NECROLOGIA: Nesta segunda-feira faleceram dois homens que eram um símbolo de vida cheia. Em Cuba desapareceu um músico de excepção. Que passou por agruras imensas durante os excessos da Revolução cubana, que pretendeu apagar tudo o que existia antes dela. Mas como tudo o que está ligado á verdadeira natureza dos povos sobrevive aos desmandos totalitários, Compay regressou com cerca de 90 anos para recolher os saborosos frutos do sucesso. O álbum Buena Vista Social Club, de que foi um dos maiores responsáveis, foi antes de mais um acto de justiça para toda uma geração de cantores cubanos. E uma fonte de prazer para os que, como nós, se deliciam com a música tradicional cubana. Morreu ontem com 96 anos. Dizia que a receita para uma vida longa e feliz era um charuto, rum, música e as mulheres. Fica-nos a sua música e a sua lição de alegria de viver, mesmo perante o infortúnio.
Por cá desapareceu um homem íntegro, ensaísta e intelectual profícuo. Com 80 anos, Henrique Barrilaro Ruas publicou o ano passado uma edição comentada dos Lusíadas (a Bíblia da Pátria, como lhe chamava) que lhe havia tomado oito anos de trabalho sistemático. Não somos monárquicos, mas concordamos com o Pedro Mexia: sempre nos pareceu um dos melhores representantes desta causa. Com grande abertura de espírito seguia tudo o que era novo: o seu último texto foi publicado aqui na blogosfera. No Lusitana Antiga Liberdade, que reúne alguns dos seus compagnons de route.
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