NÁUSEA II (PARA ELISA): Não sei se falar disto causará náuseas ao nosso FNV; se for o caso, peço desde já desculpa e disponibilizo-me para lhe fazer um café forte.
Ouvi hoje num telejornal que o Governo nomeou (ou nomeará, não percebi bem) a Sra. D. Maria Elisa Domingues para o "cargo" (perdoem-me o exagero) de Conselheira de Imprensa em Londres. Mas não era Conselheira Cultural? - perguntará o leitor desinformado. Resposta: sim, era Conselheira Cultural, mas surgiu um pequeno contratempo. É que a lei exige que os Conselheiros Culturais sejam licenciados e a agraciada não possui essa certificação. Assim, como esclareceu, matreiro, o Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros, ela será nomeada Conselheira de Imprensa (embora já exista lá alguém que recebe como tal), mas, na verdade, desempenhará as funções de Conselheira Cultural. Pelo que, como esclareceu o Sr. Primeiro Ministro, o Governo cumprirá a lei.
Eis uma forma simples de resolver os problemas chatos da lei, só comparável à criação das fundações pelo defunto governo do PS, já comentada aqui, retrospectivamente, pelo divino Neptuno.
Eu também acho inacreditável que a lei seja tão exigente em matéria de Conselheiros Culturais: de repente, lembro-me de milhares de não licenciados infinitamente mais aptos para aconselhar cultura do que outros tantos licenciados que conheço. O problema não é esse. O problema é ser o Estado a tornear as regras que ele próprio criou para o provimento de cargos públicos com o intuito de beneficiar uma pessoa em concreto. O problema é que o Estado keeps blowing jobs for the boys and the girls.
Mas, convenhamos, o Governo, no seu descaramento, foi púdico: podia sempre ter nomeado a D. Maria Elisa Conselheira Militar. (Título reeditado no Domingo, 28-09, às 00.50).
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