LIBERAIS E LIVRES: É por estas e por outras que é óptimo ter um blogger no Mar Salgado que pensa de maneira diferente da nossa. O post Gulag de Guantanamo de PC chama a atenção para uma situação grave. A guerra ao terrorismo não pode ser posta em causa por atropelamentos aos direitos fundamentais dos suspeitos de serem membros da Al-Qaeda. Neste processo joga-se mais do que o destino de suspeitos de terrorismo global. Está em causa a afirmação da diferença de comportamentos entre as democracias liberais e ocidentais e os regimes totalitários e fundamentalistas.
E uma primeira diferença é imediatamente perceptível. O facto de haver cada vez mais gente na América e na Europa a chamar a atenção para estes exageros, sem ser incomodada, é algo a que devemos dar valor. Em Cabul ou Bagdad qualquer atitude comparável seria punida severamente.
A América está em guerra desde o 11 de Setembro. Por muito que a esquerda europeia não se tenha apercebido. A primeira vítima das guerras é a verdade. Esperemos que não seja a justiça. Seria já uma vitória dos terroristas. A preocupação existente (desde sempre expressa pelo governo americano) de compatibilização entre liberdade individual e segurança em clima de guerra é outra diferença a favor das democracias liberais.
A simples possibilidade de existência destas discussões e destes gritos de alarme provam a superioridade moral e política das democracias liberais. A capacidade de influência das opiniões públicas certamente contribuirá para moderar ou evitar os desmandos incontroláveis da máquina militar. Isto seria totalmente impossível por exemplo no Afeganistão ou no Iraque de Saddam. Devemos, pois, saudar estas vozes de alerta e celebrarmos a liberdade que lhes permite exprimirem-se.
Muitas destas vozes ouvem-se nos países mais activos em operações militares. Como o Herald Tribune, o The Economist ou o The Observer. Pelo que concluir, a este propósito, que a América se transformou numa caricatura de si própria é um pouco exagerado e panfletário. Tão exagerado e panfletário quanto afirmar que as hostes anti-guerra no Iraque e Afeganistão são constítuidas por caricaturas do Marechal Pétain ou de Chamberlain (Neville).
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