SEXO E POLÍTICA: A Spectator publica este excelente artigo a propósito da atitude do Partido Conservador em relação à vida privada de um dos seus altos quadros. É um bom pretexto para discutir a relação entre Sexo e Política. Devem os partidos políticos ter opinião sobre os hábitos sexuais dos cidadãos ou dos seus militantes ? Um partido conservador deverá defender uma moral conservadora nestas matérias ou respeitar a liberdade de cada um ? Há uma atitude de esquerda ou de direita nestas questões ?
Pretender que ideologias ou partidos políticos regulamentem esta área tão íntima denuncia uma pulsão totalitária. O Estado (e os partidos políticos são parte do aparelho de Estado) deve manter-se afastado destas matérias, desde que salvaguardada a protecção de grupos que devem ser especialmente protegidos como as crianças. A tentação para intervir é grande: hoje em dia, por onde quer que se ande, leva-se com sexo em todo o lado - nos media, na publicidade, no trabalho e na rua. A posição correcta e liberal é a de defender o direito de cada cidadão a não ser incomodado por causa dos seus hábitos íntimos.
Graças a uma história caricata, o Partido Conservador inglês está numa encruzilhada: aceitar o facto da vida sexual ser um problema individual ou seguir na linha do infelizmente célebre back to basics de John Major. Em suma, ser um partido preparado para os dias de hoje ou manter um espírito reaccionário em que os ingleses não se revêem. É que, como se escreve no artigo, não é o sexo que incomoda os cidadãos, é a hipocrisia.
Mar de opinioes, ideias e comentarios. Para marinheiros e estivadores, sereias e outras musas, tubaroes e demais peixe graudo, carapaus de corrida e todos os errantes navegantes.