OS DOIS 28 de SETEMBRO: O de 1974 e o de 1975, foram igualmentes decisivos. No primeiro caiu Spínola, no segundo caiu a máscara do PCP e amici.
Quando a FUR, ( Frente de Unidade Revolucionária) no seu Manifesto de Agosto de 1975, deixou bem claro que não confiava em eleições burguesas e o PCP convidou o MDP/CDE, o MES, a LCI, a FSP, a LUAR, o PRP/BR e o Grupo 1º de Maio, a coisa engrenou. Que queriam? Entre a habitual vulgata das nacionalizações e similares, a imediata dissolução da Assembleia Constituinte e a denúncia do seu carácter burguês. Em harmonia com os gloriosos SUV (Soldados Unidos Vencerão) pôs em prática a táctica de Petrograd primeiro: isolar o poder até que ele caísse de podre. Como não resultou, passou-se à táctica de Moscovo, o assalto directo às estruturas do poder: governo, rádios, TV, imprensa. Tudo claro, em nome do golpe fascista que aí vinha.
São Bento é cercado a 27, a RTP ocupada na noite de 28, Pinheiro de Azevedo e o Conselho de Ministros são sequestrados de 28 para 29. Mas Otelo deu uma mão ao Almirante, os Comandos limparam a desordem, e o golpe falhou.
Logo a seguir ao outro 28 de Setembro, o primeiro, o de 1974 e do apoio da maioria silenciosa a Spínola, Mário Soares preside a uma reunião da Comissão Política do PS, onde propõe um pacto de regime com o PPD, para espanto de Gama e Zenha. Soares diria mais tarde a Maria João Avillez, que pretendia
"...tomar o pulso à situação e contrariar uma tendência, muito generalizada no PS, de fazer alianças à esquerda, ou com o PCP ou, passando por cima do PCP, com a extrema esquerda".
Pois ainda bem que o fez. Se não o tivesse feito na primeira Setembrada, talvez a segunda tivesse resultado.
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