LÁPIS AZUL: Para explicar o que é o lápis azul a que se refere o FNV, trata-se de um pedido efectuado por mim à tripulação para evitar o tema futebol.
Para situar o estimado leitor, considere que numa embarcação a tripulação era constituida por dois portistas, dois sportinguistas e dois benfiquistas. Ainda que tenham a atenuante de todos torcerem (uns mais, outros menos) pela Briosa, esta combinação seria explosiva. A irracionalidade apoderar-se-ia desta nau, a clubite aguda e o escorbuto comentarístico teriam campo aberto e o espírito de colaboração e entreajuda esvaír-se-iam. Iríamos ao fundo num instante.
Mas há coisas mais fortes que os homens e a sua racionalidade. Só assim se explica a vontade do FNV em ser marselhês e a prolongada e detalhada exposição do nosso VLX (Notícias do High Life) sobre a notória (para ele) boa educação do senhor Pinto da Costa. Aguentaram algum tempo, é certo, e por tal são merecedores da nossa compreensão e até admiração. Pedir mais seria uma crueldade. Uma tortura.
Uma das conclusões que já tirámos nestes meses de experiência é que o futebol, para lá de ser um tema que apela à irracionalidade, é um tema imperialista. Uma pequena menção num post há uns tempos sobre a possibilidade de Dias da Cunha ter sido cooptado e não eleito valeu-nos uma chuva de e-mails e de opiniões. Dá-se-lhes troco e, passado um pouco, não se fala de mais nada.
Assim, antes que a epidemia alastre, faço um apelo aos tripulantes que evitem aportar a temas e lugares mal frequentados. Naturalmente que cada um sabe de si, mas temo que se entramos por essa via, teremos, mais dia menos dia, que pôr o barco de quarentena.
Mar de opinioes, ideias e comentarios. Para marinheiros e estivadores, sereias e outras musas, tubaroes e demais peixe graudo, carapaus de corrida e todos os errantes navegantes.