Indignam-se porque os velhos são depositados nos hospitais durante as Festas. Bem, podia ser pior. Podiam ser depositados no pinhal ou simplesmente abandonados nas suas casas. A solidariedade é filha da repressão. Na velha família, cuidar dos velhos não era um acto bonzinho - era uma obrigação teleológica. Ainda hoje existem restos desse imperativo categórico. É claro que essa solidariedade não era isolada. Quando os paizinhos de petizes pequenos não se divorciavam, ou seja, quando reprimiam o desejo do direito à felicidade ( por exemplo, sob a forma de uma/um colega de trabalho mais apetitos/a), o que estava em causa era a subordinação das vontades individuais a um fim muito mais amplo. A cultura católica desempenhava o seu papel? Óbvio. Não deve admirar ninguém que hoje sejam as estruturas impessoais e sanitárias que amparam e cuidam dos nosso pais e avós. Estamos livres desse fardo.
A minha escola não liga patavina a isso ( como podem constatar 3 posts abaixo) , mas os leitores do Mar Salgado ligam. Não sou ingrato: um bom ano para todos.
Comparar a genuflexão europeia ( já nem se pode falar em presunto) com isto é assaz instrutivo. A genuflexão continua na aparente esquizofrenia de comunistas like ( os autênticos dividem-se) , e radicais associados, que na Europa lutam contra a homofobia e pela livre expressão do pensamento. Digo aparente, porque fundada no pretexto palestiniano. Desaparecesse Israel do mapa e a esquizofrenia continuaria, assumida pelos orfãos do Komintern original.
posted by FNV on 1:09 da manhã
#IOUTG=)(HgNH)=(&/OIHFGSDARF:
Um homem vai na estrada, na mesma estrada que percorre há anos, despista-se e morre. É isto o Ano Novo. Um segundo antes de perder o controle do carro, o homem estava a pensar em deixar crescer a barba. É isto um desejo de Ano Novo.
posted by FNV on 12:12 da tarde
#OIUYTB=?)/(UJYB FGUI JY:
Triplica o número de divórcios. Somos cada vez mais incapazes de assegurar o regular funcionamento da família nuclear, essa prodigiosa realização da cultura humana, que conseguiu juntar, no mesmo espaço, sexo, educação, reprodução, vários tipos de amor, asilo para os velhos, solidariedade, traição e grandes assados no forno.
Alegre começou o debate a falar num episódio que obrigou a moderadora a querer saber do que se tratava. Isto diz muito sobre o spin do candidato: a léguas das pessoas. É natural. Entretiveram-se todo este tempo com a mulher do sogro, com o canário, com o ódio ao grunho de Boliqueime e com a bafienta resistência anti-fascista ( em... 2010). O povo? É para encher a boca.
posted by FNV on 10:05 da tarde
#LIHJO IKLH87564678?=()?=)8)OIUY:
Quando te acontecer uma coisa má, espera. Aguarda que te aconteça uma coisa ainda pior. Verás que a anterior coisa má já não parece tão má assim. É isto a esperança.
Já o fui citando, agora recomendo-o todo: "Seis ensaios filosóficos", escritos entre 1933 e 1946, de Hermann Broch. Uma portátil organização de 2005 ( Éditions de L'Éclat) sob o sempre renovado e apocalíptico título Logique d'un monde en ruine. O primeiro e o quinto são muito bons ( foram os que aqui fui trazendo), o dedicado à psicanálise é fraquito - nas páginas 68 e 69, por exemplo, a temporalidade é baseada em Fraisse, ou seja, é uma estucha desactualizada ( mais vale ler Matte Blanco ou Pollock).
posted by FNV on 10:42 da tarde
#732654)(/%&(=/LKJHGFQAPO:
Associo-me ao elogio que Cavaco fez às mulheres portuguesas que asseguram a educação dos filhos e a economia doméstica. Há, de facto, mulheres-mães que educam os filhos ( elas próprias, sim, não as mães delas nem as sogras nem os ATL, é verdade) , passam bastante tempo em casa ( vêm do trabalho sem passar no SPA, no shopping ou no bar) e são reservadas nas finanças ( passam férias em Moledo e nunca foram à República Dominicana nem gastam meio ordenado mínimo em psis) . E não, não são todas maloias de bigode heterossexuais. Algumas são boas operárias, outras boas médicas e assim. Incrível, não é?
Os pobres são eventualmente chocantes. Ou não existem ou, existindo, não se pode falar deles. É de mau tom, é escandaloso, é inapropriado, prejudica o ozono. O pobre foi feito para ser pobre e quedo. Tá'queto pobretanas. Viram um pobre? Quem, eu? Eu não. Bem, talvez. Um pequenino, tão pequenino nem era bem um pobre. Era um pobrezinho.
posted by FNV on 11:18 da tarde
#WMNBOPFR098230928PLI:
posted by FNV on 4:54 da tarde
#IUGUIYFH98664KLJG BVIUY:
Os cidadãos que passam a vida a queixar-se que só neste país, deviam ser deportados para Madagáscar. Uma vez lá, construiriam pontes, estradas, universidades , ética irrepreensível e fábricas de requeijão. Quando a filha menor aparecesse grávida, voltariam a exclamar só neste país.
Mar de opinioes, ideias e comentarios. Para marinheiros e estivadores, sereias e outras musas, tubaroes e demais peixe graudo, carapaus de corrida e todos os errantes navegantes.