O IMPÉRIO (tréplica): Tem razão jmf, do Terras do Nunca, quanto à necessidade de elevar a discussão relativamente à situação do Iraque. Gostava de propor uma reflexão sobre uma questão que já aflorei em posts anteriores: será exigível que a maior potência do Mundo - que é uma democracia - se submeta à vontade da ONU?
A resposta será claramente afirmativa se entendermos a ONU como o bastião mundial da legalidade internacional, com regras claras e transparentes, tomando decisões com base no direito internacional.
A resposta será claramente negativa se virmos a ONU como ela é, ou seja, como um fórum cuja principal vantagem, em termos políticos, consiste em reunir à mesma mesa nações inimigas ou desavindas, promovendo as negociações que se tornem necessárias para a paz e podendo mesmo agir no terreno quando há unanimidade. Mas, sendo igualmente um fórum onde existem membros permanentes de um todo poderoso Conselho de Segurança - do qual faz parte a China, verdadeiro exemplo de tolerância - e cujas decisões (salvo raras excepções) não têm outro móbil que não sejam os interesses políticos egoísticos de cada país (veja-se a França). E sendo uma organização onde o Iraque de Saddam pode presidir à comissão de desarmamento ou a Líbia de Khadaffi pode presidir à comissão dos direitos humanos.
Dito isto, penso que será sempre criticável a actuação dos EUA à revelia ou contra a comunidade internacional séria. Já não concordo quando se tenta imputar um crime de lesa majestade aos EUA por não respeitarem a ONU nos moldes em que actualmente existe: em que estados não democráticos podem bloquear decisões e em que estados democráticos assumem posições com os olhos, exclusivamente, no seu próprio umbigo.
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