E SE USASSES O TEMPO EM COISAS MAIS ÚTEIS ?: Segundo uma notícia de hoje, Baltazar Garzon abriu um processo contra Bin Laden. Imagino o temor que esta novidade terá inflingido lá para os lados de Tora Bora. Pergunto-me se o desejo de protagonismo mediático não deveria ser, por vezes, um pouco mitigado pelo sentido do rídiculo.
Um pouco mais a sério, este e outros comportamentos deste juíz levantam questões interessantes (que o nosso lobo do mar P.C. certamente ajudará a iluminar). O senhor Garzon teve uma atitude do mesmo género no auge da discussão sobre a Guerra no Iraque: abriu um procedimento qualquer (já ninguém se lembra qual) contra o senhor Bush.
Deve-se fazer um esforço para a dignificação do direito internacional (que é aliás uma realidade evolutiva, com alterações nos organismos internacionais que o aplicam em função da realidade e dos seus sucessos e insucessos). E que, na medida do possível, iniciativas como o Tribunal Penal Internacional devam ser estimuladas. Mas esta evolução não poderá ser efectuada, tolhendo a autonomia de decisão política, nomeadamente nos casos das democracias (que contêm já em si mecanismos de checks and balances internos e no caso americano com 200 anos de história - apenas um pouquito mais que a Espanha, by the way). Nem usar do mesmo critério valorativo para decisões e actos de líderes democraticamente eleitos e controlados, terroristas e ditadores.
A não ser que se diga que estas atitudes são meras proclamações de intenções com o objectivo de alertar e influenciar as opiniões públicas, ou seja, atitudes de claro conteúdo e objectivo político. Se assim fôr, o senhor Garzon faria melhor em demandar acções enquanto cidadão e não enquanto juíz.
Como bem aprendemos em Portugal nos últimos tempos, a politização da justiça e/ou a judicialização da política normalmente dão asneira. Era bom que quem assim pensa à escala nacional (penso ser esta a opinião do nosso P.C.) conseguisse transpôr este raciocínio para a escala global, sem se deixar influenciar pelas suas escolhas ideológicas e pelo seu maior ou menor anti-americanismo.
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