NÃO ESQUECEIS CAMBADA:É como diz o povão, nau sem comandante, é nau pujante. Saúdo o retorno do lobo do mar P.C., quiçá algo ruborescido em virtude das muitas horas a pescar robalos na ocidental praia. Oxalá não tenha escrito nada sobre o tema à maneira do Sr. Alegre. Vamos à matéria.
Diz P.C., num texto muito bem arrumado, que em sede de direitos individuais, os regimes comunistas não têm duas faces, os lamentáveis atropelos que praticam condizem com a roupa que vestem para sair à rua, mas não causam surpresa. A América, pelo contrário teria duas faces, seria por exemplo a guardiã dos direitos civis ao mesmo tempo que tem Guantanamo, será a América de Luther King e Kennedy, mas também a de quem os matou.
O problema está na linguagem. Eu ainda hoje me surpreendo com os 10 milhões de vítimas políticas, religiosas e étnicas, do terror soviético, para falarmos só da casa-mãe. Mas mais relevante, e também do domínio da linguagem, é a propaganda. Diz P.C. que esta gente nunca escondeu a concepção que tinha dos direitos humanos, e por isso subordinou-a sempre à razão de Estado ou de Partido. Pois, a 16 de Março de 1919, destacamentos da TchEKA assaltaram a fábrica Putilov, em Petrogrado, prendendo 900 operários e fuzilando sem julgamento, dias depois na fortaleza de Schlusselburg, cerca de duzentos. Coerência? Sem dúvida, mas não a mesma que P.C. fala, certamente.
Quanto às duas Américas, convém recordar que Luther King ou Kennedy não foram apagados pelo Ministério da Verdade, dos registos oficiais. Ainda hoje sabemos que existiram. Dos filhos das utopias sangrentas, embora coerentes e previsíveis, não podemos infelizmente dizer o mesmo.
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