REGRESSO A BORDO: Tal como eu temia, a anarquia usualmente reinante a bordo desta nau agravou-se sensivelmente com a partida do nosso Comandante (é comovente a ingenuidade com que deixou aquele lancinante, posto que implícito, apelo no seu post de despedida). Em consequência, o tom dominante nos posts sobre política mais recentes terá certamente ruborizado (passe o paradoxo) muitos dos blogues proto-fascistas que por aí pululam. Dei por mim a murmurar: O Captain! My Captain! Our fearful trip has just begun.
Mas a verdade é que, ao contrário do que aqui escreveu FNV, há coisas a que se regressa mesmo, porque só mudam nos seus acidentes: as coisas muito boas e as coisas muito más. Neste ponto, vou quebrar uma regra que tem guiado a minha navegação: não elogiar com sinceridade os meus companheiros de viagem. Foi bom regressar e rir com vontade ao ler o poema de Mourão Ferreira posto pelo Nuno antes de desembarcar ("ficámos nós os dois, parados, de mão dada ... / Como podem só os dois governar um navio?"); e foi bom ver Neptuno a celebrar Calvino; e foi bom ler os belíssimos posts do Filipe acerca das armadilhas do retorno.
Pronto. Apeteceu-me. Prometo não reincidir.
Mar de opinioes, ideias e comentarios. Para marinheiros e estivadores, sereias e outras musas, tubaroes e demais peixe graudo, carapaus de corrida e todos os errantes navegantes.