EU SABIA, EU SABIA!...: Eu sabia que um dia a verdade começaria a vir à tona e, creiam-me, desta embarcação eu atirar-lhe-ei tantas bóias quantas aqui existirem. E tem ainda mais piada porque vem no Expresso.
Parece que um ano e meio depois de, com o inconcebível apoio do comparsa da Câmara Municipal do Porto, ter injustificadamente conseguido extrair ao Grupo Amorim cinco milhões de euros, Laura Rodrigues (da Associação de Comerciantes do Porto) apenas gastou 250 mil euros. E, na sua maioria, com o projecto do paizinho...
Quase só para o tal projecto do pai de Laura Rodrigues para o Batalha terá servido até agora a injusta batalha orquestrada com aliados inqualificáveis, embora poderosos, que se moveu ao Grupo Amorim e ao Clube mais prestigiado do Porto (e, na sua especialidade, do país), com transtornos e perdas evidentes para estes últimos.
Tenho esperança, depois deste início tímido do Expresso, que toda - mas toda - a realidade e a verdadeira história deste fantástico saque dos tempos modernos, por motivos nunca bem explicados, perpetrado com graves prejuízos sobre duas entidades que se limitavam a cumprir o acordado anteriormente com o que julgavam ser pessoas da bem, venha à tona na íntegra, mais tarde ou mais cedo. (...)
Este sábado, aí pela hora do lanche, tive, finalmente, depois de umas semanas bastante ocupadas, algumas horitas livres para fazer o que mais gosto: dirigir-me com calma ao centro do Porto, que é lindo e, para mim, sempre cheio de coisas novas. Adoro as ruas, as cores, as lojas. Estas, como é evidente, estavam todas fechadas. Nem uma só estava aberta.
Acabei por ter de fazer coisa igualmente agradável: fechar-me na única loja que estava aberta (a FNAC) e passar ali um bom bocado sozinho (apenas com o meu cartão de crédito, o qual saiu de lá completamente vergastado, cruelmente sovado, perfeitamente esgotado, um completo farrapo, feito em fanicos, mas saiu). E eu vim de lá satisfeitíssimo da vida, carregadinho de livros, de discos, e, antes do espectáculo do Coliseu, até o parco jantar do belíssimo Majestic me soube bem, o que nem sempre acontece.
O que sempre acontece é estar o comércio do centro do Porto fechado ao fim-de-semana. Não vale a pena esforçarem-se só os responsáveis da Fnac, do Majestic, do Coliseu e poucos mais: as pessoas querem entrar nas lojas e as portas estão sempre fechadas.
As pessoas querem ir ao centro quando podem e as portas do centro fecham-se porque podem. E podem fazê-lo porque as lojas do Grupo Amorim (e de outros Grupos igualmente importantes) estão, exactamente na mesma altura, abertas e a fazerem dinheiro, dado que desesperadamente têm de realizar lucros não só para se pagarem a elas próprias mas também para pagarem aquelas outras lojas que se encontram fechadas, no centro, a gozar o fim-de-semana e os clientes que a elas se deslocam, a quem invariavelmente os comerciantes dão com a porta na cara pois está tudo de porta fechada.
Se Laura Rodrigues não sabe o que fazer aos milhões extraídos ao Grupo Amorim (depois do projecto do seu pai, no Batalha), que contrate porteiros para as lojas do centro do Porto, que parece ser o que elas precisam mais.
Mas, para isso, ou para se fazer qualquer coisa verdadeiramente a sério, talvez seja necessário juntarmos a nossa à já bastante clara e sonora voz de Rui Moreira.
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