PSICÓLOGOS II: Segui com interesse o debate na blogosfera sobre o artigo de Jost & Companhia, e agradeço a referência do Alfacinha, (links teimosamente só disponíveis na respectiva coluna) mas lamento que se discuta sobretudo se os autores de Political Conservatism as... comparam ou não Hitler e Mussolini aos políticos conservadores. O Muro Sem Vergonha cita um anexo do artigo sustentando que a comparação é legítima porque Reagan ou Bush ou seja lá quem for, pretendem um regresso a um passado ideal e promovem a desigualdade. A confusão é total, em sede de filosofia política, fiquemo-nos apenas pelo regresso ao mundo ideal.
A costela pecaminosa seria pois a incapacidade de aceitar o mundo como ele é, ou seja, imperfeito, relativo. O conservador, vítima de uma infância rígida, não desenvolve mecanismos de coping com a realidade que não sejam a inflexibilidade moral e um apego a uma visão ilusóriamente securitária da sua existência, face ao potencial perigo que o outro representa. Daí o seu ódio à mudança, a tudo o que signifique um trabalho de reavaliação do seu lugar no mundo.
É de facto, uma história encantadora. Resta que basta ler Lenine, Préobrajensky, ou se quiserem, Cunhal, para os adicionar à categoria daqueles que propõem aos outros um modelo inflexível da vida em sociedade, uma grelha de leitura absolutamente exclusória da imperfeição do mundo, breve, um sono suspenso em cima de um ideal. Jost e a sua equipa, o Muro ou outros, parecem querer cumprir o desabafo de Hegel quando a bota não lhe batia com a perdigota: tanto pior para os factos.
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