GOA: Nestes tempos em que é complicado ser português e conseguir abstrair das calamidades que vêm acontecendo a ritmo de telenovela mexicana, tive a oportunidade e a felicidade de visitar Goa e, desse modo, insuflar vigorosamente o meu ressequido e mui maltratado balão de orgulho patriótico.
Para além do seu clima tropical, da beleza natural do verde da sua selva que se estende até às praias douradas - que explicam a paixão que aquela terra despertou em Albuquerque - é impossível ficar indiferente à fortíssima herança portuguesa. À imponência e majestade dos fortes, ao primeiro farol da Ásia, às dezenas de Igrejas - algumas monumentais como as de Velha Goa e outras, rodeadas pela selva - ao catolicismo, à devoção a S. Francisco Xavier, à beleza e opulência das casas coloniais e ao traço bem português de muitas outras - como no bairro latino de Panjim -, aos apelidos e nomes, aos letreiros e nomes de cidades, ruas e lojas, ao pão que é o nosso e à restante cozinha típica de Goa, ao português falado pelos mais velhos e conhecido a espaços por muitos outros e à simpatia geral e característica daquele povo.
Em Goa, convivem pacificamente - e com qualidade de vida bem superior à dos restantes estados indianos - os hindus, os católicos, os muçulmanos - refugiados de outros estados menos tolerantes - e os hippies e restantes ocidentais que visitaram a Roma do Oriente e aí se instalaram.
A lingua oficial de Goa - para além das restantes linguas comuns à União Indiana - chama-se Konkani e nela podemos encontrar as palavras Mãe, Pai, Avó e Avô.
Devemos honrá-los.
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