AINDA O TERROR:Um dos bons exemplos da maquilhagem que a esquerda revolucionária conseguiu ao longo do último século, é a distinção entre as violências. A comunista ou utópica-revolucionária é uma violência para libertar, todas as outras, violências de regime. Assim os meninos compreendem a ETA, o IRA, e usam no peito o trombil do Che, que inventou o primeiro campo de trabalho correctivo em Cuba e iniciou no Outono de 1958, na prisão de Cabana, o hábito mui habano de executar adversários políticos.
Mas como sempre, é no terreno da linguagem e da memória que a propaganda lavra soigneusement as suas vitórias. É assim que a Drª Isabel do Carmo, que assina o seu texto no Público de 4ª feira, como antiga dirigente das Brigadas Revolucionárias, se indigna com essa moda idiota das T-shirts e das calças de musselina a imitar tecido de guerra. A celebração dos Rambos!. Mas se forem lenços dos fedahyin do Hamas ou capuzes dos guerrilheiros de Chiappas, já é evocação romântica da luta contra a tirania.
A última grande vitória, e de uma ironia geográfica tenebrosa, é de facto Guantanamo. Quando Fidel foi recebido há 3 ou 4 anos no Porto, os agora paladinos dos direitos dos que lá estão detidos, das duas uma:
* ou foram dos que assistiram embevecidos aos discursos do carrasco,
* ou estiveram calados, as suas mãos decididamente imóveis diante do teclado ou do papel.
De entre as duas categorias, prefiro os primeiros. A double talk é de facto, insuportável.
Mar de opinioes, ideias e comentarios. Para marinheiros e estivadores, sereias e outras musas, tubaroes e demais peixe graudo, carapaus de corrida e todos os errantes navegantes.