PORTUGAL NO SEU PIOR: Fórum TSF. 10 e picos da manhã. O tema é a sinistralidade rodoviária. A «guerra civil» portuguesa. Os responsáveis da GNR e da D.G. Viação presentes desfilam os trágicos números do costume: 30 mortos na estrada só neste fim de semana, previsão de cerca de 1400 mortos durante este ano, mais de 300 detidos em cada fim de semana por excesso de alcool. Enfim, nada de novo.
A antena abre-se ao público. A primeira senhora acha que a culpa é do Estado. Que não faz boas estradas. Que não controla a qualidade dos condutores. A seguir um místico defende a tese científica (?) de que só quando os portugueses conhecerem o seu biorritmo é que poderão conduzir com prudência. O biorritmo, diz o nosso cientista, afecta as capacidades de condução, especialmente nos períodos mentruais das mulheres (?!) e, portanto, a Lei devia prever que durante dois ou três dias por mês (os tais do biorritmo alterado) as pessoas não poderiam conduzir.
Aqui está espelhada uma das nossas piores características. A nossa total irresponsabilidade. Matamo-nos nas estradas porque conduzimos mal e depressa demais, porque bebemos alarvemente e guiamos (sintomaticamente, é entre as 3 e as 6 da manhã que há mais acidentes mortais). Mas quando toca a explicar estes factos a culpa é sempre de outrém. Do Estado ou do biorritmo. Não há a mais pequena noção de responsabilidade individual. E se calhar, esta constatação não se aplica apenas à estrada.
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