MAIL II: A frase (que nos foi oferecida por TRM) de António José de Almeida, com a qual este último pretendia ofender de forma repugnante e ignóbil alguém que está muito acima do insultador, possibilita-nos imensas reflexões - muitas delas actuais - e várias verdades.
Desde logo, que não devemos ser medidos pelas imbecilidades que proferimos e fazemos em novos, ou enquanto estudantes (abro aqui uma excepção para o autor da frase que comento, o qual podia ser medido a qualquer altura da sua vida, mesmo quando PR, que o resultado era o mesmo). Eu, pelo menos - aqui me confesso -, detestaria ser medido (ou vir a ser medido) pelo que disse ou fiz na minha altura de estudante, embora tivesse sido bem divertida. Antes ser medido pela balança!
Também não devemos levar completamente a sério o que se diz, nessas alturas de juventude e de estudante, nem devemos, valha a verdade, medir os PR's pelos disparates que disseram enquanto estudantes (abro aqui outra excepção para já referido o autor da frase em questão, e deixo por ora o parêntesis aberto pois mais aqui poderão caber).
Ao mesmo tempo, não devemos acreditar em tudo o que dizem os novos, mesmo estudantes, pois muitas vezes poderão estar errados, equivocados, ou nem sequer saber do que falam (como é o caso do autor da frase em análise).
Por outra via, o autor da frase em consideração, António José de Almeida, por muito pouca que tenhamos por ele, demonstra-nos que:
a) Na parte final do Regime Monárquico havia muito mais democracia do que aquela que os republicanos nos querem fazer crer;
b) Na parte final do Regime Monárquico havia muito maior liberdade de expressão do que na maior parte da nossa História republicana, com especial incidência no período de tempo em que tivemos de gramar com António José de Almeida, mas também na actualidade (pós 25/4, imagine-se!...)
Posto isto, não quero dizer que devamos ter medo de que os actuais líderes estudantis sejam os PR´s do amanhã, até porque confiamos no futuro. Nem que os estudantes de hoje estejam tão errados como estava António José de Almeida com as considerações idiotas que proferia, dado que não acreditamos que o mesmo raio caia duas vezes no mesmo lugar. Menos ainda que algumas reivindicações dos actuais estudantes sejam tão absurdas como eram as dele, pois há coisas que nunca se repetem. Mas apenas que se os estudantes de hoje querem ser levados a serio, não podem - quando têm tantas coisas importantes para defender - dizer imbecilidades como as que as que António José de Almeida proferiu há mais de 100 anos.
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