HEBDOMADÁRIO DE BORDO III - COIMBRA NA BD (2): Para além da espiral do sonho - como entidade que navega através dos séculos e das fronteiras, ora sob, ora sobre a água, reacolhendo-se por vezes no útero original -, o livro de Schréder contém uma premonição sinistra, aliás assinalada pelos organizadores da exposição. A ponte em construção que o Príncipe avista da janela da Biblioteca, destinada a ligar o não-lugar de Coimbra-ilha ao outro lado do rio (e que é, para o Príncipe, a esperança da libertação), é, afinal, uma anamorfose. Ninguém deixará de se lembrar, hoje, do miserendo caso da Ponte Europa. Provavelmente, trata-se apenas, também, de uma anamorfose partilhada por quantos aqui vivem. Como dizia o Filipe, estamos moles. Mas o problema é mais fundo: mesmo que ela não seja uma ilusão de óptica, quem se sentirá desencarcerado pela Ponte Europa?
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