O DÉFICE (questões politiqueiras): Anda por aí um grande charivari por o Governo português ter aprovado a não aplicação de sanções à França e à Alemanha por violarem o Pacto de Estabilidade e Crescimeto. Os socialistas, lampeiros, lançaram uma metáfora em que afirmam, pasme-se, que o governo português é mais severo para o seu antecessor do que para governos estrangeiros.
Nesta pequena reacção está contida subliminarmente toda a beleza da demagogia primária: o governo é mau para os seus compatriotas e age para com os outros de forma diferente do que faz para com os governantes do seu país, ou seja, é anti-patriótico. O único problema deste argumento é que ele parte de premissas falsas.
O actual governo, quando entrou em funções, viu-se e desejou-se para evitar que a Portugal fosse aplicado o procedimento de quebra do limite do défice orçamental. Esta quebra do limite do défice orçamental foi causada, nunca é demais lembrá-lo, pelo desvario do governo socialista num tempo de expansão económica e consequente aumento das receitas do Estado e cuja defesa em Bruxelas a apressada fuga do Eng. Guterres tinha deixado nas mãos do novo governo.
Na altura, a Comissão foi sensível ao empenho do novo governo para equilibrar as finanças e graças à credibilidade do novo governo nesta matéria não forçou o pagamento de multas. O mínimo que Portugal poderia fazer era retribuir o tratamento que lhe foi concedido.
Os socialistas já haviam demonstrado a sua total irresponsabilidade governativa. Acrescentam agora um toque de oportunismo demagógico.
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