REFÚGIOS: Uma das consequências mais lamentáveis do progresso, da melhoria das capacidades económicas de um cada vez maior número de cidadãos e da inerente "evolução social" (whatever that means) é sem dúvida a extinção acelerada dos nossos locais de refúgio: aquela praínha linda e sossegada com bons petiscos por perto, aquele turismo rural perdido no interior, o tal restaurante e a tal esplanada com o barzinho catita, aquele jardim, etc.
Notícias como "Exibição de filme de Harry Poter esgotou drive-in de Loures" são cada vez mais raras. E os abomináveis shoppings já não "seguram" a população com a mesma facilidade de outrora. Já quase não há lugares (bons) "à prova de enchente." Felizmente, pude crescer a frequentar livremente certos lugares que tomava por adquiridos para o resto da vida. Infelizmente, tais lugares desapareceram, encheram ou são hoje... um luxo. E, a certa altura, já não há lugares novos para substituir os antigos. E o luxo é bom, mas não tem a magia nem a intimidade do livre acesso e da descoberta daqueles lugares que mais ninguém conhece. E é caro.
Vejo com apreensão o precipitar dos acontecimentos. A denúncia dos refúgios dos conhecidos, seguidos dos amigos e familiares até chegarem aos que nos restam e, finalmente, acabarmos todos a escrever posts como este.
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