RETOMA ECONÓMICA: A retoma económica já foi anunciada várias vezes. O PIB dos EUA cresceu no segundo trimestre cerca de 3,1% (taxa anualizada), o que encheu de esperança os agentes económicos pelo mundo fora. No entanto para que a consolidação desta retoma se verifique é necessário que a economia americana continue a crescer em bom ritmo durante um período de tempo maior.
Como toda a gente reconhece a saúde da economia mundial está muiito dependente do estado da economia americana. No entanto, alguns desequilíbrios da economia dos EUA (nomeadamente o défice orçamental que apresenta e o défice da sua balança comercial) lançam algumas nuvens de suspeita sobre a consistência deste novo ciclo. É aqui que entra a questão cambial.
O dólar tem-se desvalorizado (o que aumenta a competitividade das exportações americanas). Mas esta desvalorização é apenas relativa ao euro, uma vez que o iéne e o yuan (da China) se têm também desvalorizado. A baixa competitividade das exportações americanas relativamente a produtos japoneses e chineses pode limitar a expansão económica americana. O que teria efeitos limitadores do crescimento económico em todo o mundo.
Daí ter havido um apelo do G7 (assinado também pelo Japão) para impedir as intervenções dos bancos centrais na cotação das moedas, ou seja, que não se promovam desvalorizações artificiais. Este artigo do Economist faz um excelente enquadramento do que está em causa
Curiosamente tem sido a Europa (com a sua política de euro forte) que tem aguentado o esforço necessário para a recuperação económica mundial. O euro forte impede o aumento da competitividade dos produtos europeus em termos nominais. A Europa apenas crescerá se alcançar aumentos de produtividade e de confiança no clima de investimentos e de consumo. Resta a outras zonas económicas tomar as medidas necessárias a potenciar os sinais de retoma económica que têm surgido.
Estas questões são o melhor exemplo de como o mundo se tornou interdependente.
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