HERÓIS Á laia de intróito, informo o P.C. que não foi necessário Angola para o Governo ser aqui criticado, e logo pelo lado direito, no Salgado Mar: ainda ontem escrevi sobre o tema, com o título Patrão fora, dia santo na loja. Adiante.
Enternece-me esta discussão sobre heróis, os do Portugal colonial e os da independência. Miopia minha, certamente, não os vislumbro em barricada nenhuma. Hesíodo conta-nos a 5ª raça criada por Zeus, a dos heróis, que morreram em Tebas e em Troia, Homero fala-nos pela primeira vez dos heróis, príncipes ou senhores, na Íliada. Estes heróis depois muitas vezes retomados, agora destruídos com o fim das grandes narrativas, destacavam-se pela coragem sobre-humana, pelo seu apego à fundação de cidades, à liberdade e à prosperidade dos povos.
Não me parece que os milhares de portugueses enviados para Angola tivessem esta fibra e esta motivação, ainda que, inevitavelmente, a tenham ocasionalmente mordido. Idem aspas para os desgraçados treinados por instrutores chineses, cubanos e soviéticos.
Assim, no debate em curso no Salgado Mar, aproximo-me da posição do NMP, se bem a compreendi. Havendo interesses nossos ( post-coloniais) em Angola, porque não fazer uma declaração amigável e conciliatória? Se não tratámos deles na altura, porque não fazê-lo agora?
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