HUMAN, AND BEYOND (I): Comecemos pela música. O Sá da Bandeira dá um ambiente único aos concertos. Um espaço pequeno, concentrado, quase íntimo, com a sua patine decadentista acentuada pelo carácter licencioso dos espectáculos que acolhia até há pouco (filmes XXX e revistas; vamos ter pesquisas do google engraçadas, a somar à já célebre "mamudas" + "tintin"). Agora imaginem este Teatro cheio como um ovo, a vibrar, como eu o vi, com a música dos Saint-Germain... ou com a música world "beyond everything" de Nitin Sawhney. Inesquecível, portanto.
O concerto foi, globalmente, muito bom, embora algo irregular. O mais aplaudido: os hits de Beyond (Letting Go, Homelands, Immigrant, Nostalgia... infelizmente, a banda não tocou o fabuloso The Pilgrim) e o tema Prophesy. O extasiante: os dotes do vocalista indiano (creio que não era Jayanta Bose; se alguém souber o nome, p. f. acuse-se). Vale a pena ir ver a voz do homem. Já tinha ouvido o Bobby McFerrin imitar uma guitarra, já conhecia o tabla (excelente versão do dueto com Sawhney em The Conference, com uma bateria de ritmo quebrado pelo meio; para um exemplo de tabla clicar aqui e depois no mp3 Shiela Chandra), mas nunca tinha visto um homem vocalizar uma orquestra inteira e os sons dos elementos, do mar gutural ao cascalhar das pedras. Isso sim, foi beyond human.
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