A PROPORÇÃO DAS COISAS: Este post não é sobre futebol; é sobre bom senso e proporção.
Sou sócio do Futebol Clube do Porto há 36 anos. Tenho uma grande admiração por Pinto da Costa. Acho que, no plano político, a famigerada decisão de Rui Rio (em quem provavelmente não votaria) de não abrir os Paços do Concelho no final do Campeonato foi uma decisão correcta. Foi uma decisão necessária, no contexto em que foi tomada. Foi uma decisão racional, sem afectos.
Mas Rui Rio é certamente um homem inteligente e sabe, por isso, que o futebol é o reino do irracional e da emoção (ainda habito no paradigma pré-damasiano). Por isso, acho que o FCP fez bem em não convidar Rui Rio para a inauguração do Estádio, aceitando esse estilo de não misturar emoções. Foi também, no seu contexto, uma decisão necessária à continuidade das regras postas por Rui Rio. A antítese imprescindível para uma futura síntese onde, estou certo, imperará um jogo mais distendido entre as instituições, porventura interpretado por actores mais hábeis.
Acho que a construção dos novos estádios de futebol - de todos os novos estádios de futebol - à custa, ainda que parcial, do Orçamento, é imoral. Mas o Presidente da AR não representa, de maneira nenhuma, os contribuintes espoliados. Perguntai a um contribuinte do Barreirense ou do Lusitano de Évora se gostaria de ser representado pelo Dr. Mota Amaral na inauguração do Estádio do Dragão. Por isso, o FCP não tinha obrigação alguma de convidar o Presidente da AR para a inauguração do seu novo Estádio. Se não o fez por razões mesquinhas, é pena.
Tudo isto não deveria ocupar mais de cinco linhas num jornal de referência, nem mais de vinte num blogue. Mas tudo isto é a grande preocupação de José António Saraiva, no Expresso de hoje. Semanalmente preocupado em construir a absoluta irrelevância da sua opinião. Já não falta muito.
PS (act.): Obrigado ao Américo de Sousa por me ter alertado para o erro em "Concelho"!
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