Se amor não é qual é este sentimento?
Mas se é amor, por Deus, que coisa é a tal?
Se boa por que tem ação mortal?
Se má por que é tão doce o seu tormento?
Se eu ardo por querer por que o lamento?
Se sem querer o lamentar que vale?
Ó viva morte, ó deleitoso mal,
Tanto podes sem meu consentimento.
E se eu consinto sem razão pranteio.
A tão contrário vento em frágil barca,
Eu vou para o alto mar e sem governo.
É tão grave de error (1), de ciência é parca
Que eu mesmo não sei bem o que anseio
E tremo em pleno estio e ardo no inverno.
(1) N.T.: Alude a barca. (Tradução de Jamil Almansur Haddad)
Mar de opinioes, ideias e comentarios. Para marinheiros e estivadores, sereias e outras musas, tubaroes e demais peixe graudo, carapaus de corrida e todos os errantes navegantes.
