JÁ HÁ FESTANÇA COM A DONA CONSTANÇA? É dos manuais de psicologia social que os líderes salvadores, os que interpretam os pressupostos messiânicos dos grupos-orfãos, aparecem em duas circunstâncias gerais, que não raramente se complementam: uma é a existência de facto, de um pai-salvador que está disponível, mas longínquo, geográfica ou afectivamente. A outra desenha-se quando as segundas figuras do grupo-orfão, procurando neutralizar a possível ascenção de cada uma delas, acabam por mais ou menos voluntariamente favorecer o consulado de um salvador, no caso do PS, sebastiânico.
João Soares tem nome mas não tem família, Sócrates é uma paixão platónica, Gama tem peso apenas específico. Têm de contar também, como no bilhar, com os efeitos contrários: Soares não será esquecido pelos ex-votos de um certo sotão, Sócrates vem do Ambiente mas está na calha para a icineração, Gama ficará a braços com o grupo da esquerda fugida de Rilhafoles. Jorge Coelho não precisa de anticorpos localizados: todos o temem, todos os combaterão. Resta António Costa, que se esqueceu do velho ditado, quem ceia com o diabo precisa de uma colher muito comprida.
Assim, parece que virá de Bruxelas, montado num burrico e disfarçado de Sancho Pança, António Vitorino: homem probo e comissário das Europas, intocado pelo caso lilliputiano, é o homem que Dona Constança não se esquecerá de convidar para a sua festança.
Relevância para o país de tudo isto? Absolutamente nenhuma.
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