OFÍCIOS EM EXTINÇÃO (II): A primeira escolha é óbvia: o faroleiro. Trata-se, evidentemente, de uma figura romântica: o solitário que tem por missão evitar que os outros se percam. Um, seguro no alto de uma rocha; as vidas dos outros, instáveis sobre as vagas negras de noite. Liga-os um flash breve de salvação. Tudo o que se pede ao faroleiro, é não deixar que a luz se apague. Um pequeno deus terreno, portanto.
Li algures, há pouco tempo, que grande parte dos faróis portugueses já são automatizados, tendo praticamente desaparecido o faroleiro. Será verdade? Podem verificar participando na acção "Férias com os Faróis" (o link remete para uma página de 2002, mas a de 2003 parece não estar disponível), integrada no programa Ciência Viva no Verão, que organiza visitas guiadas aos ditos. Certo é que a importância utilitária do farol decresceu um pouco, graças às novas tecnologias, embora o GPS não substitua completamente os instrumentos tradicionais. Mas a sua importância onírica mantém-se intacta, como se pode ver aqui.
PS: A primeira escolha tem ainda uma outra razão. É que aqui no Mar Salgado todos somos, em boa parte, uns faroleiros; mas no sentido que lhe dão os brasileiros.
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