VOLTO? Terei de me ausentar do salgado mar por uns dias, não sendo por rudeza que não replicarei a eventuais contra-argumentações. Mas percebo aqui e ali, a incomodidade da coisa. Refiro-me ao debate em que participei, e agradeço a ajuda de JPP no Abrupto (link na coluna da direita), sobre a duplicidade de critérios dos jornalistas quando analisam as extremidades, a esquerda e a direita. Não há grande vontade em discutir, de facto. Um setting teórico-experimental clássico em psicologia social ( Moscovici & Doise), demonstrou há muito, que um grupo com uma matriz comum de valores pode enredar-se em debates intensos; Mas o que acontece normalmente é que o acordo a que se chega apenas reforça a posição inicial. Por exemplo, um grupo de anti-tabagistas pode discutir em tornos de aspectos laterais (ilhas de fumadores), mas acaba por se reforçar quanto ao consenso inicial (abaixo o tabaco).
Assim, as jovens e os jovens jornalistas de hoje, sobretudo os/as da imprensa de referência, fecham o círculo. O seu sistema de crenças ( o mundo justo, ideal, a sociedade transparente, fundada exactamente no papel dos media, de K.O.Appel), permite-lhes compreender o mal, objectivamente. O mal que nega as ex-subculturas, a diferença, que promove a exclusão: por isso se atiram aos desvarios fascistoides. Mas o mesmo sistema de crenças, porque obrigatóriamente irracional, impede-os de ver o outro lado. O lado sombrio, metálico, que, propondo-lhes, a eles, aos crentes, o mundo que também eles desejam, utiliza as mesmas armas que eles deploram.
A duplicidade surge da água: os do meu mundo, podem exagerar aqui, perverter acoli, mas são o meu mundo, a minha referência. Nestes jovens, a crença reforça-se tanto quanto fraqueja a razão: ignoram (?) que odiar ou matar em nome de uma crença, é exactamente a mesma coisa que odiar ou matar.
Mar de opinioes, ideias e comentarios. Para marinheiros e estivadores, sereias e outras musas, tubaroes e demais peixe graudo, carapaus de corrida e todos os errantes navegantes.