EFEITO CONTRÁRIO: Na mesma edição do Expresso, o dr. Ferro Rodrigues dá uma entrevista para reafirmar a sua autoridade sobre o Partido socialista. A introdução abre-nos logo os olhos para o principal drama da liderança. Esta foi, dizem-nos, a primeira entrevista do líder «depois do caso Casa Pia». Durante a conversa praticamente apenas se fala deste caso judicial. As excepções são comentários sobre a suposta intriga palaciana que tomou conta do grupo.
Parece-nos que nunca é boa ideia um líder dar entrevistas para tentar afirmar a ausência de oposição interna. Acaba por se tornar numa confirmação da existência destes problemas. É certo que o que tem acontecido ao dr. Ferro tem sido invulgarmente violento e porventura injusto. Mas esta sucessão infeliz de acontecimentos e a cultura de facada nas costas que está inscrita no código genético do PS não auguram grande futuro ao dr. Ferro enquanto líder.
Não tarda nada alguém aparece com ar de sacristia a dizer que está chocado com a situação do partido. Não estamos a fazer nenhum funeral político antecipado. Mas, na nossa modesta opinião, a autoridade do dr. Ferro não sai reforçada depois desta entrevista. Antes pelo contrário. Wait and see.
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