SALAS DE CHUTO: Celeste Cardona tem razão quando sublinha que a experiência não existe na sociedade civil, mas tal não implica que não possa fazer-se nas cadeias, embora compreenda as dificuldades. Em 1994, trabalhava eu no C.A.T. de Coimbra, integrei um projecto que durou um ano, de promoção da saúde no E.P. local ( na altura contei com a amável colaboração do nosso marujo P.C., para uma sessão sobre direito penal). Nesse tempos, já a infecção por HIV era uma tristíssima evidência, lá como noutros estabelecimentos do género.
O assunto não cabe num post, ou seja, a redução de riscos, ainda por cima em ambiente prisional, é coisa para textos impossívelmente longos. Mas sempre adianto que a Suiça, país recatado e ponderado, em matéria de experiências, já em 1995 financiava com dinheiros federais projectos de distribuição controlada de heroína. Escolhi propositadamente um outro tipo de experiência, para vincar a distância abissal. A distância que deveria separar as nossas convicções mais selvagens do nosso dever: evitar o maior sofrimento possível. Afinal, o abc do pensamento liberal.
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