O BAIRRO DO IRAQUE: Bairro perigoso, na periferia da cidade, sem lei nem roque. Infestado de assassinos, violadores, torturadores, políticos corruptos, pedófilos e ladrões. Infernizam a vida dos restantes moradores do bairro, que são eliminados à generosa média de dez por dia. Consta que o gang dominante está comprador no mercado de armas, quem sabe, para atacar bairros vizinhos. O MAI pensa em intervir, sob a forte contestação dos membros do gang e da generalidade da opinião pública, sensibilizada pelos argumentos apresentados: "Meu, a gente aqui só limpa o sebo a gajos cá do bairro. O que é que o MAI quer, carago? Nunca matámos ninguém no centro da cidade!" Cansado de esperar pelos pareceres solicitados à Associação dos Comerciantes Com o Bairro e à Assembleia da Junta - controlada pelos inimigos políticos do Mayor - o MAI ocupa o Bairro do Iraque pela força das armas, desmantelando o gang dominante e libertando os restantes habitantes do seu jugo sanguinário. No entanto, enquanto dura a ocupação pelo MAI, vem a saber-se que alguns dos assassinos, violadores, torturadores, políticos corruptos, pedófilos e ladrões se encontram a monte, começando a ocorrer no centro da cidade diversos crimes directamente relacionados com a invasão do bairro e subsequente êxodo. Os habitantes do centro estão revoltados:
"Por que raio foi o MAI invadir aquele vespeiro? Malditos sejam! Agora vamos ter mais crime aqui no centro!"
"Então e as pessoas que lá (sobre)viviam?"
"Problema deles! Viviam lá, tinham que aguentar! Aquilo já não faz parte da cidade. É para lá da periferia. E todos os que lá vivem são escumalha."
"Mas, antes não havia crime aqui no centro?"
"Claro que havia. Sempre houve. Mas não eram estes bandidos. Eram outros."
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