sanha devia ser outro , mas pegaram por aí. Vem este retorno a propósito de outro: Foi para Moçambique ainda rapazola, empregou-se, cresceu na empresa, ficou sócio, casou e teve filhos. Regressou em 75 com o cliché ( a roupa que trazia no corpo) . Recomeçou. Prosperou de novo. Agora com 60 anos, filhos criados, netos retocados, enviúva. Cancro imediato, tudo rápido e simples. Digo-lhe eu, a medo, escondendo a receita habitual: Isto vai ser duro e longo. Responde-me ele, obrigando-me a acreditar no que estou a ouvir: É preciso recomeçar.
E já reparaste que os governadores civis e os seus chefes de gabinete , verdadeiros lugares de trânsito para políticos avariados ( ex-deputados, candidatos autárquicos derrotados, etc), não são tocados por PS e PSD?
posted by FNV on 11:38 da tarde
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EU ACHO QUE NOS QUEREM CONFUNDIR...:
Hoje, no Parlamento, o Ministro das Obras Públicas, António Mendonça, discursava sobre a construção do TGV para aqueles que queiram ir de Caia visitar o Poceirão.
Dizia ele que para o dito TGV "serão implementadas um conjunto de medidas."
Há aqui uma falha de concordância na forma e no género e não foi seguramente um mero lapsus linguae, uma vez que o homem estava a ler um discurso previamente escrito.
E o PSD não diz nada?
posted by VLX on 3:32 da tarde
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GOVERNO DA UNIÃO NACIONAL:
Então a solução para ver se se põe ordem no país é ficar toda a malta dita civilizada a mandar e a extrema-esquerda de fora. Onde é que eu já vi isto?...
Os media e as suas rémoras ( os politólogos e os blogues da situação) estão entretidos com remodelações, alianças e rumores de corredor. Acontece que as condições objectivas que marcam a aplicação das medidas de austeridade tornar-se-ão o vector essencial . Nos próximos tempos, a rua fará a política. Estudar a organização da revolta, da mais concentrada à mais diluída, deveria ser a preocupação dos analistas com a realidade. Seja como for, a realidade há-de cair-lhes em cima.
Outra previsão:
Nos próximos dias teremos milhares de especialistas em tácticas anti-motim.
Os comentadores ( de media e blogues), em regra, são piores do que a classe política que amaldiçoam. Levantam o nariz e no horizonte só cheiram eleições e tácticas. Não sei como conseguem bispar tais coisas no meio do fumo.
Decepção:
O primeiro volume da correspondência entre Goethe e Schiller , que abrange o período 1794-1797 ( Gallimard). Não tem ambiente, não se pensa, nada. Parece uma troca de cartas entre dois revisores de texto ( sem desprimor). A léguas, muitas léguas, do Gide-Valery ( 1890-1942, também da Gallimard).
posted by FNV on 11:10 da tarde
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LUSTRATIO BLOG:
A união faz a forca:
Um governo de salvação nacional, à luz do que têm sido os últimos governos, é um oxímoro.
Ainda assim:
Uma regra para esse governo: nenhum futuro ex-membro poderá sair para os grupos Espírito Santo, BCP e Mota Engil.
O actual PSD:
Grasna qualquer senha para abrir a porta que dá para o alçapão. Merecido.
Mar de opinioes, ideias e comentarios. Para marinheiros e estivadores, sereias e outras musas, tubaroes e demais peixe graudo, carapaus de corrida e todos os errantes navegantes.