EQUADOR (2): Lemos com muito agrado a estreia literária de um dos mais consagrados cronistas da nossa praça - Miguel Sousa Tavares. É auspiciosa. MST tem afirmado que apenas escreveu um romance quando teve uma história para contar. E o livro é isso mesmo: uma história bem contada e bem escrita. Com um enorme potencial cinematográfico - dava um excelente filme.
Algumas partes do livro fazem lembrar as suas crónicas: as imparciais, lúcidas e implacáveis descrições do Portugal colonial de 1905-1907. A formação jornalística nota-se nalguma propensão para a descrição factual, com recurso a estatísticas e a dados sócio-económicos. São talvez os momentos menos "literários" do livro.
Mas não deslustram, antes complementam, uma excelente obra com todos os condimentos para prender o leitor: intriga palaciana, jogos de poder, histórias de paixão, amor e ciúme, São Tomé e Príncipe e Portugal do final da Monarquia retratados de forma viva e apaixonante.
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