SINDICATOS E SEUS REFÉNS: Há uns tempos divulgámos este artigo do Economist sobre o novo papel do movimento sindical. Pois agora foi a vez de o maior sindicato do Mundo (o alemão IG Metall) comprovar a cada vez menor influência sindical nos dias de hoje. As pressões da globalização, a necessidade do aumento da produtividade e a tendência dos próprios para representarem cada vez menos gente colocam os sindicatos em posição díficil.
Numa Alemanha que precisa deseperadamente de reformas na fiscalidade e no mundo laboral, Schroeder agradece esta greve suicida. Esperemos que tenha a coragem de levar o seu ímpeto reformista até ao fim (começará por um choque fiscal).
Esta sucessão de acontecimentos reforça esta dúvida: conseguirão os partidos socialistas, social democratas e trabalhistas, que têm nos sindicatos uma grande fonte de recrutamento e de influência social, levar a cabo reformas liberalizadoras ? Ou estarão inexoravelmente amarrados a compromissos com o status quo laboral, através das suas ligações com os sindicatos ? Tony Blair teve de superar a influência dos sindicatos no Partido Trabalhista para criar um programa de governo credível. Schroeder só agora (ao fim de quase seis anos de governo) avança com um programa de reformas, após este acto suicida dos sindicatos. Por cá, muitos socialistas sabem e estão conscientes que o programa reformista do governo é imprescindível. Mas como os sindicatos não deixam ou não querem, eles seriam incapazes de o fazer avançar. São reféns políticos.
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