AROMAS DE URZE E DE LAMA: Os pais não a deixaram ir à escola em miúda, tinha de ficar a tomar conta dos irmãos mais novos. Aprendeu a ler sem saber como, fintando Piaget. Hoje tem 73 anos, lê Isabel Allende e foi ver a Aida ao Parque das Nações, dispensando as legendas, fruto de muitas noites de ópera na RTP2. Os traços são ainda grosseiros, as mãos não escondem o que já fizeram. Vive numa aldeola mas matriculou-se na Universidade Aberta em Almeirim. Já a abandonou, porque era coisa muito acima da minha cabeça.
Estas coisas poderiam restaurar a minha fé na espécie humana, mas apenas reforçam a admiração que nutro pelas estatísticas. Mas confesso, também, pelo indivíduo, salmão contra a corrente.
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