TAMBÉM SERVE: Não vão os seus amigos do Muro Sem Vergonha (link na coluna da direita, olá rapazes!) distrair-se, o P.C. diz presente, camaradas.
Agora mais a sério (valerá a pena?), é claro que o tom do meu post era generalista. Não vou cometer a maldade de pedir ao P.C. para nos continuar a ilustrar com bons exemplos, cerca de 70 anos de pletórica política cultural oficial da URSS. No entanto, se o meu querido companheiro de embarcação procurar muito bem, encontrará talvez, sendo generoso, menos de meia-dúzia de bons livros e por exemplo de outros tantos filmes ou peças de teatro, patrocinados pelos Ministérios da Cultura da ex-RDA, de Cuba, da Roménia de Ceausescu. Também encontrará, sob a batuta de António Sérgio, uma ou outra coisa digna de interesse, segregada oficialmente pelo Estado Novo. So what? Do que eu falava, óbviamente, era de outra coisa, mas como diz P.C., isto de andar embarcado com amigos de há mais de 20 anos, permite-nos conhecer de gingeira os truques e a retórica. Como explicava Boukharine, no ABC do Comunismo, o talento do artista, e por inerência, a sua obra, são propriedade da República; O que interessava era a socialização do talento nos domínios da cena, da música, e da arte do canto. Não querer perceber que a arte e a cultura são incompatíveis com isto, com mais ou menos Eisenstein, com mais ou menos regresso ao hino, é um direito que assiste ao P.C. Tenho a impressão que lhe saltou a tampa porque terá concluido, mal, que me opunha ao subsídio da cultura e das artes com dinheiros públicos. É de uma transparência ofuscante que hoje, no mundo ocidental, o financiamento público neste domínio é imprescindível: isso mesmo disse APR, por outras palavras, à TSF. Outra coisa é pensar que o Estado é capaz de produzir bons escritores, bons cineastas, bons pintores. Não é. É necessário, como sempre foi, o bom e velho capital, de uma sociedade de mercado, livre e contraditória. Ele há coisas que custam muito a aceitar.
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